Mira
Dobrar o fogo é estranho.
Riku faz tudo com tanta facilidade que ao tentar imitar, eu me desespero um pouco e queimo levemente as mangas do casaco que eu uso. Eu retiro o casaco e o jogo para longe.
Eu respiro fundo e tento novamente.
O fogo do Riku é lindo. Azul, ele ilumina todo o nosso redor com essa cor. Trazendo um pouco de luz para o lugar que já está escuro. Eu olho para o céu.
— Ou eu perdi a noção de horas, ou tem alguma coisa muito errada com o céu. -- Eu falo para o Riku que também olha para cima.
Não é um céu de tempestade. Isso eu posso garantir. É um cinza estranho, que cada vez fica mais escuro.
— É o vulcão. -- Ele aponta para o alto. O vulcão já está coberto por nuvens escuras, por isso não consigo ver da onde vem.
— É como disseram, ele está cada vez mais ativo.
— Mas, será que corre o risco dele entrar em erupção?
— Perguntou para a pessoa errada. Talvez Suni conseguisse prever.
Falar da Suni me dá ansiedade. Toda hora eu olho para o caminho do vulcão com a esperança de ver ela e o Meelo retornando.
Eu tento me concentrar novamente. Eu preciso me concentrar para ajudá-los. Ajudar a todos.
Normalmente Riku se move rapidamente, é difícil compreender seus movimentos. Só que dessa vez ele faz todos os movimentos devagar. Só que mesmo assim eles são confusos.
Já assisti outras pessoas dobrando fogo antes. E posso dizer que são semelhantes, só que Riku, eu não sei dizer... O jeito com que ele se move não é ordenado. São movimentos quase que imprevisíveis. Eu olho tentando imitar, mas é difícil.
Eu o vejo respirar profundamente. Ele não é uma pessoa paciente, por isso sei que ele está se esforçando.
— Você não está prestando atenção direito. Você tem uns movimentos engessados. – Ele coça a cabeça e parece tomar cuidado com o que diz.
— E você é um péssimo professor. – Eu digo abruptamente.
— Sim, péssimo. Isso eu sei. Mas, sou o único disponível no momento.
Eu não deveria ter dito isso. Ele está dando tudo de si para me ensinar. E eu tenho que ser mais grata a isso. Mas, é difícil pensar em tudo. Tento me concentrar mais, deixar os problemas fora disso. Respiro novamente.
Não percebo quando ele se aproxima. Ele se posiciona atrás de mim. Ele é um pouco mais alto que eu, mas não muito. Posso ouvir ele respirar perto do meu ouvido.
— Se concentre. – Ele diz enquanto pega os meus braços.
É difícil se concentrar com ele tão próximo. Mas, eu deixo que ele guie os meus braços.
Os movimentos desordenados, não são tão confusos assim. Parecem imprevisíveis, mas eu consigo notar um padrão.
— Agora deixe essa energia fluir até a palma da sua mão.
— Energia?
Sim, eu consigo sentir. Um calor que irradia por todo o meu corpo. Eu consigo guia-la até as minhas extremidades.
— Viu você conseguiu.
Ele me solta e eu consigo ver a tímida chama se formar na palma da minha mão.
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Avatar - A lenda de Mira ( Repostando)
MaceraO mundo não é mais o mesmo. O número de dobradores está caindo a cada geração. O mundo está em paz. A tecnologia evoluiu muito e os dobradores não são mais necessários. Mas quanto mais raros eles ficam, mais poderosos e influentes eles são. O últi...