Pedido Inconformado

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O anoitecer já estava vindo, suas cores transformando os céus em nuvens cheias de sombras e trevas.

No apartamento do vampiro charlatão, Edward escrevia e desenhava palitos em um papel, sentado no tapete de pernas cruzadas, seu olhar percorrendo a cada desenho de palito.

Ele não estava com paciência para desenhar melhor, ele não tinha um talento forte nisso, mas aprendia com o passar dos anos em suas escolas diárias.

No papel, estava mais do que um plano para resgatar Isabella, de manhã, o mesmo havia apresentado isso para o charlatão e Jacob, ambos se entre olharam e deram um cascudo em Edward que ficou emburrado, o lobo teve que rasgar todos os papéis com os planos imbecis, e não foi por isso que Edward desistiu de rabiscar ainda mais.

Não aceitava que Bella não queria mais voltar, adentrava em seus pensamentos, pelo seu corpo todo, sacudindo o seu coração morto cheio de melancólia.

Jacob acabará de se sentar na poltrona ao lado de Edward, encarando-o de canto, comendo biscoitos de um outro pacote, do lado da mesinha, havia uma xícara cheia de café. O lobo se ajeitou de forma desengonçada na poltrona, buscando uma forma macia de se deitar ali, sem cair.

— Acabei de comer e ainda estou com fome — falou Jacob, em um resmungo.

— Seu estômago é um buraco negro? — perguntou Edward sem expressão.

Jacob deu de ombros — É normal sentir fome, agora se meu estômago é um buraco negro, caberia um dinossauro inteiro.

Edward franziu o cenho antes de rir.

— Fica quieto! — tentou ficar sério, mas não conseguia.

Era algo besta de se rir? era, porém, coisas inúteis sempre podiam ser de bom uso nas horas vagas.

Jacob se sentou formalmente na poltrona, se virando para ver Edward continuar sua escrita. Arregalando os olhos, o lobo suspirou.

— De novo? — questionou incrédulo — Caramba, tu não desiste.

— Não.

— Não foi uma pergunta — cruzou os braços.

De imediato, ouviram a porta do apartamento ser aberta, assustados com o barulho, Jacob segurou a poltrona e Edward a mesinha de vidro, o mesmo poderia ser separado, ajudando Edward a segurar o vidro circular prestes a arremessar em quem estava entrando.

A figura virou o armario, e logo Edward e Jacob abaixaram ambos móveis de proteção, o vampiro charlatão apareceu ali retirando seu capuz preto, estava com um celular em sua mão, da outra, um bloco de notas. Suspirando, o vampiro olhou para os dois que estavam segurando as armas indestrutíveis.

— Iam fazer o que? — arqueiou uma sombrancelha.

— Pensamos que era outra pessoa — respondeu Edward — Onde esteve? Ficou fora desde 12h.

— Fui visitar um contato, conseguir uma distração para sairmos da cidade em segurança — respondeu, seu olhar estava carregado de cansaço  — Pedi para esse contato contatar outro que conhece alguns cantos bons para fugir.

— Obteve sucesso? — Edward abaixou sua cabeça prestando atenção no papel em sua frente.

— Só vou saber quando me ligarem — deu de ombros, saindo dali e indo para o pequeno quartinho.

O vampiro charlatão se jogou na cama de braços abertos, seus olhos vidrados no teto branco que refletia a si mesmo. A cor vazia que estava presente em coisas fúteis.

Seus pés balançavam devagar, ansiosos para esperar a ligação tão especial. Ele fechava e abriu os olhos, nervoso — ele estava. Queria gritar para todos ouvirem seu desespero.

Crepúsculo - Lua VermelhaOnde histórias criam vida. Descubra agora