Rei Mago

Wang: O Rei Entre os Magos

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1895, Londres.

Era uma noite fria e escura, não mais fria que o corpo daquele homem estirado no chão. Levi realmente não se surpreendeu ao ver, mais uma vez, um de seus homens mortos após procurar algo sobre aquele monstro em forma de anjo.

A luz gélida de uma lamparina tomava o pequeno beco sujo e apertado, o russo em roupas luxuosas a espera de seu servo, que foi, como todos os outros dias, chamar a polícia local. Levi não podia se sentir mais idiota...e atraído, cegado pelo desejo de conhecer o segredo que a nova atração dos teatros da cidade escondia. Um homem sem nome, sem origem, mas com uma promessa, uma ameaça, ser ainda mais que um mágico, ser um mago. Ultrapassar a ilusão para alcançar o limite da realidade, sem truques. A realidade crua e bela...

Besteira, definitivamente era besteira. Levi apenas iria descobrir o que esse pentelho usava em seus truques, vender seus segredos e então voltar a rotina de ser desejado por todo o público, de ser o alvo dos aplausos e da admiração de cada nobre e de cada necessitado.

- Sr. Bortolazo? -a voz cansada o desperta de sua obsessão, Anthony Snow, capitão da polícia, era um homem alto, porém de postura péssima, barba por fazer, longos cabelos pretos presos em um coque mal feito e definitivamente sem usar seu uniforme padrão, enquanto os olhos profundamente negros e cansados olhavam mais um corpo no chão.- Deveria por coleira em seus homens, antes que mais deles fujam de suas vistas e causem sua própria desgraça.

- Oh por favor, sou totalmente contra tal tipo de atitude, afinal, como mágico, sou totalmente um amante da liberdade, ya? -revirando os olhos, o polícial apenas ignora enquanto instruia os recrutas sobre o que fazer no sexto assassinato apenas nessa quinzena.

- Deixe de brincadeiras estúpidas, nem você nem esses homens são daqui, então parem de sujar nossas terras, volte para seu inferno congelante e se diverta com suas atrocidades por lá.

- Não seja tão cruel Anthony, me acusando de homicídio? Sou incapaz de machucar um ser vivo. -por mais que nos truques de pombas, deve ter matado mais pássaros do que possa contar.- Meus homens apenas estão vivendo suas vidas e sendo perseguidos, talvez seu poderoso país apenas seja impotente contra seu próprio povo.

Olhando desacreditado, o polícial não revira os olhos, coçando uma das cicatrizes que tinha no rosto para se distrair da vontade de socar o mágico estrangeiro.

- Seu ilusionista barato, todos sabemos da sua perseguição a trupe chinesa, não relacione sua inutilidade com nossa capacidade de controlar os ingleses. Por que não vai criar novas formas de enganar crianças ao invés de mandar tantos homens para a morte?

- Urgh, se sabe que são os chineses, faça algo!! Vai os deixar livres após tantos homicídios? Eu quero a verdade, nua e crua, eu quero-!

- Você quer o mágico da trupe chinesa, você quer humilhar ele e descobrir seus segredos. Já ouvi isso mais do que gostaria. Boa sorte com isso, sinceramente, esta cavando a sua própria cova contra alguém que até mesmo o diabo deveria ter medo. Não, se pensar bem, aquele garoto deve ser o próprio diabo. Uma beleza encrustada de maldade...só poderia ser ele.

Se apoiando na parede, Snow acende um cigarro enquanto olhava o corpo ser levado pelos jovens assustados. Um homem forte como aquele, morto e com o corpo destruído como uma boneca de pano é mais do que o suficiente para assustar alguém.

E Snow tem muitos motivos pata ter medo.

- Apenas deixe o garoto, Levi, ou viverá cercado de medo e inevitavelmente cercado dele pelo resto da sua vida. -disse em um tom tedioso, enquanto abandonava o mágico ali. Anthony não tinha medo de falsos ricos, muito menos de estrangeiros que se passavam por ricos.