Pluridor: 2099 (Romance cristão)

Capítulo 1

O ano era 2099, os países de todo o mundo se unificaram em um só, denominado PLURIDOR. Anna Robins se sentiu sozinha naquele momento. Sem os pais por perto, ela morava em outra cidade. E bem no ano em que um novo governo seria implantado.

Ela viu o crescimento governamental de perto. Primeiramente começaram com discursos que isso traria paz e seria uma alegria mútua para os cidadãos de todas as nacionalidades. Sem guerras, pois todos se tornaram iguais no PLURIDOR. Uma ideia linda, até mesmo Anna sempre desejava que a guerra cessasse. O governo recebeu uma grande aceitação do povo. Os jovens se candidataram para servir o PLURIDOR.

O tema se tornou cada vez mais presente nas casas, era sempre notícia de jornal. A internet só falava bem dessas mudanças e como isso as encaminhará para um futuro melhor. Ela leu mais alguns comentários "Essa é a esperança da humanidade. Nunca estivemos tão perto de vivermos o ápice do futuro."

A beleza desse governo, conquistou muitos aliados. Depois que esteve bem forte e com sua voz ecoando e direcionando várias idades. Aí que surgiu o problema. A paz que eles tanto ofertaram se tornou a paz deles e a dor do povo.

Anne pensava. Como podem fazer isso? O plano era levar paz com essa união, mas não há paz alguma! Eles utilizam o medo para manipular a massa, e a dor é a coleira que faz a população ser seu cachorrinho obediente prestes a implorar por migalhas que caem dos pratos dos mais afortunados.

Os anos se passaram, cinco anos exatos. Mas a dureza governamental fez parecerem 20 anos.Todos morriam de fome, os empregos foram minimizados por máquinas e inteligências artificiais. Por sorte Anna sabia consertar máquinas.

A sociedade foi ficando mais cruel. Crianças abandonadas, casais se separando por apenas uma refeição, amigos se tornando estranhos. Tudo era competição, não existia mais hospitalidade. O contexto era fome e dor, então eles obedeciam seus instintos, meus seus olhos jamais refletiram que a dor de suas barrigas vinham daquela falsa paz que apoiaram como governo.

Chegou um dia, Anna estava já juntando suas economias. O seu chefe a chamou em sua sala:

— Querida, você sempre foi uma funcionária exemplar e pacífica. Nunca elevou a voz para ninguém da equipe, sempre muito prestativa. Eu fiquei curioso, e ao olhar o seu currículo eu descobri uma coisa.

— Qual o problema chefe, fiz algo de errado?

— Sim, fez. Você põe em risco nosso atual governo. Nosso governo não quer pessoas que propagam a esperança, muito menos a fé. Nós não queremos que as pessoas pensem mais do que devem.

— Eu sou apenas uma cristã.

— É assim que as revoluções começam. Você está demitida.

Por sorte, Anna já estava juntando suas economias e tinha sua herança guardada. De modo algum que iria negar a fé que a sustentou todos esses anos. Ela teria que ter um plano, ela iria driblar esse governo, nem que fosse a última coisa que fizesse em vida. Ela estava exausta de ficar inerte e alheia a tanta violência.