•ENTÃO, USEM SEUS ROSTOS BONITOS•

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Brianna estava sozinha desde os 12 anos.

Seus pais haviam morrido em um estouro de uma barragem, afogados. Ela não tinha mais nenhum parente vivo, então, o prefeito simplesmente deixou que ela continuasse vivendo sozinha, não se importando muito. Ela havia recebido um seguro com uma quantia significativa, e após comprar a sua câmera, ela havia sobrevivido com o restante desde então.

No dia da Colheita, Brianna acordou cedo. Ela lutou para domar seus cachos rebeldes por alguns minutos após o banho, mas desistiu, pensando que aproveitar o tempo que tinha tomando café da manhã seria mais proveitoso.

Ela escolheu um vestido lilás que havia pertencido a sua mãe para vestir. Como era mais alta, ele ficava um pouco acima de seus joelhos, mas, ela se sentia bem nele, então, era apenas aquilo que importava.

Nos pés, calçou uma sapatilha nude, que havia comprado uma semana antes de um artesão na feira dominical que acontecia na praça do Distrito.

Assim que terminou seu café, ela saiu da sua casa, deixando a chave com a Sr. Moore, que morava na casa ao lado. Ela fazia isso em toda a colheita, pois sempre era um risco ela não retornar para casa.

O Distrito 5 não era um Distrito feio, e Brianna amava sua casa, mesmo que indiretamente a sua casa tenha tirado a sua família dela. Eram um distrito com pouca poluição, mesmo com as usinas de energia elétrica. A única coisa que não gostava dali era o incessante ruído produzido pelos fios de média e alta tensão graças ao "efeito corona".

Ela chegou a praça e logo foi em direção a fila para realizar o seu cadastro. Logo em seguida, seguiu imediatamente para a fila de garotas de 17 anos, tomando o seu lugar e esperando a Colheita começar.

Daphine Seralph logo subiu ao palco. Seus cabelos seram uma explosão de cores vibrantes, talvez em tons elétricos de azul, verde e roxo, habilmente estilizados em formas ousadas e incomuns. Ela usava uma maquiagem elaborada, com sombras cintilantes que imitam os cintilantes reflexos de eletricidade. Seus olhos estão adornados com pestanas longas e espessas, destacando-se com delineador dramático em cores reluzentes.

Ela vestia um traje extravagante que brilha e reluz com elementos metálicos e padrões geométricos, lembrando circuitos elétricos e engrenagens. Adereços exagerados, como luvas adornadas com luzes intermitentes ou acessórios que emitem sons mecânicos, completam o visual teatral.

-Senhoras e senhores, cidadãos do Distrito 5 - Daphine os cumprimentou - É com grande honra que hoje nos reunimos para comemorar o início dos 72ª Edição dos Jogos Vorazes! - aplausos mecânicos puderam ser ouvidos, poucos moradores tendo coragem de aplaudí-la - Hoje, dois tributos sortudos terão a chance de brilhar nos holofotes da fama, na arena dos Jogos Vorazes!

O hino de Panem tomou conta das caixas de som, a delegação da capital sendo os únicos que realmente o cantavam. Quando o hino acabou, Daphne se virou para as duas redomas que continham os nomes dos jovens do distrito.

-Chegou a hora - anunciou ela - Vamos escolher o tributo feminino primeiro - foi em direção a redoma com os nomes femininos - O tributo feminino deste ano é... Brianna Dynamo!

Brianna piscou surpresa, realmente surpresa que seu nome havia sido colhido. Ela viu as garotas da sua fila se afastarem, e uma atmosfera mórbida tomou conta do local.

Afinal, em 72 anos, o Distrito 5 havia tido apenas um vitorioso, que encarava toda aquela cena do palco, com cara de poucos amigos.

Ela foi escoltada por quatro Pacificadores até o palco, onde subiu as escadas e posicionou-se ao lado de Daphne.

-Agora, o representante masculino - Daphne anunciou, indo até a outra urna e retirando um papel - E o tributo masculino do Distrito 5 é... Aron Vicent - um movimento pode ser visto na fila dos garotos de 18 anos, e o tributo sorteado saiu, também sendo escoltado até o palco - Brianna Dynamo e Aron Vicent, os tributos da Septuagésima Segunda edição dos Jogos Vorazes.

[...]

Sem ninguém para se despedir, Brianna sentou-se em uma poltrona e aguardou até a hora de irem para o trem.

Uma vez dentro do vagão, Brianna se senta no sofá. Aron a encara por alguns segundos, antes de fazer o mesmo, e segundos depois, Declan Current entra na sala, encarando os dois adolescentes ali.

-Aqui estão os porcos para o abate desse ano - ele comenta, mal humorado.

-Declan! - Daphne ralha com ele.

-O que? Estou mentindo? - Declan a encara - Estou nisso há quinze anos, eu perdi 30 tributos.

Brianna o encarou, imaginando o quão difícil deveria ser para ele.

-Esse ano você pode ser surpreendido - Daphne retrucou - Os dois são mais velhos, e estão bem mais fortes do que aquelas crianças dos últimos anos.

-Seria legal não falar de nós como se não estivéssemos aqui - Brianna resmungou, antes que pudesse se segurar.

-Perfeito então - Declan a encarou - Vamos, bonitinha, me diga algo em que é boa?

-Eu... Tenho uma mira muito boa - Brianna respondeu e Declan a encarou.

-Se conseguir aprender a manusear uma arma, isso pode ser bom - ponderou - E quanto a você?

-Nada - Aron respondeu - Trabalho na usina desde que eu tenho 15 anos, não tive muito tempo de treinar.

-Bom, sempre pode existir um azarão - Declan comentou e escapou de um tapa desferido por Daphne - Então, vocês têm que fazer a Capital amar vocês se quiserem patrocinadores. A partir do momento em que vocês pisarem lá, vocês são uma mercadoria, e a minha função é vender vocês para que consigam ajuda para sobreviver. Então, usem os seus rostos bonitos e treinem os sorrisos simpáticos.

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Mais um capítulo saindo!

Como visto, não fiz um aesthetic do Aron, pois todos sabemos o que acontecerá com ele.

Não se esqueça de deixar o seu feedback e a sua estrelinha *-*

Volto em breve!

Além da Corrente - Finnick OdairOnde histórias criam vida. Descubra agora