𝐓𝐇𝐄 𝐁𝐎𝐀𝐓

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005 — O Barco

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005 O Barco

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Quando saio do banheiro, JJ está largado no sofá, como sempre. Há uma névoa  suave pairando no ar, e o cheiro de maconha se espalha pelo ambiente. Seus olhos estão meio fechados, enquanto ele segura um baseado aceso entre os dedos, deixando escapar pequenas espirais de fumaça.

— Sabe, não me importo que você fume, mas seria bom se não transformasse a sala em uma sauna de maconha. — ergo uma sobrancelha automaticamente, mas não posso deixar de sorrir. É divertido implicar com ele.

JJ solta uma risada tranquila, seu olhar encontrando o meu. Ele então dá a última tragada no baseado e o apaga no cinzeiro sobre a mesinha de centro.

— Desculpa, princesa. Não dá pra abrir as janelas, a vadia da Agatha tá mandando ver lá fora.— ele se ajeita no sofá, se recostando preguiçosamente.

Balanço a cabeça com um sorriso, caminhando em direção ao sofá e me jogando ao lado dele. A névoa de fumaça ainda paira no ar, mas isso não me incomoda. Ás vezes, eu até curto fumar um baseado.

— Eu acho tão engraçadinho como você sempre apaga rapidinho quando me vê. — comento, cutucando seu braço com o cotovelo.

JJ ri, passando uma mão pelos cabelos bagunçados.

— É porque você tem esse olhar assustador que diz "'sou uma adulta responsável". — ele brinca, e eu reviro os olhos.

— Acho que você deveria aprender a ler melhor o meu olhar, Jayj. — inclino minha cabeça para o lado. — E o papel de adulto responsável pertence ao Pope.

— É verdade. Você costumava ser mais responsável antes. — ele ri e eu dou os ombros.

Não vou mentir, olhando para trás, é evidente que nos últimos tempos eu não tenho sido o exemplo perfeito de responsabilidade. Parece que desde o acidente, a palavra "responsável" se tornou meio estranha para mim, como se eu tivesse esquecido o que ela realmente significa. Eu sei que algumas das minhas decisões podem ter sido meio... questionáveis. Mas, sinceramente, depois de quase morrer, tudo o que eu quero é sentir que estou vivendo de verdade, sabe? Como se cada dia fosse uma oportunidade para fazer algo que me faça sentir viva. Embora, ás vezes, ache que Heidi está certa é que minha mãe estaria decepcionadas comigo.

— O que tá passando na sua cabeça? — JJ pergunta, com aquele jeito curioso dele. — Aposto que está lembrando de mim no chuveiro.

— Meu Deus, não! — escondo meu rosto com as mãos, tentando disfarçar minha vergonha enquanto rio de nervoso. — Eu quero esquecer que isso aconteceu, estou traumatizada.

JJ ri da minha reação exagerada.

— Traumatizada, é? — ele provoca, dando uma risadinha. — Espero que não tenha sido uma visão tão terrível.

𝐖𝐀𝐕𝐄 𝐎𝐅 𝐘𝐎𝐔 || 𝐉𝐉 𝐌𝐀𝐘𝐁𝐀𝐍𝐊Onde histórias criam vida. Descubra agora