¶ Prólogo ¶

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Aprecio o lago à minha frente, com a pouca iluminação da clareira, por estar um dia nublado. Observo meu reflexo na água, o cabelo longo e preto bagunçado, meus olhos cansados por conta do sono e minha pele e roupas sujas de sangue do cadáver de um homem que está ao meu lado.

Ele era um canalha de uma vila próxima, que tentou me encurralar em um beco da cidade. Ele era nojento e seu sangue era pior, certeza que não tinha uma boa alimentação. Observo seus olhos, agora opacos, sem vida. Escuto um barulho nos arbustos e nas árvores, e um cheiro familiar no ar, viro para e vejo quem eu já esperava. Um caçador.

Sorrio para ele. Estava usando roupas pretas com um sobretudo, da mesma cor, segurando uma besta. Também dava para ver algumas outras armas embaixo do sobretudo, enquanto se aproximava de mim.

-Bem, se não é a sanguessuga -Ele diminui mais nossa distância -Vou acabar com você dessa vez.

Ele aponta a besta para mim.

-Desejo boa sorte.

Ele agora a flecha, eu desvio e começo a me aproximar rapidamente dele. Ele atira uma esfera de um dos bolsos e joga no chão fazendo uma cortina de fumaça e com cheiro de...lavanda?

Não consigo sentir o cheiro ou ver ele. Com certeza é para me desorientar e abaixar a guarda e me atacar.

Sinto alguém atrás de mim, desvio de uma lança que iria atingir meu pescoço. Seguro seu braço, derrubando a lâmina no chão e o jogo no chão colocando meu joelho no seu abdômen impeço que se levante.

-Te peguei de novo, Victor. Você ainda não é tão bom assim -Dou um sorriso.

-Merda! Eu deixei você se safar todas aquelas vezes porque você não matava humanos.

Ele grita enquanto me encara com raiva.

-Antes de agir, lembre-se do que te disse quando me viu pela primeira vez, eu não estou presa aos conceitos de certo e errado dos humanos, então vou seguir o que eu achar certo.

-E o seu certo é matar pessoas inocentes?

-Inocente? Aquele homem? -pego um cartaz no meu casaco- esse homem era procurado por abusar e matar mulheres. Ele tentou me fazer a próxima vítima dele, mas fez uma péssima escolha ao tentar mexer comigo.

Ele me olha surpreso e fez um semblante de culpado.

-Me descul...

-Não venha se desculpar -interrompi ele -Você veio logo me atacando sem pensar duas vezes -Fico triste -Achei que por ter me deixado escapar antes você seria diferente.

Tiro minha perna de cima dele e me levanto distanciando-me dele voltando para perto do lago. Escuto o som da grama e ele se aproximando.

-Tem razão, mas ainda não é certo matar pessoas.

Permaneço em silêncio e sento no chão novamente. Mas não faz muito tempo que eu trouxe esse homem para cá, então como ele me achou tão facilmente?

-Victor, como chegou aqui tão rápido?

-Digamos que eu estava aos arredores e vim aqui.

Ele parecia meio nervoso, como se não fosse somente isso, mas não ligo. Vou até o cadáver e pego-o. Coloco pedras dentro da sua garganta e roupas, jogo-o no lago e vejo-o afundar.

-Eu vou embora da cidade.

Ele parece que se chocou com a notícia mas não dou importância.

-Por qual motivo?

-Os caçadores. Por essa ser uma das maiores cidades com uma central religiosa, eles parecem estar brotando do chão e das paredes, talvez não tenha mais vampiros aqui, ou qualquer outra criatura...

-Só você -Olho para ele e sorrio

-Sim. Mas espero nos reencontrarmos novamente.

Uso a minha velocidade e sumo dentro da floresta e o deixo para trás. Depois de me distanciar um pouco do local, ouço um barulho e em seguida uma rede está em cima de mim. Um homem alto, com cabelos ruivos e um tapa olho se aproxima.

-Sanguessuga maldita! Eu deveria matar você agora, mas você vai ser um bom aviso para todos os monstros.

Até a Lua De SangueOnde histórias criam vida. Descubra agora