paneminem

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Estavamos em uma pequena cabana na floresta, já faziam alguns dias desde que fugimos do doze. Para onde? Não fazíamos ideia.

Após os jogos, com a morte de Sejanus e soldados por toda parte, tudo o que eu um dia pensei conhecer se tornou um borrão. O mundo deixou de ser dividido em preto e branco, certo e errado, e tomou nuances incertas de tons de cinza.

Coryo havia saído para pescar algo para o jantar, e para o almoço se tivéssemos sorte. Aproveitei que ele estava fora e não voltaria por ao menos uma hora e decidi preparar um pequeno bolo de frutas silvestres, afinal, era dia dos namorados. Eu não sabia bem o que éramos naquele momento, nunca havíamos tornado nada oficial, colocado em palavras ou papel. Mas ele desistiu de todo seu legado para fugir comigo, isso significava algo. Independente de qualquer outra coisa, estavamos juntos agora.

- Ella? Estou devolta! - ele anunciou entrando na cabana e retirando seu casaco - Os peixes que peguei vão durar até amanhã... Achei alguns coelhos, mas não peguei já que da última vez quem quase foi para as brasas fui eu.

Caminhei até ele com um sorriso em meu rosto. - São pequenos animais indefesos, não podemos comê-los.

- E por acaso os peixes podem se defender?

- Não... Mas eles não são fofos e felpudos, então...

- Ah, claro. Faz todo o sentido. - Ele riu envolvendo seus braços em minha cintura. - Hmm... Que cheiro é esse?

- Não sei do que você está falando. - me afastei, voltando para a cozinha.

- O que você aprontou aqui, hm? - ele me seguiu, curioso. - Um bolo?

- Sim. - Corei no momento, percebendo o quão bobo aquilo poderia soar. - Eu-... Aproveitei que você estava fora e fiz. - Eu sorri.

- Nós quase não temos mais comida aqui... e você fez um bolo?

- É, mas-... Você não gostou?

- Eu não preciso de bolos, tortas ou que seja. Estamos tentando sobreviver em uma floresta, Ella! O que você estava pensando?

O sorriso em meu rosto se desmanchou. - É claro, eu não sei onde eu estava com a cabeça... Eu vou para o quarto. - Falei baixo, sentido meus olhos ficando mais úmidos.

- Ei, ei, ei. O que foi? - Ele apareceu na minha frente em uma fração de segundo, colocando as mãos em meu rosto, me fazendo olhar para seus olhos.

- Eu só queria... Eu pensei-... É dia dos namorados, Coriolanus. - Resmunguei desviando o olhar.

- Oh... Oh. - Uma pontada de arrependimento pareceu ter o atingido- Ah, Ella... Eu não sabia. Eu nao quis-

- Não, está tudo bem. - Forcei um sorriso. - Não é como se nós dois fossemos... Você sabe.

- O que? Não me diga que você precisa que eu diga com todas as palavras. - ele riu baixo - Aquele maldito coelho está saltitando por esta floresta agora. Eu mataria e morreria por você. Você precisa de mais alguma prova de que você é tudo o que importa para mim?

Meu olhar voltou a seus olhos azuis como um lago profundo no inverno. Eu podia sentir como suas palavras eram verdadeiras, como foram convertidas em sua respiração quente contra minha pele. Um rubor agora cobria não somente meu rosto, mas também o dele.

Eu sabia que em algum outro contexto, eu acharia aquela confissão preocupante e até mesmo assustadora, mas... Eu senti uma faísca em mim. Ele despertava algo em mim que eu poderia descrever somente como um dos mais básicos instintos humanos.

‐ Os céus sabem como eu odeio não poder te dar tudo o que você deseja... Mas me deixe compensar. - Ele acariciou meu braço, deslizando os dedos por minha pele e depositou um beijo suave em meu rosto.

one shots para a diva Onde histórias criam vida. Descubra agora