Destinos Entrelaçados

Prólogo

  Ele abriu os olhos sentindo eles queimarem, junto com sua garganta, além do corpo dolorido. A morte não significava que ele não sentiria mais nada? Ele não lembrava de outras vezes ter sentido esse tipo de sensação. Era estranho, ele não gostava de estar morto, mas talvez sentir dor eterna, fosse o justo por seus pecados. Ainda sim, ele se sentia estranhamente vivo. Havia alguma coisa de errado com ele. Ele olha a sua volta e não reconhece o local, parece um tipo de quarto. Ele começa a sentir um gosto amargo na boca, ”Droga! O que houve?” Ele lembrava da guerra, da luta contra o Jinchuuriki nove caudas e o pirralho Uchiha. Lembra da traição do Zetsu, lembra de Kaguya, lembra da conversa com Hashirama. Então porque ele tinha certeza de que algo estava errado. 

  Ele forçou os movimentos dos dedos, e estranhamente conseguiu mexer as mãos, depois os pés. Forçou o corpo a levantar e percebeu que estava em um estranho aposento, onde havia um vaso sanitário, pia, mesa com uma cadeira e a cama em que estava. Ele conseguiu estranhamente se levantar e caminhar até ao que parecia a porta. Tocou a parede ao lado da porta e percebeu que havia um selo de contenção. Franziu o cenho e percebeu suas roupas, uma camiseta simples preta de mangas curtas e uma calça também preta. Olhou de volta para cama, e havia um travesseiro e um cobertor. 

  Viu que havia um espelho em cima da pia, “Não preciso de espelho na vida após a morte.” Ele se aproximou e pegou o objeto na mão, aproximando do rosto. Para logo em seguida paralisar de choque. Ele parecia um pouco mais jovem do que quando ressuscitou na guerra, talvez uns 6, 7 anos mais jovem. Ele lembra de que ressuscitou em seu auge, por volta dos 40 anos de idade. Porque ele estaria mais novo?

  — O quê… Estou vivo?... E… preso?!

—//—//—

  — Ainda não tenho certeza se isso é uma boa ideia. Sem ofensa a sua sabedoria, é claro. É só que… o homem coçava a cabeça, um tanto sem jeito e preocupado.

  — Tudo bem, Hashirama. Entendo suas preocupações e dúvidas. Mas como ancestral do clã Senju e Uchiha, tenho também zelo pelas suas continuidades. Infelizmente não há muito o que fazer pelo seu clã. Sua neta não teve filhos. Mas ainda há uma chance de salvar os Uchihas.

  — Há Sasuke. Ele pode restaurar o clã.

  — Sasuke neste momento está lutando contra Naruto no vale do fim. Ele ainda não entendeu o caminho certo. E recusa ser salvo. 

  — Ele vai morrer? 

  — Não. Mas também se continuar apenas por ele, o clã Uchiha será extinto completamente, cedo ou tarde. Ele estendeu a mão, e uma espécie de janela se abriu no ar, revelando um Madara confuso do outro lado.

  — Madara. A voz de Hagoromo soou pelo ar, o Uchiha se virou atento, observando detalhadamente o homem, além de olhar fixamente para Hashirama.

  — O que é isso? Que espécie de vida após a morte é essa?! Ele exigiu irritado. Mesmo que por dentro, ele estivesse derrotado.

  — Você está vivo, meu amigo! Disse Hashirama de forma animada. O Uchiha arregalou os olhos e olhou para o sábio dos seis caminhos, com a face mais aplacada.

  — Porquê? O homem sorriu brevemente.

  — Você ganhou mais uma vida, Madara. Mas por hora… você ficará com seu chakra selado, até expiar seus pecados.

  — Eu não quero mais uma vida. Não quero, anseio e almejo mais nada. Ele disse amargo. Hashirama suspirou, percebendo que seria um longo caminho.

  — Você ainda tem uma obrigação com seu clã. E terá a oportunidade de ter uma vida cheia de coisas que nunca teve. Oportunidade de viver a paz. O homem franziu o cenho e desviou o olhar.

  — Já disse que prefiro a morte.

  — Você não morrerá tão cedo novamente Madara. Existe alguém que você tem o direito de conhecer em vida. E providenciarei para que isso aconteça no tempo certo, desta vez.