Capítulo Seis.

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William.

— SEGURA ELA! — Meu tio Mason berra enquanto Malie desaba seu corpo contra o meu.
Malie é uma incógnita; é bonita mas ao mesmo tempo não é só beleza exterior que ela exala. E ver ela em meus braços, vulnerável desse jeito só me fez querer ter ela comigo ainda mais, ela é forte e ao mesmo tempo sensível. Conseguiu ficar linda mesmo desmaiada. Eu já havia imaginado ela por cima de mim diversas vezes, mas não foi desse jeito que eu imaginei.
— O que você fez com a minha amiga? — Alika pergunta enquanto se aproxima de mim acompanhada de minha família.
— EU NÃO FIZ NADA, ELA SÓ... DESLIGOU! — Respondo.
— Sabe se ela comeu alguma coisa antes de sair de casa? — Minha tia Leonor pergunta calmamente.
— NÃO, ELA SÓ CORREU E ENTROU NO CARRO! — Comunico berrando.
Geralmente eu sou bem tranquilo nessas situações de desmaio mas não sei o que está acontecendo, Malie estava bem a poucos segundos.
— Ela comeu ou não? — Minha tia pergunta insistentemente.
— EU NÃO SEEIIII, OK!? ELA SAIU DE CASA, ENTROU NO CARRO, NÓS VIEMOS PRA CA, EU BEIJEI ELA E ELA DESMAIOU! — Retruco alterado.
— Se beijaram... — Mason enfatiza.
— O que? Não! — Nego rapidamente.
— Beijaram sim, todos nós ouvimos. — Brody que até então estava em silêncio resolve opinar.
— Me ajudem a deitar ela no chão e apoiem a cabeça dela na a mochila. — Sugiro e logo todos se movimentam para ajudar. Denis abre sua mochila e pega uma garrafa com água que uso para molhar minhas mãos e logo começo a passá-las pelo rosto de Malie, depois tio Mason pega o boné que usava e começa a abanar ela que aos poucos vai recobrando a consciência. Eu participei de alguns treinamentos militares, e servi ao país no Iraque por uns dois anos; o que me da uma certa experiência para lidar com certas situações.
Malie abre os olhos lentamente e pisca algumas vezes até conseguir estabelecer eles abertos com firmeza.
— O que aconteceu? — Malie pergunta confusa enquanto tenta reconhecer os rostos em volta.
— Você desmaiou, amiga. — Alika se pronuncia enquanto se abaixa até Malie.
Ela acaricia as têmporas e franze o cenho. — Droga! — Malie comenta.
— Eu tenho hipoglicemia, esqueci de comer algo mais cedo.
Provavelmente por que estava fugindo da "vovó doida".
— Malie, se quiser podemos te levar em casa? — Mason pergunta.
— Nós podemos te levar para casa ou ao hospital se preferir, querida. — Leonor ressalta.
— Obrigada, é muita gentileza de vocês, mas eu não quero estragar o dia de vocês, nada que uma barra de cereal não resolva. — Malie responde como se um desmaio fosse simples como piscar os olhos.
— Vocês podem continuar o resto do trilha com a Alika e eu volto para casa.
— De jeito nem um! — Respondo de prontidão. — Eu vou te levar para comer uma refeição de verdade e depois te levo para casa em segurança!
— Não precisa, William! — Malie tenta me convencer. Nem se ela quisesse muito eu a deixaria voltar sozinha!
— Assim que deixar a moça em casa você me avisa! — Tio Mason adverte.
— Amiga, quer que eu vá para casa com você? — Alika se dirige à Malie que nega rapidamente.
— Pode confiar, Alika, sua amiga está em boas mãos! — Leonor comenta enquando me olha carinhosamente. O mesmo olhar maternal que ela lança diversas vezes para Denis.
— Sua amiga está nas mãos do melhor policial de Nova York. — Brody comenta e em seguida tio Mason pigarrea fazendo ele se retratar. — Depois do Senhor Mason é claro!
Minha preocupação segue fixa em Malie e em deixá-la bem.
— Consegue ficar de pé? — Pergunto para Malie e ela assente. Assim que levanta ela tonteia novamente e eu a apoio a segurando pela cintura.
Coloco a mochila nas minhas costas e então pego Malie em meus braços, seguro suas pernas em um braço e seu tronco no outro fazendo que ela aninhe seu rosto no espaço entre meu pescoço e meu ombro. Me destancio do grupo enquanto desço a trilha de volta até o ponto onde estacionei o jeep.
— Me desculpe, William! — Malie sussurra próximo ao meu ouvido.
— Está se desculpando por qual motivo? — Questiono.
— Por ter estragado o seu dia, a sua trilha.. eu sei que ir até o farol é importante pra você e que queria muito levar você até lá... — Percebo a voz dela embargar e segundos depois Malie está aos prantos.
— Ei, Máli, não fica assim! Não precisa chora. — Tento acalmá-la. — Eu posso voltar aqui outro dia, não se preocupe!
Ela enxuga as lágrimas e depois envolve meu pescoço com seus braços. Fizemos o resto do trajeto em silêncio e eu me senti mal por ter feito ela passar por todo esse constrangimento.
Fui um babaca em ter beijado ela sem antes saber se ela queria.

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