Nossa última noite em baixo das estrelas - O fim ou o começo de uma nova vida?

- Capítulo 1

Início do ano, o ultimo ano.

Thedore Vicente acabará de sair de casa para seu primeiro dia de aula na tão temida nova escola, ele odeia o fato de ter se mudado e odeia mais a ser vizinho de seu rival de infância, Lucca Santiago.

Perdido em meio aos seus pensamentos sobre como odeia o que sua vida se tornara no ultimo ano, ele não olha por onde anda e esbarra em alguém, esse alguém era ninguém mais, ninguém menos que Lucca, que estava caminhando de skate na calçada, ambos caem juntos, Theodore ouve Lucca soltar xingamentos pro ar.

— Idiota, olha por onde anda — Lucca diz baixo, porém audível para que o garoto a sua frente o ouça.

— Dá pra você ser educado uma vez na vida? — Theodore bufa e se levanta, tirando a grama de sua roupa — Você não muda mesmo né, Santiago?

— Diferente de você eu olho pra onde eu ando, e eu sou educado, com quem eu quero —  Lucca se levanta e percebe que a roda do Skate machucou sua mão, mas ignora isso pelo ódio que estava sentindo agora — Que claramente não é seu caso, da próxima vez, para de ficar igual um bobo na rua e olha pra onde você está indo!

Theodore observa Santiago se afastar, ele ainda sentia ódio, mas decide não discutir, pelo menos não nesse momento, ele suspira e segue em direção ao caminho de sua escola, torcendo pra que Lucca também não estude com ele, pois ele já acha o maior azar do mundo ser vizinho desse babaca mimadinho, imagina estudar com ele? Ele anda por cerca de vinte minutos, não queria dar trabalho para seus pais, não queria eles gastando o pouco dinheiro que tinham com ele, então, foi a pé mesmo.

Ao chegar na escola ele vai direto pra sala de pedagogia pegar o horário da semana e ver em que sala tinha caído, ele mal prestou atenção nos outros nomes, mas, procurou o de Santiago quase como um louco psicopata, seus olhos vagando por cada nome que começasse com "L" para o seu azar, o nome de Lucca estava na lista, ou seja, seu rival estava sim em sua sala.

— Puta merda, esse filho da mãe me persegue — Ele susurra e acidentalmente a senhora próxima a ele o ouve.

— Disse algo, Sr. VIcente? — A mulher que provavelmente se chamava Rosália, ou pelo menos era o que estava em seu crachá, pergunta a ele com um tom pacífico.

— Não, só esperava mais pessoas na sala — Ele mente, nunca admitirá o motivo real, mas por dentro fervia de um profundo ódio por saber que agora irá conviver com Santiago literalmente todos os dias.

Ele rapidamente sai da sala, rasgando em mil pedacinhos e jogando o papel com a lista de alunos no lixo, como queria fazer com Lucca agora.

Theodore saiu da sala de pedagogia com um nó no estômago, sabendo que teria que enfrentar a presença constante de Lucca. Sentiu-se preso em um pesadelo do qual não conseguia acordar. Enquanto caminhava pelos corredores da escola, viu rostos desconhecidos e ouviu risos distantes. Era como se estivesse em um mundo paralelo, onde tudo o que importava era a presença irritante de seu vizinho.

Chegando à sala de aula, Theodore encontrou uma carteira vazia perto da janela e se sentou, tentando ignorar a ansiedade que o consumia. Seus pensamentos vagavam para Lucca e para o quanto ele odiava ter que compartilhar o mesmo espaço com alguém que parecia determinado a tornar sua vida um inferno.