To Build A Home (História adaptativa)

Capítulo 10 - Nosso amor [FINAL]

POV Lauren

Por mais que eu penssasse em algo para falar para ela, chegando de frente e olhasse para aquele rosto eu me perdia em tudo. Eu juro que decorei as minhas falas, mas não falei nada do que planejei. E acabo falando o que não devo.

Fiquei sozinha por muitos anos então conheço muito bem o que está sozinha, ouvir que ela falar que me ama mexeu comigo. A última vez que ouvi isso foi há muito tempo atrás, muito tempo mesmo. Eu não sabia como reagir a isso.

Uma coisa era verdade, mesmo eu a afastando para longe de mim, não iria mudar nada nela. Nunca mudou em mim, tentar isso era pura burrice, mas eu levava para o lado dela ter uma vida cheia de escolhas para traçar seu caminho da melhor maneira que não seja todos apontando dedo em sua cara e te condenando por ser diferente de todos eles. Ela não era uma adolescente mais, era uma mulher crescida que sabia muito bem o que queria e estava decidida a seguir este caminho.

Mas a sociedade era marcada por convenções rígidas epreconceitos profundamente enraizados. Aqui estou eu, perdida nos cantossombrios de um amor proibido, envolta em sentimentos intensos por uma mulherincrivelmente mais jovem do que eu. Seu sorriso, tão jovial e cheio de vida,ilumina meu mundo, mas a sombra do preconceito paira sobre nós como umatempestade prestes a desabar.

Cada momento que compartilhamos é um risco calculado, um ato de rebeldia contra as normas sociais que nos pressionam a permanecer em papéis predeterminados. A doce jovem, com seus olhos brilhantes e esperança infinita, oferece-me seu coração de maneira tão pura que é difícil resistir. Seu amor é uma chama ardente, mas meu medo é como uma sombra fria, pairando sobre nós.

Ela, corajosa e determinada, declarou sua disposição de enfrentar qualquer adversidade para estarmos juntas. No entanto, a responsabilidade pesa sobre meus ombros como uma carga insuportável. Temores permeiam minha mente, assombrando-me com visões de um mundo que se recusa a aceitar o amor que floresce entre nós. Como posso arriscar a inocência dela, lançando-a em um redemoinho de intolerância e discriminação?

Eu, por outro lado, conheço bem as consequênciascruéis que podem se abater sobre nós. Em um tempo onde as aparências são maisimportantes do que a felicidade do coração, uma união como a nossa é vista comouma afronta aos valores da sociedade.

Apesar do meu receio, não consigo me afastar dela. A paixão que arde em meu peito é forte demais, e a reciprocidade dos sentimentos entre nós é uma força irresistível. Seu amor é um farol em minha vida, mas a realidade sombria que se desenha no horizonte me faz tremer. Como posso ser egoísta a ponto de mantê-la em um relacionamento que a coloca em risco? Contudo, o pensamento de perdê-la é igualmente doloroso. Nossos corações estão entrelaçados, mas o mundo exterior ameaça separá-los com sua intolerância.

Mas eu não queria pensar nisso por agora, a queria por perto hoje. Eu gostava dela, bom, mais do que deveria essa era a verdade. Eu não tinha certeza se ela viria, eu estava torcendo muito por isso. Coloquei um disco para tocar, me arrumei e confesso que meu coração estava agitado, eu parecia uma adolescente esperando a hora do primeiro encontro. Ouvi batidas na porta e me virei, era ela, ela estava linda vestindo um vestido vermelho que ia até seus joelhos, seu cabelo estava solto, ela era linda.

- Você veio. – Ela sorriu.

- Sim. – Me aproximei dela. Peguei em suas mãos e as beijei.

- Você está linda. – Seu sorriso aumentou, seus olhos continuavam intensos e o brilho se mantinha. Coloquei uma mão sua em meu ombro e comecei uma dança lenta com ela, coloquei minhas mãos em sua cintura. – Eu não danço com uma mulher a anos.