... Almost is Never Enough

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Se eu soubesse que você me queria

Do jeito que eu te queria

Talvez não estaríamos em dois mundos separados

Mas, bem aqui nos braços um do outro.

Almost Is Never Enough - Ariana Grande

- Jeremy Point Of View.

— Allison, abre essa porta.

Meus punhos acertaram o bloco de madeira branco da casa dos Romano. Uma porta tão familiar para mim quanto a do meu próprio quarto. Eu havia crescido naquela casa.

— Alisson, por favor. — pedi exasperado. Já havia perdido as contas de há quanto tempo estava parado na frente da porta. Coloquei o ouvido na madeira para tentar ouvir alguma coisa. Nada.

— Alisson, você quer que eu conte o que aconteceu a sua mãe? — Usei da pior tática. Uma mentira deslavada, já que nem eu sabia exatamente o que havia acontecido. Golpe baixo, mas iria funcionar com ela. Algo se mexeu dentro do quarto. Preparei meu sorriso vitorioso. A porta abriu. E lá estava ela. Vou confessar que havia me preparado para tudo, menos para isso. O mundo se tornou insignificante.

— Ally... O que ele fez? — Fechei a porta do quarto dela no mesmo instante que ela jogou os braços em torno do meu pescoço, me fazendo dar dois passos para trás e bater com as costas na parede. Passei meus braços por sua cintura, deixando que ela chorasse em meu ombro. Seu corpo era frágil e quente. — Eu estou aqui. — passei a mão por seus cabelos. A preocupação estava me matando, mas deixei que ela se acalmasse antes de perguntar qualquer coisa. Passaram-se bons minutos até os soluços se transformarem em fungadas fracas.

— Desculpa por molhar sua roupa. — sua voz saiu abafada. O rosto ainda apertado contra o meu ombro.

— Depois você compra uma nova. — sorri levemente. Separei um pouco nossos corpos para poder olhar o rosto dela. Os olhos vermelhos, inchados, a boca ainda mais vermelha do que era naturalmente, provavelmente de tanto ela morder os lábios para se impedir de chorar. Não havia funcionado. Eu sabia quem era o responsável por aquelas lágrimas, e minha vontade era de sair dali e dar um soco na cara do idiota. Ninguém fazia a Ally chorar! Nenhum zé-mané merecia as lágrimas da minha menina.

— Suas roupas são muito caras. — ela passou as costas das mãos pelo rosto molhado. Passei os dedos em baixo dos olhos dela, tirando as lágrimas dali.

— Tá melhor? — perguntei só por conveniência, já sabendo qual seria sua resposta. Ela balançou os ombros de uma forma triste e sentou-se na cama.

O quarto dela não era muito de menininha. Nenhum pouco parecido com os que eu já havia entrado, que mais pareciam que um dos ursinhos carinhosos havia vomitado em todos os lugares. O dela era todo azul com branco, e em qualquer lugar que se olhasse dava para ver livros. Em cima do criado-mudo, nas inúmeras estantes, em cima da cama. O meu presente de natal iria apinhar ainda mais aquele quarto de livros. A única coisa realmente menininha que havia era uma placa azul, um tom mais forte que o resto do quarto, na parede acima da cama, com o nome Allison cheio de brilho dourado, ao lado de dois pompoms amarelos berrantes das lideres de torcida do colégio.

Me abaixei perto dela, as mãos em seus joelhos descobertos. Ela olhava para baixo, para as próprias pernas.

— Vai me contar? Ou quer que eu conte o que já sei?

So Much CloserOnde histórias criam vida. Descubra agora