001

129 16 2
                                    


A definição de ódio não era nada perto do que Clarisse sentia ao saber que o novato sem nenhuma experiência conseguiu acabar com um Minotauro antes de chegar ao acampamento.

— Isso não é nada demais, Clarisse! - Tento acalmar os nervos que faltavam sair do corpo da morena.

— Por que você nunca se importa com o que é de fato importante? - Ela altera o tom de voz se levantando de sua parte da beliche e vindo em minha direção com o olhar mais raivoso do mundo. — Ele está roubando MINHA atenção, MINHA. - A mais velha retruca quase rangendo os dentes e sai batendo a porta do chalé.Algo normal para filhos de Ares, certo?

Lidar com ela nunca foi fácil, nunca compreendi aquele egocentrismo e vontade de estar sempre no topo até ela ser aclamada por Ares. Enquanto eu, permanecia como companheira dos filhos de Hermes por enquanto, mas sempre fazendo presença aos do chalé 5 por conta da conselheira, vulgo Clarisse.

— Marylin! - Escutar a voz de senhor D ecoar alto não era algo raro por aqui. — Quíron precisa falar com você. - Ele me chama pelo lado de fora daquele chalé vermelho me fazendo sair dele.

Ele me analisa com aquele semblante embriagado, era até estranho o fato de que ele sequer bebia após seu castigo.

A única coisa que tem de seu pai são os olhos. - A frase que ele não hesita em soltar sempre que me vê.

— Imaginei que Ares tivesse olhos vermelhos que nem sangue, talvez eles não sejam como pensamos. - Respondo ríspida.

— Não me recordo de Ares ter te aclamado. - Ele faz uma careta confusa e se vira sem mais nem menos.

Esse velho precisa de um shot bem alcoolizado pra voltar os neurônios pro lugar.Bufo com sua resposta batendo os pés em direção à casa grande para ver o que Quíron quer comigo.

— Preciso que ajude Will, Percy ainda não se levantou e ele está muito ocupado. - O homem alto fala simplista.

— Eu tenho cara de médica, senhor Quíron? - Falo irônica fazendo o mais velho soltar uma risada, e como reação eu arqueio a sobrancelha.

— Nenhum pouco, mas sabe agir como uma. Já ajudou Will algumas vezes, não custa nada. - Ele responde erguendo uma tigela de madeira funda com ervas de lavanda.

Apenas peguei o objeto de sua mão e me direcionei até a enfermaria me deparando com um loiro desacordado e um sátiro mais preocupado que uma mãe.

— Não me diga que esse garoto de no máximo 15 anos e com esse físico matou um Minotauro. - Falo ao me aproximar e vejo o sátiro se assustar. — Relaxa.

Peguei uma flanela morna e coloquei na testa do garoto que estava em um sono e tanto, depois colocando a tigela próximo às suas narinas.

— Como está Clarisse? - Grover questiona.

— Sua pergunta é mais óbvia do que parece. Ela vai fazer de tudo pra ficar por cima. - Respondo ainda com o olhar atento em Percy que começou a responder aos estímulos da lavanda, torcia o nariz como se fosse espirrar em breve e começou a abrir os olhos zonzo.

Aquelas íris cristalinas se arregalam em minha direção e o garoto se  senta de forma impulsiva na cama.

— Eu sei que parece um sonho, que está assustado, mas já adianto que a dor de cabeça vai continuar o dia inteiro. - Falo direta ainda observando a reação confusa do garoto.

— Cadê minha mãe? - Ele ignora completamente minha fala e volta a atenção para o sátiro. — Onde está minha mãe Grover?!

O moreno abre e fecha a boca como se fosse falar algo mais nada sai. Eu entendo, era a pior notícia que alguém poderia receber agora.

E-eu sinto muito Percy.






𝐂𝐡𝐚𝐧𝐠𝐞 𝐦𝐲 𝐦𝐢𝐧𝐝 - 𝙋𝙚𝙧𝙘𝙮 𝙅𝙖𝙘𝙠𝙨𝙤𝙣 (𝙒𝙖𝙡𝙠𝙚𝙧 𝙫𝙚𝙧𝙨𝙞𝙤𝙣)Onde histórias criam vida. Descubra agora