— Então você está desempregado? — Fushiguro caminha ao meu lado.
— É — encolho os lábios. — estou.
— Cara — ele para de andar. — Você perde o emprego e vai foder?
— O quê? — estalo a língua e sorrio. — Não, não. Espere os dois voltarem, eu não quero explicar duas vezes. — dou um peteleco em sua testa, fazendo o garoto me olhar com irritação.
— Estão falando da gente? — Nobara pula nas minhas costas, fazendo com que eu desequilibre e meu corpo ameaça cair. Ela desce assim que percebe, rindo da minha reação.
— Por Deus, garota. — eu esfrego o ombro como se estivesse limpando. — Parece um animal.
Ela enrugou o nariz.
— E você parece uma puta.
— Vocês podem parar com isso? — Itadori reclama com quatro embalagens nas mãos, todas dos sorvetes que foram buscar. — Eu tô congelando.
Ele distribui entre nós e voltamos a circular. Saímos da praça central interna do shopping e vamos para fora, já abrindo os pacotes e começando a comer.
Meus amigos tem uma mania esquisita com "fofoca". Quando um de nós tem algo importante para contar, eles não permitem que abramos a boca até que encontrem o momento perfeito para ouvir. Depois do acontecimento na minha casa mais cedo, nós viemos para cá - passear - para que pudéssemos conversar. O clima não ficou tão pesado, graças a Nobara tagarelando o caminho todo sobre a sua - quase, mas não ainda - namorada.
— Pronto, agora desembucha. — Itadori sorri para mim, sem tirar a atenção do trajeto. — O que foi aquilo?
— Intrometido. — Megumi morde o picolé, franzindo o cenho com a sensação gelada.
— Ele te comeu direito? — a garota pergunta com naturalidade. — Quanto tempo durou? — ela fala mais alto.
— Ele tinha pau grande? — Itadori acompanha as perguntas, provavelmente para me envergonhar.
Observo Megumi se afastar devagar para o lado, evitando contato visual conosco.
— Não quero decepcionar vocês — sorrio, suspirando. — Mas não rolou nada.
Sentamos em um banco rodeado de folhagens.
— Como assim, nada? — Nobara vira o corpo para mim, dramatizando a situação. — Meninos, vocês acreditam nisso?
Itadori e Fushiguro negam com a cabeça.
— E aquele selinho?
Coloco a mão sobre a boca, evitando que reparem no sorriso que se formou.
— Ele dormiu lá em casa, a gente acordou com tesão... — eu junto as sobrancelhas. — E vocês chegaram, filhos da puta. — dou uma cotovelada no braço de Nobara, que me empurra para o lado de volta. Isso causa um feito dominó, com Itadori sendo empurrado para o lado e por fim, Megumi. Ele nos xinga e senta no banco da direita.
— Foi você que nos chamou, seu animal.
Rimos e usamos o resto do tempo para conversar. Explico a situação com meu emprego - evitando ao máximo comentar sobre meu pai - e não digo nada sobre a proposta de Satoru. Não quero a opinião de ninguém sobre isso.
⁂
Acordo com o som impertinente do despertador.
05:00
Agora que meu turno e o local da instituição mudaram, eu vou ter que me acostumar com os horários e a diferença de locomoção. Eu posso ir a pé, gosto de caminhar. É longe; ao menos, mais distante do que a localização antiga. Mas, acredito que consigo chegar em meia hora de caminhada. O sono não chega ao ponto de me afetar muito, já que estava acostumado a levantar cedo por conta do trabalho. Não vai demorar para que eu me acostume, mas acredito que não posso evitar os vestígios de ansiedade. Estou feliz por estar no mesmo turno das pessoas que eu conheço, mesmo que eu já estivesse com uma rotina traçada.
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𝐀𝐑𝐑𝐎𝐆𝐀𝐍𝐓 𝐒𝐄𝐗 - (sᴀᴛᴏʀᴜ ɢᴏᴊᴏ × ʟᴇɪᴛᴏʀ ᴍᴀsᴄᴜʟɪɴᴏ)
Fanfic- Todos nós temos um lado perverso, uma parte que não mostramos a ninguém. No caso de Satoru Gojo, sua malícia se esconde atrás de belos olhos azuis. ✦ sᴀᴛᴏʀᴜ ɢᴏᴊᴏ × ʟᴇɪᴛᴏʀ ᴍᴀsᴄᴜʟɪɴᴏ +18 Esta história pode causar gatilho em pessoas com transtorno d...