Lyra se sente atormentada por um sono agitado, envolta em lençóis que parecem apertá-la como cordas ou algemas, seus lábios tremem em murmúrios ininteligíveis enquanto suas mãos se agarram com força aos tecidos de sua cama em puro desespero.
O suor frio escorre por seu rosto um tanto pálido contrastando com os fios ruivos de seu cabelo grudados em sua testa, seu corpo se contorce em agonia como se estivesse presa em um espiral descendente em direção ao vazio do espaço, era justamente sobre o que o pesadelo se tratava, a misteriosa queda.
No auge de seu pesadelo, um grito por um nome que ela desconhece ecoa por todo o ambiente sonial, era um grito alto e um tanto estridente que preenchia suas orelhas, ele cortava o ar como uma lâmina afiada, o mesmo estranho com cabelos negros como a noite e olhos tão azuis quanto o oceano é o sujeito que chama por tal nome enquanto olha para ela, ou para quem talvez ela costumava ser, ele chama pelo nome que ressoa no interior de Lena, fazendo com que seu coração disparasse.
"LYRA!!"
Aquele grito ensurdecedor a deu um clarão de lucidez em meio ao caos daquele terrível pesadelo, Lyra foi arrancada de seu sono agitado fazendo com que seu corpo se erguesse do colchão e dos lençóis com um salto repentino, seus olhos se abriram de par em par, ainda carregados de pavor e confusão contínuas, ela leva a mão trêmula até a testa, sentindo o calor do suor que molhava sua pele e o restante de seu corpo, sua respiração é rápida e irregular, era como se ela houvesse corrido uma maratona em questão de segundos, seu coração batia descompassado em seu peito com uma batida frenética que parecia ecoar como o grito que havia a despertado.
Lena estava de volta à realidade, mas o eco de seu pesadelo recente ainda ecoava em sua cabeça, ela estava segura em seu quarto novamente, e aquilo trouxe paz e tranquilidade para seu espírito por um momento, ela respira fundo ao perceber que o calor insuportável da noite anterior havia finalmente sumido de uma vez, um suspiro baixo de alívio escapa de seus lábios entreabertos, aliviando a pressão que antes pesava em seu peito.
Ela se aconchega mais profundamente nos lençóis buscando o conforto de seu próprio espaço, seu coração ainda batia em uma frequência um tanto incomum, mas agora mantinha um ritmo um pouco mais tranquilo, era um sinal claro de que o pesadelo estava finalmente perdendo seu poder sobre a moça.
Lyra fecha os olhos por um breve momento, permitindo-se afundar na calma escuridão reconfortante de sua mente, esperando dessa vez que nada de ruim lhe aconteça, quando abriu os olhos novamente, já era dia, ao notar a hora depois de olhar para seu despertador ela percebe que está atrasada para encontrar Selvig em seu laboratório.
Era cedo e os primeiros raios de sol daquela manhã espreitavam por sua janela entreaberta, pintando seu quarto com uma suave luminosidade dourada, apesar do horário ainda levaria um tempo para chegar na costa, mesmo de moto.
Sem perder um segundo sequer, Lena se lança para fora da cama com a agilidade de um felino assustado, ela atravessa o quarto a passos rápidos até seu banheiro, agarrando no caminho suas roupas que estavam jogadas na cadeira no dia anterior, após o banho ela observa seu reflexo no espelho, seus olhos escaneavam cada detalhe de sua própria imagem com uma certa atenção, ela nota vestígios de sono em seus olhos recém lavados e as marcas deixadas pela noite agitada ainda presentes em sua pele, seus dedos delicados alcançam o colar com pingente de cobra que repousava serenamente sobre o balcão da pia, como se estivesse de alguma forma esperando por ela.
Há uma hesitação momentânea em seus movimentos, uma incerteza pairava no ar enquanto ela considerava "vestir" a joia em sua mão, o metal frio e branco parecia vibrar sob seu toque, emitindo uma sensação estranha que a fazia recuar um pouco instintivamente, mas sua curiosidade venceu seu receio e com um suspiro ela colocou o colar em volta de seu pescoço, sentindo o peso reconfortante do pingente em sua pele.
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A Adaga e o Diamante
Фанфик•Eles são dois deuses criados pelo Pai de Todos e eventualmente se apaixonam, o que poderia dar de errado em um romance entre o Deus da Trapaça e a Deusa do Caos? O destino dos amantes divinos pode influenciar o equilíbrio do cosmos e do universo, o...