Flora, Fada da Natureza

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Linphea, 2022

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Linphea, 2022

A subida até minha casa não poderia ser mais divertida. Miele segura firme em minha cintura conforme as joaninhas voam em direção a janela de meu quarto.

Quando pousamos na enorme folha que servia como varanda, nos despedimos e entramos. Miele ri divertida e se joga em minha cama com os braços esticados e os cabelos espalhados em meu travesseiro.

- Nem acredito que essa foi uma das últimas vezes que fazemos isso... - Ela tem lágrimas no canto dos olhos e eu me sento ao seu lado e acaricio os seus fios.

- Não precisa se sentir assim, em breve você também estará indo para a escola de fadas e então seremos irmãs fadas juntas. - Digo para animá-la.

Alguém bate à porta, e entra aos poucos sem que déssemos permissão. Os cabelos longos e rosas de mamãe aparecem e ela lança um sorriso dócil para minha irmãzinha.

- Miele, querida! - Miele corre até mamãe a abraçando pela cintura. -Por que não vai brincar no seu quarto? - ela acaricia as madeixas de Miele e ela intercala seu olhar entre nós duas.

- Vocês não vão brigar de novo, não é? - Seus olhinhos verdes nos olham em preocupação.

- Não precisa se preocupar. Flora e eu só vamos conversar. - Ela garante.

Miele corre para seu próprio quarto. Mamãe passa as mãos pelo vestido florido e me olha seriamente. Ela cruza os braços e suspira, parece cansada pelas olheiras abaixo de seus olhos e por um segundo, um único segundo, sinto que vou ceder aos seus desejos.

- Pensou sobre o que conversamos? - Ela anda pelo meu quarto, observando cada flor e cada pequeno detalhe que seus olhos possam captar.

- Pensei... - ela para em frente a janela, deixando com que sua sombra me cubra por completo.

- E então?

- Não mudei de ideia. - Ela aperta o próprio braço.

- Flora... - me levanto imediatamente colocando as mãos entre nós duas.

- Eu sei o que a senhora pensa sobre eu ir estudar em Alfea...

- E mesmo sabendo ainda quer ir estudar naquele lugar?

- Quero! Foi lá onde minha avó se formou, e eu sei que a senhora odeia a ideia de me ver indo embora e não seguindo os seus passos, mas tente me entender também.

- Entender o que? - Ela bate as mãos na perna. - Que você é uma filha ingrata?

- É injusto me chamar de ingrata depois de tudo o que eu já fiz pela senhora nesses últimos oito anos! - Tento manter minha voz calma para não alarmar Miele do outro lado do corredor.

- Você deveria ficar aqui, estudar em Linphea, seguir os mesmos passos que eu e seu pai seguimos. Nascemos, crescemos, estudamos e nos apaixonamos bem aqui - ela aponta os dedos para o chão - em Linphea! Essa sempre foi a nossa casa, e não entra na minha cabeça como que você pode querer ir embora.

- Quando a vovó ficou doente e a senhora teve que se abster de Miele e eu - meus olhos se enchem de lágrimas -, eu não reclamei um único segundo de ter que cuidar de Miele e dividir o meu tempo entre treinar, cuidar de Miele, da casa, da vovó e de você!

- Eu não precisava ser cuidada!

- Como não? - seco as lágrimas que caem de meus olhos. - Depois que o papai morreu, a vovó não foi a única a ficar doente. A senhora não era mais a mesma, dizia que estava sendo forte por nós e por nossa avó, mas na verdade, a única ali que mantinha tudo em pé, era eu. A vovó foi a única que percebeu, e ela me fez prometer antes de sua morte que eu iria fazer o que tivesse vontade a partir daquele dia. - As lágrimas que saem em cascata de seus olhos não é nem comparada a sensação do nó em minha garganta.

- É isso o que você quer? - sua voz trêmula atinge meu coração e o faz se partir em pedaços.

- É... - Assinto com a cabeça. - Mas não pense que estou fazendo isso para fugir de vocês... eu não estou! - afirmo depois de alguns segundos de silêncio. - Eu amo a senhora e amo a Miele, mas acho que terei mais chances se for estudar em Alfea. - Ela parece pensar em suas opções.

- Okay, você pode ir! Mas vai ter que seguir algumas regras. - Pontua. - Não é só porque está indo para longe de mim, que você vai fazer o que bem entender.

- Não estava pensando nisso de qualquer forma. - Encolho os ombros.

- Você vai me ligar todas as noites antes de dormir, vai tirar notas excelentes, e nem ouse aprontar com suas amigas!

- Duvido muito que eu faça amigos... - dou de ombros.

- Não fale assim. - Ela me repreende. - Você vai fazer amizades logo no primeiro dia. E quando isso acontecer, eu quero que me conte tudo sobre elas.

- Se a senhora diz.

- E nós precisamos fazer a sua matrícula imediatamente ou então iremos perder o ano. - Ela diz eufórica, pronta para sair do quarto quando eu a seguro.

- Mãe, tá tudo bem! A minha vaga em Alfea já está confirmada. As aulas começam semana que vem. – Aperto meus lábios em linha fina, me lembro de quando vovó conversou com Faragonda antes de partir, e pelo olhar que recebo, sei que agora mamãe está se sentindo traída.

- Como que você fez a matrícula se precisa da minha autorização?

- Na verdade, eu preciso da autorização de qualquer responsável! A vovó e a diretora atual de Alfea estudaram juntas e ela fez um pedido especial. Recebi a confirmação faz uns dias...

Ela me olha desacreditada e então vai até meu armário abrindo a porta e se deparando com todas as minhas malas já prontas.

- Flora, mas que diab...

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