Capítulo Quatro.

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Malie

Acordo com a buzina insistente do lado de fora. Me levanto e caminho um pouco sonolenta até a janela, quando olho para a rua vejo que é Alika em seu new beetle conversível azul pastel. Impossível não notar que é ela.
Abro a janela, pesso para que ela entre e logo em seguida vou para o banho. Hoje é dia de turismo então já imagino a quantidade de tempo que vou precisar ficar fora de casa.
Depois do banho visto um cropped branco de crochê que eu mesma fiz e short jeans slim com cintura alta, arrumo a mochila com lanterna, corda, protetor solar, biquíni, óculos de sol e barrinhas de cereal.
Assim que chego no andar de baixo sou abordada por Alika. — Já passou da hora de você ter um celular, estou  ligando á horas para o telefone dessa casa!
— Eu não preciso de um celular, você sabe muito bem me acordar com a sua buzina. — Comento e Alika ri.
— Podemos ir? — Ela pergunta impaciente enquanto checo algumas coisas na mochila.
— Pegou água? — Pergunto.
Alika assente. — Sim, Peguei!
— E a sua credencial de guia turística? — Pergunto enquanto ela revira os olhos.
— Peguei, Malie, agora vamos, temos que estar em Elbow Cay antes das nove da manhã! — Ela exclama!
Minha avó sai da cozinha e parece apressada.
— Já estão indo? — Minha avó pergunta. Alika e eu assentimos e caminhamos em direção a saída.
— Ei! — Ela chama nossa atenção. — Não estão esquecendo de nada?! — Minha avó pergunta.
— Nada de se envolver, beijar, tocar, conversar com os turistas! — Respondo. — Não fazer contato visual por mais de 30 segundos com os turistas! —  Completo e minha avó sorri orgulhosa.
Caminhamos em direção ao carro enquanto Alika desdenha da minha avó. — Sua avó ainda fala essas coisas?! É inacreditável... até parece que nós vamos nos envolver com turistas tão fácil assim!
Assinto e entramos no carro em direção ao pier para pegarmos a balsa.

***
— O que vamos fazer para comemorar o seu aniversário? — Alika pergunta enquanto fazemos o trajeto de balsa até Elbow Cay.
— Não sei, provavelmente vamos estar trabalhando com os turistas que vc arrumou! — Respondo.
— Aah não! Vamos comemorar nem que estejamos mortas de cansaço. É o nosso último verão antes de faculdade, acho que merecemos isso! — Ela retruca e depois sorri.
Concordo com um gesto com a cabeça e depois fizemos os resto do trajeto todo ouvindo a rádio no carro.
Alguns minutos depois a balsa atraca em Elbow Cay, Alika da partida no carro e saímos em direção ao hotel Elbow Reef onde nosso clientes estão hospedados.
— Estou ansiosa para conhecer eles. — Comento.
Por um segundo penso na hipótese de reencontrar o cara da noite anterior.
— Você vai adorar a família deles! — Alika comenta enquando se mantém focada na estrada.
Finalmente chegamos ao hotel, que tem uma fachada linda, eu costumava vir aqui na infância, mais especificamente na época em que a minha mãe trabalhou aqui!. Fico parada analisando a paisagem e relembrando.
Máli, é você?.
Eu não preciso ver quem está falando para saber de quem se trata, é impossível esquecer essa voz. Sinto meu corpo aquecendo a medida em que ouço os passos se aproximando.
Quando me viro não me surpreendo mas finjo estar surpresa para não ficar óbvio que pensei em Harris.
— Ah! Você por aqui! — Comento.
— É! Eu te falei que estava hospedado aqui... — Ele apoia as mãos na cintura enquanto me analisa. — Você veio me cobrar o dinheiro de ontem?
Sorrio de nervoso por não saber o que responder, logo em seguida Harris retribui o sorriso e essa é a primeira vez que vejo ele sorrindo. É ainda melhor do que sua face carrancuda.
— Noss... tem um sorriso lindo! — Harris comenta. E eu sinto meu rosto corar.
Antes que eu possa responder, Alika se aproxima com mais algumas pessoas.
— Pelo visto vocês se deram bem! — Alika comenta e todos olham em minha direção.
— Claro! Ela me salvou noite passada! — Harris comenta sem tirar os olhos dos meus.
— Aaah, então é você a moça que o William não parou de falar um segundo se quer!? — Comenta a única mulher do grupo de Harris.
Espera aí, William?!
Aperto os lábios tentando reprimir meu sorriso.
— Eu também falaria muito se tivesse sido salvo por uma mulher tão bonita! — Um dos rapazes comenta enquanto se aproxima. — Prazer, sou Denis, primo do Will! — Ele toma uma de minhas mãos nas suas e a beija educadamente.
— Verdade, onde estão os nossos modos! — Comenta a loira do grupo. — Me chamo Leonor, sou tia do William e a única mulher do grupo!
Logo o homem mais maduro que estava distante falando ao celular se aproxima. — Olá me chamo Mason Harris e obrigado por ter ajudado o meu sobrinho!
Agora eu entendi tudo: Harris é só o seu sobrenome.
Ele nem se deu ao trabalho de citar que foi a minha avó quem emprestou o dinheiro para ele!
— Agora que todos nos apresentamos, podemos ir! - Alika comenta.
— Ainda falta o Brody! — William exclama. E todos parecem cair em si.
Alguns minutos depois o rapaz jovem se aproxima apressadamente enquanto segura uma maçã na mão.
— Aah, aí está o Brody! — Leonor ressalta.
Começamos nossa caminhada e fomos para o interior da ilha.
Enquanto caminhamos pela trilha mostro para eles alguns pontos turísticos mais específicos. Os meninos estão aproveitando para tirarem algumas algumas fotos e nesse momento me recordo de ter drixado a minha câmera em cima da minha cômoda. Alika vai na frente contando algumas histórias sobre Elbow Cay.
— O que foi?! Do nada ficou pensativa! — William pergunta aproveitando a distração de todos.
— Esqueci minha câmera em casa! — Respondo.
— Usa a câmera do seu celular! — Ele responde o óbvio.
— Nossa, como não pensei nisso antes! — Respondo ironicamente e William sorri.
— Você não tem um celular? — William questiona e eu faço um gesto em negação.
— Mas por que? Quebrou ou algo do tipo? — Ele pergunta.
— Não, eu só não vejo necessidade em ter um celular! — Comento enquanto ignoro a expressão surpresa de William.
Começo a andar em direção ao nosso grupo que estava um pouco mais a frente na trilha.
— Espera! E seu eu precis... — Ele interrompe antes de terminar a frase. — E se alguém precisar entrar em contato com você, como faz?
— Quem precisa entrar em contato comigo sabe onde fica minha casa ou o restaurante! — Respondo.
— Não sei onde é sua casa, Malie! —  Ele responde me pegando de surpresa. A voz de William pronunciando meu nome corretamente me causa tantas sensações adversas
— Mas você sabe onde é o restaurante! — Respondo com sarcasmo e volto a caminhar em direção ao grupo.
— Espera!. — William se põe na minha frente impedindo que eu passe. — E se eu quiser falar com você ou conversar, sei lá! — William pergunta.
— Você vai saber me encontrar! — William sorri com a minha resposta e abre caminho para que eu passe e finalmente consigo alcançar o grupo.
— Estão vendo aquela pequena ilha ali do outro lado? — Pergunto e todos assentem. — Então, em dias em que a maré está baixa é possível ter acesso à ela nadando, mas isso só é possível se formos antes das duas horas da tarde! — Ressalto.
— Que dá hora, podemos ir lá? — Brody pergunta mas é respondido por Leonor. — Eu não vou nadar até o outro lado, é longe de mais para mim!
Todos riem enquanto seguimos nosso trajeto.

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