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deitado no sofá da sala, com a televisão assistindo a um programa tedioso qualquer pois estava com insônia, me encontrava divagando em meus pensamentos, quando ouço duas leves batidas na porta. era ele. a única pessoa que poderia estar na minha porta às 4 horas da manhã. levantei-me e fui atender.

assim que abri a porta, ele me agarrou, passando as mãos desesperadamente pelo meu corpo, como se naquele momento dependesse daquilo para sobreviver. — e talvez dependesse, tanto ele, quanto eu.

fechei a porta rapidamente e girei a chave na fechadura com dificuldade enquanto ele segurava minha cintura, e roçava seus lábios em meu pescoço.

quando finalmente me virei para ele, seus braços se envolveram em meu corpo, suas mãos passeando, uma subiu para minha nuca, adentrando meu cabelo e o puxando levemente, o que me fez suspirar, a outra apertava minha bunda com vontade, me deixando ofegante.

— volta pra' mim. — ele sussurrou contra meu ouvido. não tive resposta, então pus minhas mãos em sua nuca, e ele me puxou ainda mais para si, tomando meus lábios com os seus, num beijo quente, envolvente e cheio de saudade. nossas línguas enroscando uma na outra, tal qual como se estivessem dançando uma linda valsa, em completa harmonia e vontade.

conseguindo finalmente tomar o controle, fui o levando a caminho do meu quarto, ainda com seus lábios nos meus, com leves pausas para abrir os olhos e olhar o caminho até o outro cômodo.

assim que entramos no quarto ele me jogou na cama e pôs seu corpo sobre o meu. ele desceu seus beijos para meu pescoço, onde começou a sugar levemente a pele, minha boca aberta e a intenção de um gemido.

ele subiu seus lábios para o lóbulo de minha orelha, mordiscando a área.

— seu corpo tem linhas que eu queira ter escrito. — soprou baixo em meu ouvido, fazendo meu corpo inteiro se arrepiar. — queria largar seu corpo, mas ele é tão bonito.

em um momento de agilidade, nos despimos rapidamente. ele veio por cima de mim novamente.

nossos corpos despidos em contato um com o outro. ele se encaixou dentro de mim. mordi a pele de seu ombro para abafar meu maior grito.

eram 6:30h, oikawa e iwaizumi estavam na cozinha brigando, mais uma vez.
o de cabelo castanho estava perto do balcão, enquanto iwaizumi se mantinha afastado, escorado no fogão.

— NOSSO AMOR ERA TUDO, CÊ' SE RECORDA?!

— É OIKAWA, EU ME RECORDO BEM! ERA TUDO NÃO É? ERA O QUE EU PENSAVA ATÉ VOCÊ ERRAR, COMO VOCÊ FAZ TODA VEZ!

— livrarias, cafés chiques, tênis caros, vários kits, nossos sonhos...

— e as mesmas brigas, os mesmos vícios! — o moreno dispara, interrompendo a fala de tooru.

os olhos de oikawa se enchem de lágrimas.

— eu não sou o homem com quem você sonhava mas, queria ser o homem com quem você sonhava.  — suas lágrimas rolam pelas maçãs de suas bochechas, fazendo com que ele ponha as mãos em seu rosto numa tentativa falha de secar as lágrimas que caem incessantemente.

iwaizumi o fita e então move seu olhar para o piso abaixo deles, sem dizer uma palavra.
o outro tenta conter suas lágrimas, mas falha miseravelmente.

— eu vim até aqui. eu engoli minha vaidade para dizer volta pra' mim, mesmo sabendo que você me faz tão mal.— ele cospe as palavras, cerrando seus punhos, enquanto fita oikawa, que estava soluçando, porém, sem falar uma palavra.

— falar sobre meu medo é tão difícil, falar sobre minha insegurança é tão difícil, e eu disfarço tudo com cigarro cerveja e um sorriso. — iwaizumi continua.

as lágrimas de tooru cessam e ele seca seu rosto com a palma de suas mãos, conseguindo falar agora.

— nosso problema sempre foi a intensidade. — o outro tira seu olhos do piso e o fita. — cê' sabe que é verdade, a intensidade.

— sinceramente oikawa, nós dois não temos mais jeito. a gente não consegue ficar junto.

— mas também não consegue ficar separado! — ele dispara.

— é. por quê você é como o sol, ilumina o meu dia mas, queima a minha pele.

iwaizumi então dá as costas a oikawa e sai da cozinha, em direção a sala, até a porta, a abre e olha para trás fitando o de cabelos castanhos, e então sai, fechando a porta atrás de si.

— até a próxima madrugada, iwa-chan. — ele sussurra para si, suspirando fundo.

queima minha pele, iwaoi.Onde histórias criam vida. Descubra agora