Como decidir a direção se não consigo recostar-me no sofá para observar-me pela janela? Talvez, porque ignoro a estante de livros que me oprime. Há anos.
Ninguém, a não ser eu mesmo, me observa agora. Minha mãe? Ela me amaria não importa a minha decisão.
Se meu pai lesse estas palavras, o que diria?
Meu pai viu o que pude mostrar. Exibi a todos o que foi possível suportar. E nunca fui forte. Espero que um dia nós dois possamos olhar para quem eu sou mesmo. E talvez, enfim, conversemos de verdade, de pai para filho e de filho para pai.
Até lá, sigo remendando-me. Não sei. Dá última vez que me vi estava muito ferido, naquele canto escuro. Mas, agora, onde estou?
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Vivendo em desacordo
General FictionHomem reflete sobre si mesmo e sua relação com seu pai.