Não era um dia comum na casa dos Winchester,não,aquela noite de sexta-feira,na véspera do feriado de Páscoa,era a noite mais fria,tempestuosa e solitária,para um garotinho que lá habitava.
Enquanto a chuva caia forte lá fora,o menininho loiro,de cabelos rebeldes,e de olhos verdes expressivos,estava amedrontado com a explosão de raiva do seu pai, John....
Dean Winchester,era pequeno,só tinha seis anos de idade,era o filho mais velho de Mary e John,e também o fardo dos pais.
Ele não gostava de pensar assim,mas infelizmente,era sua realidade.
Samuel,seu pequenino irmão,tinha somente alguns meses de vida,mas já era amado pelos país, incondicionalmente,desde que estava na barriga de Mary.
Sammy,como o loirinho o apelidou,era o seu maior desejo,era o presente que havia pedido,não,na verdade havia implorado,para os anjos e para Deus.
Ele queria muito um irmãozinho para amar,e cuidar, proteger,e compartilhar tudo o que tinha....
O quê não era muito,na verdade ,quase nada,e mesmo sabendo que sua própria existência era um erro,ele ansiava tanto por um irmão,por alguém que lhe amasse de volta,pelo simples fato de que não suportava mais se sentir sozinho.
Porque era isso que ele era.
Dean mesmo com pouca idade,sabia que era indesejado por ser diferente,na verdade,por ser uma aberração distorcida...ele não tinha conhecimento,do que significava essas palavras estranhas e feias, mas sabia que não eram boas,e doíam,de um jeito,que era difícil explicar.
A criança tímida,e silenciosa,por vezes foi surpreendido pela mãe,falando com as sombras,dizia ter amigos imaginários,e chegou a contar para os pais,de uma forma animada,e infantil,que havia feito um novo amigo,um anjo, que o visitava a noite, dizendo que lhe protegeria,de qualquer coisa,e de qualquer um.
E isso assustava,e assombrava seus pais, provocando a ira de John,por ter um filho estranho,e às avessas,não tendo puxado nada de si, trazendo o pavor de coisas que não existiam para sua casa.
John,em sua burrice e completa ignorância medrosa,acreditava que Dean era amaldiçoado,ele acreditava fielmente nisso,e sua esposa Mary,estava cansada dessas histórias que o garoto contava,lhe trazendo uma gravidez perturbada,e cheia de preocupações.John dizia que Dean era amaldiçoado,e por muitas vezes era chamado de demônio,louco e retardado,por falar sozinho,e cada vez que seu pai olhava pra ele,Dean sabia que o pai não o amava.
Não como ele amava Sammy...
O pequeno Dean não tinha amigos,ele era o escravo dos pais, mesmo tão pequeno,já sabia o seu lugar,sabia que não serviria para muita coisa,e não teria nada maís que o básico para sobreviver,e se quisesse comer ,nem que seja as sobras de qualquer coisa,ele teria que trabalhar muito duro,para obter o mínimo.
Suas tarefas eram exclusivamente domésticas,lavando,e limpando tudo e qualquer superfície que precisasse de manutenção,ele organizava tudo,como Mary lhe ordenava,e fez isso durante toda a gestação de sua mãe, talvez até antes....ele não conseguia lembrar ao certo, quando tudo acabou ficando diferente em sua vida.
Talvez pelo fato que assustou Mary ,quando Dean avistou sua mãe,em um dia comum,e lhe garantiu que ela estava grávida, carregando em sua barriga o seu já amado irmãozinho.
Quando foi questionado, sobre como ele saberia disso,mesmo a própria Mary não tendo sentido nenhum sintoma,ou se quer suspeitava de uma gravidez,o pequeno lhe disse que seu anjo amigo lhe disse,na noite anterior.
Dean relatou que o belo anjo,com uma voz profunda,e assas negras,entrou em seu quarto,lhe dizendo que seu pedido iria ser atendido.
E toda a sinceridade crua do garoto, apavorou sua mãe,e quando a mesma teve o conhecimento da gravidez,e após uma longa conversa com John,deduziram que Dean tinha sérios problemas mentais,pois anjos, amigos imaginários, vozes do além, não existem.