!.愛ᶜᵃᵖᶦᵗᵘˡᵒ ¹⁰ ☁

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As três damas fixam seus olhares em Clarice, segurando a panela em postura defensiva, enquanto ela arfava e gotas de suor deslizavam por seu rosto

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As três damas fixam seus olhares em Clarice, segurando a panela em postura defensiva, enquanto ela arfava e gotas de suor deslizavam por seu rosto. Seraphina, por sua vez, mostra-se verdadeiramente atônita, proferindo com gravidade e surpresa:

— Pelos céus, que feito é esse, Clarice?

Clarice soltou a panela apressadamente, seu olhar arrependido refletindo um brilho, como se lágrimas estivessem à espreita. Ela se dirigiu às demais com um pedido de desculpas compungido:

— Perdoem-me, pois estava temerosa e senti-me ameaçada...

Morgana e Esmeralda observavam a cena com surpresa, em silêncio. Morgana aproximou-se do homem desacordado, pegando a panela que Clarice havia usado anteriormente. Com um toque irônico, ela tocou o rosto do homem, tentando verificar se estava morto ou não, e comentou de forma perspicaz:

— Ao que parece, ele encontrou o descanso eterno...

Clarice, em sua aflição, revelava uma ingenuidade que a tornava incapaz de captar sutilezas irônicas. As lágrimas fluíam enquanto soluços escapavam de seus lábios, e ela desabafava com preocupação.

— O que farei em tal situação? Não desejo ser aprisionada!

A tempestade de medo e incerteza assolava Clarice, cuja mente, imersa na simplicidade, mal conseguia conceber as nuances de uma situação tão complexa.

Seraphina, com uma presença reconfortante, aproximou-se de Clarice, tocando suavemente suas bochechas para chamar sua atenção.

Seraphina, com sua voz tranquila, disse a Clarice:

— Clarice, volta teu olhar para mim... Não temas, pois não serás presa, entendes? Além disso, o homem vive; foi apenas uma piada de mau gosto de Morgana.

Em meio à agitação, as palavras de Seraphina buscavam acalmar o coração angustiado de Clarice.

Esmeralda presenciava o tumulto, lamentando ter trazido desafios às mulheres presentes. Seu coração batia rápido, e apesar dos esforços para se acalmar, sua respiração era como se uma garganta espinhosa prendesse cada inspiração. Seus olhos denotavam a vontade de chorar, mas ela se esforçava para manter a postura confiante que sempre exibira, apesar das adversidades.

Enquanto os soluços de Clarice ecoavam, Esmeralda, ao perceber a aflição, viu-se transportada à sua própria infância. Ela recordou-se de ser uma menina pequena, trajando um vestido azul oceano, soluçando sob uma árvore. Naquela época, Esmeralda, pertencendo à classe baixa, se questionava por que as meninas de famílias abastadas não queriam brincar com ela, todas tão bem-vestidas em contraste com sua simplicidade.

Esmeralda recordava vividamente como era alvo de comentários entre as garotas. Sempre que seu nome era mencionado, risos e piadas ecoavam, provocadas por seus cabelos longos e cacheados, que na época eram consideravelmente volumosos, conferindo-lhe uma aparência desalinhada. A sua pele negra também não passava despercebida pelas crianças da vila, que propagavam boatos de sujeira ao tocá-la, associando a escuridão da pele de Esmeralda a impurezas. Durante sua infância, Esmeralda buscava consolo nas noites em que contemplava a lua cheia e seu reflexo em poças de lama, desejando ardentemente que seus sonhos se concretizassem, almejando uma pele clara para se assemelhar às outras garotas e ser considerada "bonita" por elas.

Enquanto Esmeralda mergulhava em reflexões profundas, recordava-se meticulosamente de cada faceta de sua infância, como se flashes do passado se desenrolassem diante de seus olhos. Entre essas reminiscências, ecoavam as indagações de Morgana, dirigidas a ela com preocupação: "Encontra-se bem?" ou "Está enfrentando algum desconforto?"

Num breve instante, enquanto Esmeralda balançava a cabeça, a voz cuidadosa de Morgana, outrora um eco tênue em sua mente, ganhou clareza e ressonância. Essas palavras, antes sussurradas, emergiram de forma definida, cortando a densidade dos pensamentos de Esmeralda.

Morgana tomou as mãos de Esmeralda, entrelaçando seus dedos, e com uma voz carregada de preocupação, indagou:

— Estás bem? Peço desculpas por minha rudeza anterior...

Enquanto Morgana buscava concluir suas palavras, Esmeralda a puxou para um abraço, encostando seu rosto no pescoço de Morgana, provocando arrepios na mesma. Este gesto não só provocou um estremecimento em Morgana, mas proporcionou um conforto essencial para Esmeralda naquele momento delicado.

Seraphina e Clarice observavam a situação com expressões de admiração, acompanhadas por suaves sorrisos. Sensibilizada pela necessidade de proporcionar conforto a Clarice, Seraphina, seguindo o exemplo de Esmeralda e Morgana, optou por um gesto de compaixão ao oferecer um abraço.

Seraphina e Clarice observavam a situação com expressões de admiração, acompanhadas por suaves sorrisos. Sensibilizada pela necessidade de proporcionar conforto a Clarice, Seraphina, seguindo o exemplo de Esmeralda e Morgana, optou por um gesto de compaixão ao oferecer um abraço.

Enquanto Seraphina e Clarice estavam envolvidas no abraço reconfortante, proporcionando apoio mútuo, o indivíduo previamente desacordado demonstrou sinais de recuperação ao segurar a perna de Clarice, evidenciando sua intenção de se erguer. Seraphina, percebendo essa mudança de estado, dirigiu-se ao local onde a panela estava posicionada, deliberadamente aplicando um impacto adicional em sua cabeça, induzindo-o novamente ao estado de inconsciência.

Morgana e Esmeralda, ao ouvirem o estrondo da pancada, fixaram olhares sérios em Seraphina, que, visivelmente constrangida, justificou-se diante de seus olhares:

— Ele estava à beira de atacar Clarice, e eu busquei intervir para protegê-la.

Morgana suspirou enquanto esforçava-se para erguer parcialmente o homem pelos ombros, enfrentando algumas dificuldades. As demais mulheres permaneciam observando até que Morgana, elevando a voz, proferiu ordens imperativas:

— Não fiquem apenas a observar, ajudem-me ao menos...

Rapidamente, as outras mulheres se aproximaram do corpulento homem que Morgana tentava sustentar sobre os ombros. Cada uma delas assumiu uma posição distinta para colaborar no carregamento. Clarice, ainda confusa e curiosa sobre os intentos de Morgana, indagou:

— O que faremos com ele? E para onde o estamos levando?

Morgana, com um semblante sério que carregava consigo uma expressão irônica, proferiu com uma voz cujo tom, embora impregnado de sarcasmo, era tão natural que a ironia não se revelava imediatamente:

— Vamos enterrá-lo vivo...

Ao ecoarem essas palavras, as três mulheres se viram mergulhadas em uma mescla de surpresa e indignação, refletidas em seus olhares. A tensão pairou no ar até Morgana dissipá-la com uma declaração adicional:

— É apenas uma figura de linguagem, uma ironia. Ainda há muito a ser aprendido...

Morgana, decidida a afastar o homem indesejado de sua residência, propôs:

— Vamos apenas deixá-lo longe da minha casa e fingir que nada aconteceu.

As mulheres concordaram prontamente e, em conjunto, escolheram um local tranquilo sob a sombra de uma árvore para depositar o homem adormecido. Com um esforço combinado, o posicionaram estrategicamente e, com um toque de galanteio cômico, decidiram em uníssono:

— Pronto! Problema resolvido!

No entanto, Seraphina, persistente e desconfiada, permaneceu de olho no homem com a panela em mãos, pronta para agir se ele acordasse. Em meio à sua vigília, quando estava prestes a desferir outra "pancada preventiva", Morgana a chamou.

— Seraphina! — exclamou Morgana, e a outra mulher, em velocidade surpreendente, correu em direção a ela.

De maneira descontraída, Morgana dirigiu-se a Esmeralda com um ligeiro toque de irritação:

— Se por acaso ocorrer novamente e algum dos agiotas a quem emprestaste dinheiro vier, serei eu a desferir uma pancada em sua cabeça.

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