Era uma vez um reino de eterna primavera, onde o sol esbanjava raios dourados nos céus límpidos, riachos cristalinos serpenteavam os magníficos campos verdejantes, que se estendiam até onde os olhos alcançavam. Em suas margens, flores exuberantes dançavam ao sopro suave da brisa constante, as plantações sempre geravam colheitas fartas e ninguém tinha fome.
No horizonte, as torres dos palácios erguiam-se como guardiãs do paraíso, suas cúpulas reluzentes capturando os raios solares como espelhos. As moradias, todas bem arquitetadas, pareciam esculpidas com um toque celestial, refletindo a harmonia que permeava cada centímetro daquela terra abençoada.
A prosperidade atingia até mesmo as camadas mais baixas da população. Os súditos caminhavam pelas alamedas, seus rostos iluminados por sorrisos genuínos todo o tempo, sem exceção. No reino encantado não havia desolação, nem pestes a macular a pureza do ar ou a colheita das plantações.
Entretanto, no coração desse paraíso aparente, o príncipe Lee Minho, herdeiro da felicidade cor-de-rosa, encontrava-se envolto por uma névoa de monotonia. O brilho das cores vibrantes parecia ofuscado em seus olhos, ele só via tons monocromáticos de uma paleta sem vida. Os sorrisos ao seu redor pareciam um constante lembrete de que ele não podia sentir tristeza ou desânimo. Toda a perfeição surreal que envolvia o reino o tornava... tedioso.
Nunca haviam mistérios, desafios ou qualquer problema para solucionar. Nenhuma guerra, violência ou crime assolava o lugar, nenhuma doença tirava a disposição dos trabalhadores, nunca haviam motivos para chorar, a não ser de alegria. Nenhum conflito ou desentendimento precisava de mediação, todo ato praticado tinha como objetivo a benevolência.
Minho sentia-se culpado por estar se sentindo desacorçoado. Ele deveria agradecer por viver em campos tão prósperos e pacíficos. Repleto de súditos satisfeitos... mas fracos, pela ausência de dificuldades. Com governantes de enfeite que nem para performar uma boa peça teatral serviam.
Mas cada riso parecia ecoar em sua mente de forma insistente e repetitiva, formando uma melodia desgastada aos seus ouvidos. Cada expressão de contentamento, antes acolhedora, agora parecia uma máscara que agravava a desarmonia que o príncipe sentia em sua própria alma. O mundo ao seu redor continuava a dançar na falsa alegria, enquanto ele se afundava em um mar de insatisfação.
Enquanto preparava-se para o baile da rosa mística a que fora convidado, ele suspirava longamente. Seus cabelos avermelhados, como a tonalidade vibrante de um pôr do sol, emolduravam suas sobrancelhas bem delineadas, seus olhos, claros como os céu serenos de seu reino, refletiam uma mistura única de melancolia e esperança, como se carregassem desejos guardados nas profundezas de sua alma.
Minho vestia um casaco pesado com ombreiras adornadas por intrincados bordados, cada detalhe costurado com a precisão de um artesão habilidoso. Sob o casaco, uma camiseta branca de colarinho alto com babados na gola adicionava uma pitada de elegância à sua figura imponente. Um colete fazia uma camada extra abaixo da gravata branca plissada que descia graciosamente por seu peito, realçando o pescoço esculpido com refinamento. Ajustando seu laço, o Lee examinava seu reflexo no espelho. Ele parecia bonito, embora apático.
O príncipe desceu as escadas de seu palácio luxuoso, em direção a carruagem que o aguardava, colocando sua cartola, até que um ruído incomum chamou sua atenção. Ele correu para fora e viu que na margem da floresta que se estendia em sua propriedade havia um garoto com vestes simples brincando com as folhas e gargalhando.
"Quem é este?", pensou Minho, já que nenhuma criança vivia em seu palácio. A farra que o pequeno fazia o atraiu, então, em um ato impulsivo, correu em sua direção.
No entanto, o pobre se assustou e embrenhou-se entre os pinheiros. O Lee chamou e chamou, mas o garoto escafedeu-se. O que seus olhos encontraram, no entanto, foi uma linda rosa crescendo isolada em meio a braquiária. Suas pétalas tinham um tom de vermelho vibrante único, a flor parecia... mágica.
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Enchanted | MinSung
Fanfiction"Ainda que eu viva mil vidas o amarei em todas elas, Jisung". Em um reino de fartura e paz, onde a prosperidade pinta paisagens perfeitas e a monotonia é previsível como um céu sem nuvens, Lee Minho, um nobre de espírito aventureiro, deseja mais do...