𝙋𝘢𝘳𝘢𝘯𝘰𝘪𝘢.

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𝘼 brisa um pouco agitada bate contra meus cabelos, através da janela aberta no carro, os bagunçando um pouco, me fazendo franzir levemente minhas sombrancelhas. Assim fazendo-me pausar minha música, qual eu estava ouvindo e desviar meu olhar para o motorista do uber, o mesmo que eu havia chamado.

— Posso fechar um pouco a janela, moço? _ digo o olhando esperando uma permissão dele para imediatamente a fechar.

— Uhum, a vontade, moça. _ diz o homem sem se importar muito, claramente só se importando em terminar logo a corrida.

Recebendo uma permissão por parte dele, rapidamente fecho o vidro da janela do carro quase todo sem fazer questão de agradecer ou algo do tipo, logo soltando um leve arzinho' de contentamento pelo nariz. Após isso, despauso minha música em meu celular e vou logo ajeitar meu cabelo, já que finalmente o vento não me atrapalharia mais.

Alguns minutinhos certificando que estava tudo arrumado e sem pontas soltas, decido mandar breves mensagens para minha amiga do colégio, _ a qual eu conhecia por alguns bons anos  _ para perguntar se ela iria mais cedo para a escola, já que era um dia que teria apresentação de alguns trabalhos em minha sala e precisariam se preparar, inclusive eu e a mesma. Em um movimento rápido, abro o Telegram' e mando algumas mensagens como; " Vai mais cedo pra escola, né? ", " Me responde logo, puta " entre outras..

Após um minuto, ela me responde para que eu parasse de a incomodar, ou seja, para que eu parasse de a " encher o saco ", dizendo entre algumas mensagens que estava terminando de se arrumar e que logo iria, me fazendo revirar os olhos preguiçosamente e antes que eu pudesse mandar uma mensagem a retrucando, o motorista do uber chega ao meu destino, me fazendo desviar a atenção de meu telefone e pegar em minha mochila o dinheiro da corrida, assim logo entregando ao homem que logo agradecia enquanto eu rapidamente abria a porta do carro e descia, levando minha mochila comigo.

Com um suspiro de frustração e tristeza, choramingo baixinho por ter chegado a porta do colégio, me fazendo andar para dentro da escola após abrir o portão da entrada, como um cão com o rabo entre as pernas. Caminhando um pouco em direção à minha sala, _ a exata 2°-D _ chego a bendita sala e jogo minha mochila preguiçosamente no " meu " lugar, me fazendo soltar um suspiro leve de alívio pelo peso tirado de minhas costas, literalmente.

Guardando meu celular no bolso folgado de minha calça, saio da sala e ando por um dos corredores da escola que estavam semi-vazios devido a ainda estar um pouco cedo em relação ao horário normal de funcionamento, me fazendo comemorar internamente pelo barulho ainda não estar em excesso. Em algumas caminhadas rápidas, chego a escada, tal qual levava para o 2° andar e me sento em um degrau aleatório, pegando logo meu celular e indo ler um pdf que eu havia preparado para estudar sobre a apresentação que eu teria que fazer, assim começando a me concentrar nele, pois estava com medo de acabar indo mal na apresentação.

Minutos se passando, começo a me sentir inquieta e minhas mãos começam a suar levemente, me fazendo torcer o nariz enquanto passo as mãos em minha calça, as esfregando, sobre uma tentativa de tentar limpar-las. Cansando de as esfregar, olho para a palma de minhas mãos agora vermelhas mas ainda com um aspecto suado, decido ir as lavar finalmente, levanto do degrau qual eu estava sentada e começo ir em direção ao banheiro feminino mais próximo.

O banheiro estava sujo e com coisas esquisitas escritas nas suas paredes, devido ao quão costumeiro já havia se tornado, não faço questão de prestar atenção nas barbaridades cravadas sob a superfície sólida. Apenas ligo a torneira o mais rápido possível e molho minhas mãos em descrença, fazendo a água inicialmente fria se despejar em minhas palmas quentes e se tornar morna, assim com alívio a não estar sentindo mais minhas mãos pegajosas, começo a me dirigir para fora do banheiro, mas claro antes me certificando de fechar a torneira.

— Me bateu mó ansiedade do nada, tendi' foi nada.. _digo para mim mesma, apenas divagando como se estivesse dialogando comigo mesma.

Seguindo o caminho para fora do banheiro feminino, sinto um arrepio passar por todo meu corpo, além de um embrulho no estômago que era causado por uma ansiedade súbita novamente. Ocasionalmente olho para as cabines do banheiro, sendo seguida por uma leve sensação agonizante de que havia mais alguém no banheiro mas com intenção, minha cabeça já projetava que havia alguém no banheiro comigo, e essa pessoa estava me observando.

𝘔𝘢𝘴 𝘩𝘢𝘷𝘪𝘢 𝘳𝘦𝘢𝘭𝘮𝘦𝘯𝘵𝘦 𝘶𝘮𝘢 𝘱𝘦𝘴𝘴𝘰𝘢?

Franzindo minhas sombrancelhas, decido apenas ignorar essa sensação e sair logo do banheiro, pois eu mesma sabia que eu era um tanto paranoica e esta seria mais uma das vezes, que minha mente estaria tentando me pregar uma peça. Rapidamente por medo de virar uma protagonista de um filme de terror, mesmo sabendo que não seria nada demais, saio do banheiro e vou para um dos corredores que já não estavam mais tão vazios e me escoro em uma parede aleatória, querendo apenas me acalmar por um momento.
Mantenho meu olhar fixo em alguma coisa aleatória, antes de ser tirada de meu " foco ", assim mudando meu olhar para quem estava me incomodando agora, logo minha expressão se suavizando para a pessoa.

— Que cara é essa? Acorda, são 7:14 e eu sei que você acorda cedo pra' caralho, então não vem me dizer que tá com sono logo agora. _diz Amanda com " sua cara de bom humor " de sempre, sendo a boa amiga que dá o seu maravilhoso apoio por meio de tapas.

— Não enche não, garota. E aí, estudou pra' nossa apresentação, né? Não vou me foder sozinha. _digo com uma expressão agora de descrença, logo dando um tapa de brincadeira em seu ombro e começando a sair andando, sem fazer questão de a esperar.

A garota revira os olhos e dá de ombros por claramente não estar se importando muito com o trabalho, sendo seu objetivo de conversa outro no momento. Assim começando a seguir os meus passos, enquanto isso pegando seu próprio celular _ que era protegido uma capinha com coisas fofas o adornando _, mudando seu foco para o que parecia estar em sua galeria ou algo do tipo.

— Relaxa, gata. Se quiser eu fodo você, então. _ diz a mesma claramente brincando, usando seu tom despreocupado, com um sorrisinho zombeteiro em seu rostinho bonito.

— Nona, sério, você lembra daquele garoto gostoso que eu tava toda " pimposa " pra' ele? Então, esse corno estava saindo com alguém, uma piranha rabuda. Eu vi esses dois na rua daqui de perto, por coincidência, claro. _diz Amanda franzindo o cenho enquanto contava sua perspectiva dela para mim.

— Cara, e você tá procurando alguma coisa na galeria, que eu vi isso, não me diz que tu tirou foto disso.. E por que você tá levando em conta que ela era " bunduda "? _digo arqueando minhas sobrancelhas com uma expressão engraçada.

— Porque ela também era gostosa, Nona. Ela era linda, mas isso não muda o fato de que ela estava roubando meu homem. E bem, eu realmente tirei foto, mas foi por uma boa causa, eu.. Deixa quieto. _diz ela guardando seu celular em seu próprio bolso, após finalmente me mostrar a foto da garota e do " homem dela " que estavam caminhando juntos, sem notar ela tirando a foto descaradamente.

Períodos de conversas sem sentido eram o que mais se aproveitavamos nestes momentos, mas ainda sim, mantinha-me aflita pelo motivo de antes. Meu olhar discretamente se camuflava, enquanto ele percorria por meus arredores, não me libertando daquela sensação inquietante, me levando a pensar que talvez eu não havia tomado meus remédios para a ansiedade e por isso eu estaria tão ansiosa assim, fazendo a ansiedade piorar um pouco minha paranóia hoje.

𝘏𝘢𝘷𝘪𝘢 𝘢𝘭𝘨𝘰 𝘮𝘦 𝘴𝘦𝘨𝘶𝘪𝘯𝘥𝘰, 𝘳𝘦𝘢𝘭𝘮𝘦𝘯𝘵𝘦?

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⏰ Última atualização: Feb 19 ⏰

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