IVRESSE;

3.0

"Tudo se tornou escuro...
Em apenas uma noite,
ela foi até o céu e voltou."
- heaven and back, chase atlantic.

dias atuais...

kenji's pov;
Quando Faith insistiu para eu e os caras virmos para o clube esta noite, não pensei que seria pra ver Marie se esfregando em uma barra de ferro.

Meu coração errou uma batida quando a vi entrando naquele palco, os cachos loiros caindo em seu rosto, a boca vermelho bordô e uma roupa que mal tampa seus peitos.

Sinto uma pontada dentro das minhas calças, apesar de ser uma vaca mentirosa, continua estando mais gostosa do que nunca.

— Isso fazia parte do que explicamos para Faith? — Grayson pergunta sem tirar os olhos do palco.

— Não acho que precisamos responder, não é? — Kaden pergunta retoricamente, aparentando estar com mais raiva que eu.

O começo da música "Fill The Void" do The Weekend preenche o clube, vejo um sorriso malicioso aparecer no rosto de Marie enquanto ela me encara.

Vadia.

Ela gira entorno do ferro com uma mão apoiada e a outra passeando pelo seu corpo, já consigo escutar alguns gritos masculinos. Minha vontade é de quebrar os dentes de cada um.

O vocal começa e ela enrola uma de suas pernas na barra e da um giro completo, pousando no chão. Me sinto como se estivesse a vendo em um ensaio de balé novamente.

Sua dança se torna cada vez mais sensual em decorrência da música, quase arranco um pedaço da minha bochecha de tanta força e pressão que estou colocando na mordida.

Olho para o lado e Grayson está vidrado nela, Connor está com um sorrisinho escroto no rosto e Kaden a olha com o nariz franzido.

Notas de 20, 50 e até cem dólares são lançadas no palco pelos caras que estão mais na frente, me surpreende que Marie está gostando dessa porcaria de atenção toda.

Sinto outra pontada na minha calça quando ela desce lentamente pela barra de ferro caindo de joelhos no chão com as mãos passeando pelo corpo.

Filha da puta gostosa.

Marie lança um olhar para mim, um nó se forma na minha garganta quase impedindo minha respiração. Conheço aquele olhar. Como conheço.

A minha vontade agora é de acabar com esse showzinho a arrancando de lá a força.

Ela pensa que não conheço ela, a expressão nervosa com a qual entrou no palco se foi quando me viu na plateia. Está fazendo essa merda toda para eu ver.

Marie leva um dedo na boca e desce ele até chegar em sua barriga, enquanto mexia os quadris lentamente. Um sorriso debochado se curva em meus lábios quando penso que já consegui ver essa cena em cima de mim.

— Cacete... — Grayson sussurra, lanço um olhar de ódio para o mesmo que automaticamente se encolhe na cadeira.

Num movimento rápido ela firma as mãos na barra virando de cabeça para baixo, enrolando as pernas em volta, girando lentamente até o chão.

Desde quando Marie sabe dançar algo além de balé?. Penso.

A música termina, a plateia inteira praticamente enlouquece. Dava pra se escutar tudo, palmas, gritos, alguns elogios - não exatamente respeitosos -. Ela faz uma pequena reverência com um sorriso no rosto e me lança uma última olhada antes de sair do palco.

Ainda estou tentando decidir quem vai me pagar mais caro por isso, ela ou Faith.

— Cara eu não sei você, mas eu descartaria o plano de estragar com a vida dela e colocaria em prática fode-la até ela perder o movimento das pernas. — Connor diz num tom brincalhão. Basta.

Bato o copo de uísque com força na mesa escutando o vidro se estraçalhar, e saio pisando duro para fora do clube.

Tiro um maço de cigarro do bolso e ascendo um, tragando lentamente até sentir a fumaça encher meu pulmão.

Depois do que parece meia hora escuto alguém sair pelas portas do fundo, me esgueiro atrás de um carro e vejo Marie saindo com a atenção no seu celular. Estava lutando contra a vontade de ir falar algo para ela.

Dane-se.

— Mudança surpreendente. Do balé para dançar quase nua para homens por dinheiro. — Digo, Marie da um pulo e olha em minha direção, uma sombra de medo passou pelo seu rosto rapidamente.

— E você era um dos que estava de olho, não é? — Diz rindo cinicamente. Encaro seu pescoço quase voando nele e a prendendo contra a parede.

Ando lentamente até ela, Marie recua franzindo levemente sua testa. Dou um suspiro profundo e uma risadinha antes de dizer:

— Você fede a medo, cachinhos dourados. — Abaixo meu tom de voz. O seu maxilar trava. — Me diga, como é me ver após ter jurado que me matariam no reformatório para o qual você me mandou? — Me inclino um pouco para ficar de sua altura, a centímetros de distância dela.

— Se estava lá é porque mereceu. — Marie diz entre dentes. Agora minha mão está em sua nuca depositando quase toda minha força, com minha boca colada em sua orelha.

— Ratinha mentirosa e suja. Eu vou te perseguir até escutar da sua boca que mentiu sobre absolutamente tudo, e não ligo de ir até o inferno para isso. — Ressoo em seu ouvido. Ela engasga me empurrando para longe.

— Vá a merda Kenji! Você poderia ter morrido lá que não faria diferença. — Marie rosna. A dor me invade ao escutar essas palavras, mas não demonstro, sei como fazê-la calar essa boca imunda.

— Irônico, quando estava gritando meu nome e pedindo por mais não parecia estupro. — Sorrio de canto de boca, a peguei de surpresa. — Ou talvez eu tenha confundido seu orgasmo com um pedido para eu parar.

Sinto um tapa queimar o lado esquerdo do meu rosto. Vadiazinha.

— Nunca mais chegue perto de mim, ouviu bem? Se eu tive coragem de ir na delegacia uma vez tenho para ir outra. — Ela cospe as palavras antes de se virar e sair. Puxo seu braço com força, fazendo suas costas se chocarem contra meu peitoral.

— E se eu tive coragem de te aterrorizar uma vez, tenho para outras vezes também. — Sussurro. Sem se virar ela se solta do meu agarre e vai embora, a observo até virar a rua.

Essa garota está fodida na minha mão, e não tem noção disso.

Vagas lembranças daquela noite no meu quarto tomam minha mente. A forma como ela se mexia, como não conseguia nem manter seus olhos abertos...

Se eu soubesse que Marie resolveria me odiar e me acusar de abuso sexual eu com certeza teria gravado e provado para todos que a única mentirosa imunda é ela.