capítulo único

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A história foi pensada e escrita pela thazym, porém ela está sem acesso ao perfil dela. Então, seja bem-vinde a Carnaval.

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"Cheguei"

A mensagem que acabara de chegar no celular de Amaury Lorenzo o fez sorrir largamente. Soltou o ar que nem soubera estar prendendo em seus pulmões, finalmente ele estava ali, iria vê-lo.

"Estou aqui na concentração, daqui a pouco entramos. Está em qual setor?"

"Setor 10. Deu tudo certo com o camarote Allegria?"

"Deu sim pequitito. Hj vc mata sua saudade de mim.
Vou entrar agora. Daqui a pouco a gente se vê ❤️🙏🏾."

Diego sorriu com a forma característica de escrita do outro, ele já pegou tantos comentários no twitter sobre isso, que sentiu um carinho bobinho com a mesma. Mas ao mesmo tempo sua ansiedade começou a diminuir, ele finalmente iria matar a saudade que estava consumindo sua mente por dias.

Desde que as gravações acabaram foi impossível se verem com frequência, as raras vezes que conseguiram conversar por ligação amenizava parte do oco deixado pelo presença um do outro durante o dia, mas agora finalmente sua mente conseguiria se acalmar.

Em outro lugar do sambodromo, Amaury se preparava para subir no carro alegórico. Seu peito se enchia de alegria e um sorriso genuíno estampava seu rosto. Estava em um lugar que o pertencia, que o representava. Sentiu seus olhos encherem de lágrimas enquanto o carro adentrava a avenida e entoava o samba-enredo da escola de seu coração. Estava ainda mais feliz aquela noite do que no desfile oficial, completo. Pois a outra parte de seu coração estava ali, no setor 10, aguardando sua chegada.

Diego sentiu sua ansiedade voltar com força total e suas mãos soarem, quando foi anunciado que o desfile da Portela começaria, ele so pensava em como veria pessoalmente o sorriso quase infantil naquele homem gigante, como veria a felicidade genuína estampada naquele rosto tão conhecido, nos traços que foram contornados com os olhos e com os dedos tantas vezes.

Ele terminou a cerveja gelada que tinha pegado alguns minutos antes e trocou a pedida por água, ele precisava de algo mais "limpo" em seu organismo para não surtar de forma real quando visse o carro que o preto estava.

O desfile transcorria conforme esperado, e Amaury não poderia estar mais feliz. Entoava o samba enredo com orgulho, as vezes batendo no seu peito, tamanha a euforia.

Estava em êxtase, feliz, completo.

Interagia com o público. Até que em dado momento, perto do fim da avenida, encontrou os pares de olhos mel que tanto esperava ver. Sorriu genuinamente, as palavras que saíram após o beijo que mandou de forma instintiva, saíram naturais após o significativo "axé" que os cantores entoava.

"Te amo"

Diego sentia seu coração acelerar, seus olhos marejarem e ele retribuiu o afeto verbal de forma espontânea.

"Também te amo" foi algo cru que ecoava em seu ser por tanto tempo, ele tinha mais certeza do que sentia por Amaury do que o que sentia a cada vez que entrava no palco, obviamente a euforia de praticar sua arte não ajudava na tentativa de focar no que sentia nesses momentos.

Mas o que sente por Amaury é tão forte, tão genuíno e tão puro que é impossível definir de outra forma, o famoso 'amor inefável', aquele sem explicação e sem justificativa real, era uma das certezas fixas de sua vida.

As próximas horas foram como borrões para ambos. Transitavam entre os camarotes, cumprindo obrigações, enquanto trocavam mensagens tentando se encontrar. Não prestavam atenção ao redor, enquanto a ansiedade de estarem juntos os consumia.

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⏰ Última atualização: Feb 20 ⏰

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