Capítulo 43

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O vento quente fazia as garotas suarem, afinal estavam sem a proteção das árvores, que há muito haviam ficado para trás. O único barulho que escutavam eram o dos corvos que cantavam hora sim, hora não.

Bianca sentiu a mão de Bruna em seu pulso e se virou, encontrando a expressão de medo no rosto dela.

- Eu falei para pararmos, aqui acaba o matagal. É campo aberto. Não é melhor voltarmos? - Bruna perguntou e Bianca se virou para ela de vez.

- Só estamos avaliando o perímetro. Você já pisou para lá antes?

- Só de noite. É campo aberto, Bianca, não gosto de, você sabe, chamar a atenção.

- Ninguém vai tocar em você, eu prometo. - Bianca sussurrou, acariciando o rosto de Bruna. - Não há ninguém por aqui, mas se houver temos armas.

- Não sei... - Bruna disse e Bianca voltou a acariciar o rosto da maior sem se importar se as outras veriam ou não.

- Como roubava comida na grande cidade se tem medo de sair em lugares abertos?

- De madrugada. - Bruna confessou e Bianca suspirou.

- Confia em mim, ninguém vai te descobrir. - Bianca pediu e Bruna mordeu seu lábio inferior, tendo a voz de sua mãe se repetindo em sua cabeça para não confiar em ninguém, que ela dizia isso para defendê-la, porém Bianca sempre a tratava bem, não via razão para não confiar.

- Quero meu striptease hoje. - Bruna disse para descontrair e Bianca riu.

- Terá, sua safada. - Bianca disse em um sussurro.

- Eu não. Ele. - Bruna disse, apontando para o meio de suas pernas.

- Vem. - Bianca disse, seguindo as outras que já estavam no campo aberto. À menor sentiu os dedos de Bruna se entrelaçarem nos seus e ela soube que aquela era uma forma da maior se sentir mais segura.

- E se ficarmos aqui nos agarrando enquanto elas vão? - Bruna sugeriu. - O mato aqui é bem mais alto do que ali, elas nem veriam.

- Proposta tentadora, mas faz parte do meu trabalho.

- Era parte dele quando vocês achavam que o vírus do ar impedia o cromossomo Y de ficar vivo. Hello! Olha só... - Bruna disse, retirando o pinto para fora e fazendo Bianca a olhar chocada.

- Alguém pode ver, esconda isso! - Exigiu.

- Viu? O ar não mata ele, pelo contrário, ele está desfrutando do ventinho. - Bruna disse, fechando os olhos e sorrindo.

- Bruna Bittencourt, se alguém mais ver seu pênis eu vou fazer questão de arrancá-lo.

- Viu só, amigão? Possessiva. - Bruna disse olhando seu pênis murcho enquanto ela balançava.

- Ele está tão caidinha por mim. - Bruna disse com a voz mais fina, como se tivesse sido o pênis a reproduzir aquela fala.

- Eu falo pelo seu bem, mas se leva tudo na brincadeira o tempo inteiro, que sozinha com esse pênis caído então. Tenho mais o que fazer. - Bianca disse irritada e Bruna arregalou os olhos, guardando seu pênis rapidamente.

- Não, desculpe! - Bruna disse rapidamente, segurando seu braço.

- Você toca seu pênis suado e vem pôr a mão em mim?

- Você já pôs a boca e sabe que ele é limpinho, mas desculpe. - Bruna disse, removendo a mão do braço de Bianca de forma envergonhada.

- Não pode levar tudo na brincadeira sempre, Bruna. - Bianca disse e Bruna assentiu suspirando.

- Eu sei, desculpe. Só queria que entendesse que não faz sentido perder tempo queimando os corpos, Bia. Esse tempo você poderia tentar achar o que tanto quer.

- Eu sei - Bianca confessou desanimada. - Só não posso dizer a elas que já achei o bendito cromossomo Y e por isso tenho que continuar com isso.

- Está bem. - Bruna disse, entrando em campo aberto de dia pela primeira vez na vida dela. Bianca a olhou surpresa, percebera o medo nos olhos de Bruna, mas por ela a maior o enfrentou. - Você vem ou não? - Bianca sorriu e assentiu.

- Quem chegar por último nelas fica uma semana com a faxina. - Bianca disse assim que alcançou Bruna, disparando de correr e ouvindo a risada rouca no fundo a seguindo

O Último Pênis | Intersexual - Lésbicas.Onde histórias criam vida. Descubra agora