Chance, tempo e incerteza.

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São Paulo
maio, 2023.

O dia começou especialmente agradável para Rafaella, apesar de ter se estressado por ter acordado meia hora antes do despertador tocar, com os pássaros barulhentos como sempre em seu telhado, com a demora de Mariana para tomar café e algumas broncas de seus pais. No momento em que ela despertou e abriu os olhos, um sorriso se formou em seu rosto, seu primeiro pensamento foi Bianca, o acordo e a abordagem desastrosa dela. Em poucos minutos ela já estava ansiosa para encontrar a carioca, e ignorando todos seus problemas matinais, nesse dia eles eram apenas coisas bobas. O caminho com Mariana foi agradável, ela conversou com a garota o trajeto inteiro ao invés de ficar calada ouvindo música, a única coisa que lhe incomodou foram os passos lentos da irmã, mas ela não reclamou, ela não iria obrigá-la a correr tão cedo.

Quando a mineira chegou em sua sala de aula, Bianca e suas amigas já estavam em seus devidos lugares, Rafaella sorriu ao ver a carioca que sorriu igualmente, amplamente.

R: Oi, Bi - deu um beijo na bochecha da garota - Oi, Gi, Oi, Manu! - cumprimentou as amigas, assim que sentou em sua mesa.

B: Oi, gatinha! - cumprimentou sorridente.

G: Ai, eu não ganho um beijinho também? O que isso? Preconceito com nós atrizes? - apontou para ela e Manu.

R: Sim, não fazem meu tipo - brinca, dando de ombros.

M: Magoou, Rafaella - diz entre risos.

Mr: Fazem o meu - comenta sorridente e Manu franze as sobrancelhas - As Atrizes...fazem meu tipo. Os atores também - diz e sorri nervosa.

G: Ah, que bom, temos chances com pelo menos uma Kalimann, Manu! Não é ótimo?

M: Uau, demais - ironiza - Eu prefiro os cantores, em especial, chamados Fiuk

G: Lá vem Manu, 'enfeiar o assunto.

B: Ela não perde a oportunidade de mencionar o príncipe dela.

Mr: De ressaltar que gosta dele, engraçado isso.

M: O que é engraçado, Mariana? - cruza os braços.

R: Nada, calem a boca que a professora está chegando - diz levemente impaciente.

As meninas encaram Rafaella por alguns segundos e depois desviam o olhar para a professora entrando na sala. Alguns minutos depois Bianca vira para encarar Rafaella, que mexia no celular.

B: Não manda as meninas calarem a boca, que feio - cochicha.

R: Desculpa, falei sem pensar  - encara a carioca.

Bianca nega com a cabeça e pega o celular no bolso, ela escreve uma mensagem no grupo com as amigas e mostra para Rafa antes de enviá-la.

"A Rafinha pediu desculpas pela grosseria e disse que ama muito vocês"

R: Ei, eu não disse que amava elas.

B: Você odeia elas? - pergunta simples.

R: Não - responde em tom de obviedade.

B: Então você ama elas - conclui, sorrindo fraco para a mineira.

R: Seu pai falou alguma coisa sobre a filha dele em clima de romance na porta de casa? - pergunta mudando de assunto e desliga o celular.

B; Ele perguntou se estávamos namorando - diz entre risos.

R: E o que você respondeu?

B: Que não, mas que estávamos quase. Eu não ia passar a noite inteira explicando sobre nossa tentativa, né?!

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