24 - "Boruto atencioso"

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Boruto

Depois de deixar Sarada em casa e ter que sair correndo de lá para o pai dela não acabar me vendo, voltei pra casa com um sorriso bobo no rosto. Me lembro toda hora dela se aproximando de mim e me beijando antes de irmos dormir. Quando eu acho que ela não pode ficar mais linda, ela me dá aqueles sorrisos, e meu Deus, ela é muito linda.

Coloquei o carro na garagem e antes de descer, olhei para o banco do passageiro ao meu lado e levei o olhar para o chão. A chave de Sarada estava lá.

Peguei ela e entrei dentro de casa. Fui para o meu quarto e fiquei encarando aquelas chaves. Um chaveiro de morango, isso é muito a cara dela. Eu poderia enviar uma mensagem a ela pra dizer que encontrei a chave dela, mas, encarando aquelas chaves, pensei em uma ideia muito melhor para devolver. Um pouco arriscado, mas eu gosto do perigo.

.......

dias depois.

Já faz alguns dias que não vejo Sarada. Eu não sei exatamente de quanto em quanto tempo ela viaja, mas as vezes ela precisa viajar pra Las Vegas para fazer exames por conta do câncer. São exames de rotina, para garantir que o câncer não volte, e como os médicos de lá já a conhecem, eles preferem fazer os exames por lá, e lá também é mais barato pra eles.

Enfim.

Já faz um tempo que eu não converso com a mamãe, pelo mesmo motivo de sempre, mas também, ela tem trabalhado feito louca nos últimos dias. Mamãe é advogada de defesa, e ela quase não tem parado em casa, mas hoje mais cedo, ela disse que precisava conversar comigo, e eu já imagino o que seja.

Assim que ela chegou, ela foi até o meu quarto e sentou na cama a minha frente.

- O que foi? - perguntei a ela.

- Sei que é bom ficar em casa e aproveitar o lazer que eu dou a você e Hima, mas não consigo mais sustentar vocês sozinha - ela disse.

Eu já sabia que seria isso.

- Eu sei disso - respondi.

- Eu vou tentar te encaixar na empresa que eu trabalho quando você terminar o curso, tudo bem? - apenas assenti.

Eu sei que eu já deveria estar trabalhando a um tempo, mas a maioria dos lugares que eu tentei, só aceitavam gente com experiência, faculdade ou curso no currículo. Foi por isso que eu comecei o curso na escola, pra conseguir um trabalho e poder ajudar a mamãe.

O Kawaki sempre fez questão de ajudar a mamãe, e ainda ajuda, mas ela não tem dado conta de pagar todas as despesas sozinhas. Ela ganha bem, muito bem, mas o cansaço físico e emocional de ficar quase o dia todo fora de casa não ajuda muito.

Estou contando os dias para a formatura do curso, para eu finalmente poder ajudar a mamãe.

Ou até mesmo sair de casa.

......

No dia seguinte, Sarada finalmente havia chegado em casa. Tentei me encontrar com ela durante o dia, mas não deu muito certo, ela disse pra deixar pra noite, mas também não deu certo. Os avós dela estavam de visita na casa dela, e ela não quis sair com eles lá, e quando eles foram embora, já estava um pouco tarde, e ela quis deixar para o outro dia, mas eu não aguentei, queria vê-la, e eu fiz a loucura que eu tinha pensado quando encontrei as chaves dela.

Laços inquebráveis - Borusara.Onde histórias criam vida. Descubra agora