010

227 25 22
                                    

𝖉𝖊𝖆𝖗 𝖊𝖓𝖟𝖔 !
~ ও by: streetdenver

Quando tudo parecia estar indo bem, alguma coisa sempre atrapalhava o caminho de Guadalupe, mas nesse caso, o problema foi ela mesma. Não sabia oque queria, mesmk gostando dele, a confusão venceu e a deixou frustrada, ela queria resolver aquilo o mais rápido o possível, mas não tinha certeza se o amigo queria vê-la, ela não tinha ninguém que pudesse verdadeiramente a ouvir e a entender sobre Enzo Vogrincic.

Ela não negava, gostava dele e qualquer um que a perguntasse ela com toda certeza concordaria, apenas, não tinha certeza se era aquilo que ela queria, no momento, é óbvio. Desde que o rapaz pareceu durante a tempestade, ela se viu mais ocupada em ter alguém para conversar e passar o tempo, se sentiu estranhamente diferente.

Saía todas as noites para encontrar o rapaz, até então, que era apenas um bom amigo, gargalhavam, brincavam, e até dançavam quando estavam mais dispostos, se sentiam realmente bem com a campainha um do outro.  Mas ela sentiu que mudou desde o dia que ele a beijou, outro ato que ela achou magnífico, porém, no fundo algo ainda a fez estranhar.

Ela precisava parar com aquele pensamento e resolver logo as coisas.

―― Você está bem? ―― ela ouviu a voz atrás de si enquanto observava os bezerros longe, com o vento em seu rosto, se virou se sentindo surpresa ao ver quem estava alí.

―― Guilhermo! ―― ela sorriu indo na direção do mesmo. ―― Oque o senhor faz aqui?

―― Bom, Enzo me disse que você adora fazer campainha para as pessoas, e como ele está meio desanimado, não quis me acompanhar.

―― Desanimado...?

―― Você por acaso pode me acompanhar até a vila? ―― ele perguntou num tom calmo, ele provavelmente sabia oque havia acontecido, Enzo com certeza havia contado ao pai, e talvez, Guilhermo quisesse ajudar o filho.

―― Claro!

Guadalupe andou com seus pares de coturnos pretos e gastos até o homem e engatou o seu braço com o dele enquanto caminhavam em direção a estrada de terra logo a frente. Novembro estava próximo, e o vento ficava cada vez mais gelado, oque obrigava Guadalupe vestir cada vez mais peças de roupas, mas ela realmente estava animada para o inverno. Claro, o final do ano nem sempre era gélido, mas aqueles meses, estavam realmente de congelar.

―― Oque você tem com o meu filho, Lupita? ―― ela sentiu uma pontada ao ser chamada de Lupita pelo pai de Enzo, um sorriso mínimo se abriu em seu rosto enquanto ela encarou o chão para disfarçar o ânimo que sentiu.

―― Sinceramente, senhor Vogrincic... Eu não faço ideia, mas gosto muito do seu filho, como ninguém! ―― ela começou sentindo o olhar do mais velho atento sobre ela. ―― Eu o conheci a pouco tempo, mas foi o suficiente para eu me encatar por ele, eu sei que não somos apenas amigos, mas ontem, não tive coragem de falar isso para ele...

―― Então era isso que ele queria tanto ouvir... Sabe, Guadalupe, eu e sua mãe era exatamente como você e Enzo, claro, no final ela acabou com o Pedro e eu... Bom, também me casei. ―― explicou. ―― Essa confusão no seu peito, eu também senti, e foi isso que nós destruiu, não é fácil, eu sei. Mas você precisa aprender a lidar com ela, ou senão, ela vai tomar conta de tudo.

―― Você e meu pai eram amigos, não é?

―― Éramos, eu amava o seu pai como um irmão. E amava Janette como a minha princesa. Eu vejo muito dela em você, mesmo que os seus olhos sejam os de Pedro...

𝖉𝖊𝖆𝖗 𝖊𝖓𝖟𝖔 ━━ Enzo Vogrincic Onde histórias criam vida. Descubra agora