01. O comendador, a imperatriz e o ninho da serpente

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Só de ver o seu reflexo quase maltrapilho como o de um espantalho, Maria Ísis com um soco certeiro quebrou o mesmo em múltiplos pedaços, igual o diamante rosa da sorte de seu ex amante se quebrou um dia. Sua mão sangrava, assim como a farmacinha do banheiro onde jaziam os cacos de vidro do espelho quebrado, a ruiva não aceitava o término de seu caso com o Comendador, o homem de preto, perde - lo para a Maria Marta era um acinte a sua juventude e beleza e ela sabia muito bem disso. Para Isis, sua rival não passava de uma velha amarga e mal acabada, e justamente por esta razão, ela não aceitava ser trocada pela mesma. Mas não aceitava mesmo, mas por sorte, a ruiva tinha alguns aliados, Danielle e seu amante Escobar, de cabelos negros e olhos azuis de descendência portuguesa por parte de mãe. Fora, é claro, uma antiga inimiga de Ze Alfredo que tinha um baita trunfo contra ele é a esposinha dele, Maria Marta. Essa aliada misteriosa usava o nome de Marcela Madalena Alcântara Diniz, uma identidade falsa, naturalmente. A ruiva também pretendia usar o João Lucas, filho mais novo do Comendador com a Maria Marta como já tentou fazer antes, ainda mais sabendo o quanto o mesmo já a desejou num passado não muito distante.



- Não vá meter os pés pelas mãos mais uma vez, Ísis - Diz Marcela Madalena em uma vídeo conferência com Maria Ísis - E pelo amor de Deus dá um jeito nesse seu cabelo todo desgrenhado. Você está horrível e em um estado lastimável e deplorável.


- Você parece a minha mãe - Diz Maria Ísis, meio irada - E eu odeio a minha mãe.com todas as minhas forças. E te odeio também, tanto quanto odeiei a sua filhinha bastarda um dia.


- Bem, não falemos da Nora por agora, não paga a pena, ela está morta, e não importa mais - Diz Marcela - A questão agora é separar o Comendador da insuportável Maria Marta, a perua que vive de nariz em pé e se acha melhor do que todo mundo. Ela é uma mulherzinha, simplesmente, detestável.


- Disso, eu não posso discordar, e nem poderia - Diz Maria Ísis - Já que também não suporto aquela megera metida a madame, mas você tem certeza de que esse seu plano é mesmo uma boa ideia?


- É perfeita, basta você fazer as coisas do jeito certo dessa vez, e isso só vai dar certo de você aprender a ouvir mais os meus conselhos e os pôr em prática o quanto antes, Ísis - Diz Marcela.


- Você fala de mim, mas até onde sei, o Zé nunca foi seu, pelo menos já tive bons momentos, mas não posso dizer o mesmo de você - Ironiza a ruiva, sorrindo cínica - Mas quanto ao seu trunfo? O que ele é? Ou melhor perguntando, quem ele é?


- Creio que por enquanto isso não seja da sua conta - Diz Marcela - Então melhor não tocar mais neste assunto, pelo menos, não por enquanto, claro.














Visitando o seu filho num sanatório judicial, Maria Marta mal podia acreditar no que via, seu primogênito nem de longe era o homem que ela imaginou que um dia seria o presidente da Império. Maria Marta só via agora o quanto estragou a vida de seu primogênito com mimos mais do que desnecessário.

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