Inflexão (MadaSaku)

61 - Condescendência, Modéstia e Danação

Notas do Autor

Hello everyone!

Tão cedo, ou tão tarde, postando, não é? Então, eu me empolguei muito com esse capítulo. Vou dormir um pouco e volto para responder aos comentários fofos que vocês me deixaram no capítulo anterior e aqueles que deixarem neste. Desde já agradeço e desejo que apreciem o que escrevi com tanto amor para vocês.

Beijos e boa leitura!

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O toque leve e afável arremeteu Sakura ao dia em que estiveram próximo ao rio, quando Madara, desesperado, procurou-a para implorar que salvasse Izuna. Sakura consolou-o e desde aquele dia o coração dela ao dele ligou-se. Mesmo distantes, ambos passaram a sentir-se unidos e a prova disso era que, desta vez, o sinal de afeto não partiu de Sakura, mas de Madara. Não foi algo que poderia ser despercebido, um mero instinto como se tratou de dar as mãos naquela ‘visão’ em que corriam para o clã. Também não foi um toque com intenções sexuais. Não. O que ocorria entre eles era puro e simples afeto e carinho. Afeto vindo de um homem que travou as guerras mais sangrentas de que se tinham notícias na história de Konoha.

Sakura acostumou-se com a compreensão de que Uchihas raramente mostrariam afeto abertamente. Com Sasuke era assim, qualquer gesto ou até um olhar, destinado a ser um carinho, trazia um fundo de desconforto, como se ele não tivesse certeza de que era o certo investir nela. Era inimaginável então que logo o mais temido Uchiha de todos os tempos, o lendário Fantasma do clã, lhe faria uma declaração tão afetuosa, pura e livre de insegurança, raiva ou malícia.

Não, ela não se preparou para isso. O que justificou inabilidade de articulação de palavras para responder qualquer coisa ao temido shinobi que a chamou de esposa e pediu para que ela mantivesse a si mesma segura na ausência dele. Ela, ainda boquiaberta, encarou-o diretamente nos olhos negros, descobrindo neles sentimentos genuínos de afeto e ternura.

Sakura tomou a mão dele, apertando-a e sentindo o calor suave. Corajosamente, levou-a aos lábios, beijando o dorso e, então, segurando-a delicadamente. Foi a vez de Madara surpreender-se. Apesar de conhecer a natureza doce da kunoichi, ainda o surpreendia que alguém com um coração tão bom pudesse tratá-lo tão bem, mesmo sabendo o quão odioso ele tornou-se ao longo da história, especialmente para ela.

“Fique perto e manteremos seguros um ao outro”, Sakura apelou.

“Tenho certeza de que compreende cada uma das razões que me impedem de fazê-lo”, Madara virou-se, retirando a mão do contato com a dela. “Eu não voltarei atrás com meus objetivos. Não existe, nesse plano, quem possa me fazer mudar de trajetória. Todavia, se você se importa comigo, pode me dizer o que de fato me impediu de completá-lo e, então, me permitir enviá-la para um futuro melhor.”

Sakura estreitou os olhos, cruzando os braços. “Isso está fora de questão.”

Madara olhou-a de soslaio, por cima do ombro, mas nada disse, deixando-se refletir em como era difícil esse embate entre o que queria e o que deviaria fazer. Nada nunca foi simples na vida dele, porém, Sakura foi a única, depois do Senju, que o fez pensar em desistir do caminho que para ele era como o próprio nindou. Exatamente, se para Naruto o objetivo de tornar-se Hokage e ser reconhecido como o maior ninja era um nindou, como ele falaria anos mais tarde, o nindou de Madara era salvar o mundo shinobi, dar um futuro sem perdas e tristeza a todos, não importava a que custo, mesmo a vida dele se preciso fosse.

Ao perceber que o homem se aprofundava nos costumeiros pensamentos sombrios, a jovem descruzou os braços, inquieta e sem ideias do que fazer para evitar que ele retornasse ao estado soturno de pouco antes do casamento.