𝙳𝚊𝚢 𝚗𝚒𝚗𝚎: 𝙱𝚊𝚕𝚍𝚎 𝚍𝚎 𝚊́𝚐𝚞𝚊 𝚏𝚛𝚒𝚊

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Ao adentrarmos a sala escura, a tensão era clara como a luz do dia, o ar carregado de expectativas e suspeitas. Os membros do conselho ancião jujutsu nos aguardavam em suas presenças imponentes mesmo ocultas pelas sombras. Seus olhares, embora não completamente visíveis, pareciam perfurar cada um de nós, especialmente a mim.

À medida que nos acomodamos na sala, o silêncio entre nós e o alto escalão era ensurdecedor. A atmosfera era espessa, quase tangível, com a gravidade do momento pendendo sobre nós como uma espada pronta para descer a qualquer momento.

O mais velho entre eles, um ancião cuja voz soava como o crepitar de folhas secas, foi o primeiro a falar.

– Kamo Kaori, as acusações contra você são graves. Você está ciente dos danos que o incidente causou ao nosso mundo e à reputação do clã Kamo?

Sua pergunta, embora retórica, exigia uma resposta. Satoru se adiantou, seu corpo tenso como se preparado para um ataque.

– Ela não foi a responsável. –  Sua voz era cortante, impregnada de uma emoção crua. – Foi a entidade do Olho Escarlate que...

– Silêncio, Gojo Satoru! - interrompeu outro ancião, sua voz reverberando com autoridade. – Não estamos aqui para ouvir desculpas ou teorias. A decisão já foi tomada, após cuidadosa deliberação.

O peso das palavras do ancião me fez tremer, e antes que pudesse formular uma resposta, a sentença foi anunciada, cada palavra um golpe direto ao coração.

– Kaori Kamo, você será exilada do mundo jujutsu. A partir deste momento, você está proibida de praticar ou ensinar qualquer técnica jujutsu, e seu nome será apagado dos registros do clã Kamo. O Olho Escarlate será removido de sua pessoa, para evitar qualquer descontrole futuro. Caso Kaori resista a este procedimento, estará livre para viver como uma cidadã comum, sem qualquer envolvimento com a sociedade jujutsu. Do contrário, uma sentença de morte será aplicada.

As palavras ecoaram na sala, pesadas como chumbo, afundando-me em um mar de desespero. Caí de joelhos no chão, incapaz de sustentar o peso da realidade que se desenrolava diante de mim. Paralisada, um turbilhão de emoções e pensamentos invadiu minha mente, cada um mais doloroso que o anterior.

Foi então que Satoru se revoltou. Com uma intensidade emocional nunca antes vista, ele removeu os óculos, um gesto simbólico que demonstrava sua prontidão para liberar seu poder ilimitado.

– ISSO É INJUSTO PORRA! – Sua voz, um rugido de fúria, preencheu a sala. – VOCÊS ESTÃO CONDENANDO UMA INOCENTE SEM SEQUER OUVIR SEU DEPOIMENTO! E ELA NEM TEVE CULPA DISSO! – ele cuspiu secamente as palavras com ódio

Suguru se aproximou, tentando acalmá-lo com palavras e gestos, mas Satoru estava além de qualquer consolo. Sua determinação era clara; ele lutaria contra os anciãos, contra qualquer um que ousasse impor tal destino à mim

– Satoru, por favor... – tentei falar, minha voz um sussurro fraco comparado à tempestade de emoções que ele exibia.

No entanto, Satoru estava decidido, seu poder começando a manifestar-se de maneiras que ameaçavam a integridade da sala e de todos presentes. Suguru, percebendo a gravidade da situação, posicionou-se entre Satoru e os anciãos, não como um oponente, mas como um mediador, buscando desesperadamente evitar um derramamento de sangue.

– Satoru, você não pode fazer isso! – Sua voz era firme, porém carregada de preocupação. – Há outras maneiras. Não podemos desafiar o alto escalão desta forma. Não assim.

Mas Satoru não parecia ouvir. A aura de poder ao seu redor tornava-se cada vez mais palpável, uma tempestade prestes a desabar. E eu, ainda de joelhos, observava, consumida pelo medo e pela angústia, a luta interna de meus amigos, a injustiça de minha sentença e a incerteza do que viria a seguir.

Satoru pov:

A sala parecia girar ao meu redor, cada palavra da sentença de Kaori era um golpe direto no meu peito. A injustiça queimava em mim como fogo, incendiando uma raiva que eu lutava para manter sob controle. Eles não viam? Eles não entendiam? A decisão de exilar Kaori, de arrancar dela sua herança e identidade, baseada em acusações infundadas, era mais do que injusta; era um ato de crueldade indescritível.

Eu me via como um guardião, alguém que deveria proteger aqueles ao meu redor dos perigos do mundo. Mas naquele momento, diante da impotência e do decreto frio dos velhos, sentia-me falhar miseravelmente em meu propósito.

Removi meus óculos escuros, um gesto que para muitos seria trivial, mas para mim, era a libertação de todas as barreiras que mantinha. A raiva reprimida, a frustração, a dor de ver Kaori assim, reduzida a nada aos olhos deles, desencadeou algo primitivo em mim. Queria lutar, destruir as fundações dessa injustiça, mostrar a eles que não podiam simplesmente decidir o destino de alguém baseado em suposições e medo.

Suguru se colocou diante de mim, tentando ser a voz da razão, mas como ele poderia entender? Sim, ele se importava com Kaori, mas aquele fogo, aquela necessidade de desafiar cada palavra proferida contra ela, ardia em mim de uma forma que eu não conseguia, não queria reprimir.

– Satoru, por favor... – Kaori tentou intervir, sua voz frágil, um sussurro quase perdido na tensão que nos cercava.

Olhei para ela, ajoelhada, devastada, e algo dentro de mim estremeceu. Era uma dor diferente, uma mistura de desespero e... amor? Um desejo fervoroso de mudar sua realidade, de lutar por ela, de lutar com ela. Kaori, com sua força e sua vulnerabilidade, tinha se tornado um pilar em minha vida, alguém cuja dor eu sentia como se fosse minha, cuja felicidade se tornara meu objetivo silencioso.

E então, vi os anciãos, firmes em sua decisão, imóveis diante da dor que causavam. Eles representavam tudo o que eu havia aprendido a desafiar, a estrutura rígida e injusta que governava nosso mundo. Minha revolta não era apenas por Kaori; era contra tudo o que eles representavam, uma luta contra a opressão que tinha se enraizado tão profundamente em nossa sociedade.

Mas havia algo mais, algo mais profundo que a raiva e a necessidade de proteger. Havia medo. Medo de perder Kaori, de vê-la ser tirada de nós, de mim, por um decreto baseado em ignorância. E havia a realização, clara como o dia, de que eu faria qualquer coisa, enfrentaria qualquer um, para garantir que isso não acontecesse.

Suguru falava, suas palavras um borrão em minha mente tumultuada. Eu sabia que ele estava certo, em algum nível, que a violência só geraria mais violência, que havia outras maneiras. Mas como poderíamos lutar contra uma instituição que não nos ouvia, que não se importava?

A minha revolta, meus sentimentos reprimidos, tudo borbulhava à superfície, ameaçando transbordar. E no meio de tudo isso, havia uma clareza desconfortável: a batalha que estávamos prestes a enfrentar não era apenas por Kaori, era uma luta por justiça, por mudança, uma luta pela alma do nosso mundo.

E assim, diante da escolha entre submissão e luta, eu não hesitaria. Por Kaori, por todos nós, eu estava pronto para desafiar o mundo inteiro.

●○●○N᥆tιᥒhᥲ᥉ dᥲ ᥲᥙt᥆rᥲ○●○●

Hehe~ Bom dia (é literalmente dez da noite, mas quem se importa?)

Então meus querides, capítulo curtinho neh? Mas e aí, gostaram da facada? 🤭

Zero ideias pra escrever o 10, então talvez demore um pouco.

E vocês que estão se perguntando "Mas onde tá o hot nisso?" CALMA SEU FOGO NO CU, pequeno gafanhoto. Eu sei que cês querem putaria, mas eu tô desenvolvendo o romance entre os personagens primeiro né porra- não dá pra tacar um hot do nada 🙃 Mas calma... nos próximos capítulos vai rolar umas reviravoltinhas, eu acho que ainda tá muito cedo pra hot.

E quem não tá gostando da história, se foda ♡ beijinhos da autora 💕

𝘐𝘯𝘧𝘪𝘯𝘪𝘵𝘦 - 𝚂𝚊𝚝𝚘𝚛𝚞 𝚎 𝚂𝚞𝚐𝚞𝚛𝚞 + 𝙾𝚌Onde histórias criam vida. Descubra agora