Capítulo 30 - Águas encantadas. (pt.2)

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— Ok, me arrependi, não quero mais ir com você

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— Ok, me arrependi, não quero mais ir com você. — Evie disse, com suas mãos apoiadas na cintura e ombros enrijecidos, quando encarou frente a frente o caminho de terra batida, rodeado por árvores e arbustos que faziam um barulho irritante quando se agitavam com o vento.
— Relaxa, eu vou te levar de moto. — foi simplesmente o que o príncipe respondeu.

E nesse mesmo instante o olhar de Evie se iluminou, pois a tentação era inegavelmente grande. Ela não era a maior fã de aventuras perigosas ou que pudessem a deixar bagunçada de alguma forma, mas nunca negaria um passeio de moto com um garoto bonito, era praticamente seu hobby favorito, sentir o vento bater graciosamente em seu rosto enquanto abraçava fortemente a cintura enjaquetada de sua paixão corriqueira.

Mas de repente sua pequena animação de garotinha apaixonada se tornou em nervosismo, um nervosismo também influenciado por sentimentos românticos, mas que nunca havia sido familiar até ela conhecer Ben, e unicamente por essa razão, após entrar em choque só de imaginar estar tão próxima daquele garoto, ela respondeu:

— Esses saltos não foram feitos para andar de moto.
— Então ainda bem que eu sou o motorista, não é? — ele sorriu de forma sapeca, apontando um dos capacetes na direção da garota.
— Eu não vou colocar isso, vai bagunçar meu rabo de cavalo todinho. — mais um empecilho inventado na tentativa de evitar aquela situação, mesmo que tivesse um fundo verdadeiro.
— Você precisa, vai te proteger. — e ele rebateu novamente, falando outra obviedade.
— Então você está basicamente me falando que tem 100% de chance de nós sofrermos um acidente e que esse... — ela apontou para o objeto na mão do príncipe. — é meu único jeito de sobreviver?
— É um bom ponto de vista... — ele deu alguns passos a frente, ficando mais próximo da azulada. — Mas eu também posso estar falando que vai te ajudar a não ficar com o cabelo em pé igual a noiva do Frankenstein. — ele brincou mais uma vez, dessa vez abrindo mais um sorriso quando viu Evie quase não conseguir conter uma risada.
— Tá bom, tanto faz. — Grimhilde respondeu, tentando não demonstrar muito entusiasmo ao pegar o capacete azul em suas mãos.

E então ela suspirou, desviando o olhar algumas vezes antes de soltar seu cabelo, em seguida penteou os fios com os dedos antes de colocar o capacete em sua cabeça, prendendo o fecho com cuidado.

— Tá firme aí? — Ben perguntou, também colocando seu capacete.
— Acho que sim. — Evie respondeu, remexendo o objeto em sua cabeça na tentativa de encontrar um pouco mais de conforto. Ela nunca havia lidado com um capacete antes.
— Achei que estaria mais acostumada com essas coisas, ouvi dizer que vocês andam bastante de moto na ilha. — a voz do garoto saiu um pouco mais abafada quando ele abaixou a viseira transparente, enquanto se acomodava no assento pequeno da motocicleta.
— Bom, por lá a gente também não liga muito para regras de segurança. — após sua fala, Grimhilde imitou as ações do maior, abaixando sua viseira enquanto via o garoto rir, e em seguida se aproximou do veículo.

Ao se ver parada em frente a moto azul e amarela, Evie recuou, ficando estática, com os olhos preocupados alternando entre olhar para Ben e para a motocicleta, enquanto seu estômago congelava. Benjamin achou que a garota estava com medo, que levando em consideração sua falta de experiência com o capacete e seu jeito de patricinha, ela nunca havia andado em algo assim por conta de alguma fobia específica, mas ele não poderia estar mais errado. Ela estava animada, realmente entusiasmada em viver esse momento, mas a maneira como seu coração batia mais forte só de pensar em abraçar Ben, era o que a preocupava, e fazia com que a ela quisesse sair correndo dali e se esconder, principalmente quando lembrava que o motorista não estaria sentindo a mesma coisa ao tocá-la. Em sua cabeça era humilhante demais se sentir assim por alguém.

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