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Ayron está encostado na parede, um sorriso provocador nos lábios, como se tivesse acabado de devorar um banquete, e eu sou a sobremesa que ele mal pode esperar para saborear. O ar entre nós é pesado, carregado de uma tensão que poderia ser cortada com uma faca.

── Você demorou, ─ ele diz, sua voz baixa e rouca, quase um sussurro. ─ Pensei que você estivesse se perdendo em seus pensamentos sobre o que acabou de acontecer.

Sinto meu rosto esquentar, mas não posso desviar o olhar. Há algo nele que me atrai como um ímã; a forma como ele se movimenta, a confiança que exala a cada passo. Ele é um mistério envolto em sombras, e eu sou uma mariposa atraída pela luz — ou pela escuridão.

── Eu só… ─ começo a falar, mas as palavras falham. O que posso dizer? Que não consigo parar de pensar sobre o prazer que ele me proporcionou? Que minha mente ainda está girando com a intensidade do momento?

── Não precisa dizer nada. ─ Ele dá um passo à frente, sua presença dominadora preenchendo o espaço entre nós. ─ Eu já sei o que você quer.

Aquela frase é como um feitiço. Um desejo profundo e obscuro surge dentro de mim, tão forte que quase me faz perder o fôlego. A ideia de me entregar completamente a ele, de ser consumida por essa paixão avassaladora, é irresistível.

── Você sabe que isso não é apenas diversão para mim, não é? ─ murmuro, tentando manter uma fachada de controle. A verdade é que estou mergulhando em águas profundas e desconhecidas.

Ele se inclina mais perto, seus olhos negros como a noite me encarando intensamente.

── Para mim também não é apenas diversão. É… algo muito mais intenso. E você deve saber: eu sempre obtenho o que quero.

A promessa nas suas palavras ressoa em mim como um eco sombrio. Um arrepio percorre minha espinha e eu sinto meu corpo reagir à sua presença poderosa.

── Então, o que você quer? ─ desafio, mesmo sabendo que estou prestes a me render àquela sedução irresistível.

── Você sabe exatamente o que quero ─ ele responde com um sorriso torto, antes de me puxar para perto dele novamente. O calor do seu corpo contra o meu faz com que eu perca qualquer resistência restante.

Naquele momento, percebo que estou disposta a seguir esse caminho obscuro com ele, onde prazer e dor se entrelaçam em uma dança sedutora — e perigosa.

(...)

── Você precisa tomar cuidado com ele, Jully.

O tom de sua voz carrega um aviso que eu ignoro, como se o perigo fosse uma sombra que eu já conheço bem. O calor da festa envolve nossos corpos, mas tudo o que consigo sentir é o frio na espinha ao lembrar do toque dele.

Olhando por cima do ombro, vejo-o encostado no carro, uma silhueta obscura contra as luzes piscantes da festa. Ele parece um predador à espreita, os olhos fixos em mim como se eu fosse a única presa em sua visão. O ar ao meu redor se torna denso e pesado, e a música, que antes pulsava como um coração vibrante, agora soa distante e etérea.

── Eu sei que você gosta dele ─ diz Leya, puxando-me de volta à realidade.

Eu quero protestar, mas as palavras morrem na minha garganta. O que sinto por ele é uma mistura de atração e repulsa, como o fogo que queima e a água que apaga.

Leya me puxa para longe do carro, mas não consigo evitar olhar para ele mais uma vez. Ele está sorrindo de um jeito que me faz tremer; um sorriso que pode ser tanto sedutor quanto ameaçador. A sensação de estar sendo observada é palpável.

── Vamos dançar ─ sugere Leya, tentando me distrair.

Mas enquanto ela me arrasta para o meio da multidão, não consigo evitar a sensação de que ele está ali, em cada passo que dou. E quando os ritmos frenéticos da música tomam conta do meu corpo, minha mente divaga para os momentos sombrios que compartilhamos. A forma como ele me toca ainda ecoa em minha pele, queimando como uma marca indelével.

A festa se transforma em um turbilhão de risos e vozes, mas eu me sinto perdida em um labirinto de pensamentos obscuros. É como se a escuridão dele estivesse me envolvendo lentamente. E quando percebo que não consigo escapar dessa atração perigosa, uma parte de mim se pergunta se realmente quero escapar.

Assim que os acordes da música mudam para algo mais lento e sensual, olho novamente para trás e encontro seus olhos fixos em mim. Ele sorri novamente, e dessa vez parece mais um convite do que uma ameaça. Um convite para dançar nas sombras e explorar o desconhecido.

E nesse momento fatídico entre a luz e a escuridão, sei que não posso resistir ao chamado dele.



Eitha minha gente que é babado...

Tão gostando?

Devo mudar algo?

Comentários me motiva, portanto deixa um comentário por favor.

Sei mas acho que amo o Ayron Clyer.

DEVIL BOY¹⁸ Onde histórias criam vida. Descubra agora