Nunca antes eu me senti assim, tão cheia de vida.
Não que minha vida seja cheia de traumas e dramas. Na verdade, eu venho de uma família cheia de amor e união. Tenho um pai e uma mãe que não poupam carinhos e momentos de alegria, e um irmão mais novo que pega um pouco no meu pé, mas me adora de todo o coração.
Uma família bem estruturada, com um pai executivo, dono de uma mega empresa de cosméticos e uma mãe que abdicou da sua vida para cuidar dos dois filhos, sem arrependimentos.
Mas é claro que, como uma boa adolescente, preciso de um pouco de drama escolar pelo menos, não é?
Meus melhores amigos de infância são os filhos dos sócios dos meus pais. Portanto é claro que chamamos o máximo de atenção, mesmo não querendo. E isso é o que causa drama.
Depois de ter um romance infantil e dar meu primeiro beijo em um garoto que eu achava estar apaixonada aos 12 anos, ele espalhou para escola inteira fofocas mentirosas. Inclusive que eu havia deixado ele tocar meus seios.
Logo eu, tão puritana e medrosa naquela idade.
Quem não poupou palavras para me defender foi Christopher.
Tudo bem. Nós sempre fomos amigos próximos desde crianças, mas eu nunca imaginei que em uma situação assim ele me defenderia dessa forma.
Ele ter assustado o garoto e deixado ele praticamente grudado no armário da escola para lhe causar medo, fez com que nos aproximássemos ainda mais.
Depois desse episódio, começamos a fazer coisas apenas nós dois. Fazíamos piqueniques nas praças do condomínio que morávamos, deitávamos em nossos jardins e ficávamos admirando as estrelas ou achando formatos engraçados nas nuvens. Conversávamos até a chegada da madrugada sobre coisas idiotas, e roubávamos os chocolates da sua mãe para comermos escondidos.
Não me lembro ao certo quando me apaixonei, só sei que de repente senti o coração disparado e um frio na barriga toda a vez que ele me olhava com seus olhos castanhos escuros e brilhantes.
O que eu me lembro bem é da primeira vez que senti ciúmes. Carla sempre foi apaixonada por Christopher, de uma forma insuportável. Eu nunca tinha percebido, até sentir meu sangue borbulhar e eu ficar brava por ela simplesmente tocar no braço dele.
Foi quando eu decidi que precisava tomar uma iniciativa, e me lembro bem de estar deitada na grama do jardim da minha casa, olhando as estrelas e conversando sobre alguma coisa. Sua mão tocou a minha e foi o motivo perfeito para eu entrelaçar nossos dedos.
Lembro tranquilamente da adrenalina que eu estava sentindo naquela hora. O medo de ele não corresponder era gigantesco, mas durou segundos quando ele entrelaçou seus dedos nos meus, virando o rosto para me olhar e abrindo o sorriso mais lindo que eu já havia visto.
Dois dias depois, nos beijamos pela primeira vez e eu posso tranquilamente dizer que toquei o céu. Seus lábios tinham gosto de hortelã, e eu com certeza gravei aquilo na minha cabeça, pois sentia sempre que nos beijávamos.
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Nossa maior mentira
RomanceTrês grandes famílias são sócias de uma rede de cosméticos no México. Um acidente muda todo o destino, trazendo uma briga de custódia à única criança que os unia. Uma proposta indecente é feita para que tudo saia exatamente como deve ser. Será que e...