Elizabeth.
Finalmente, sexta-feira chegou. Estava ansiosa pelo fim de semana, cansada de acordar cedo todos os dias.
- Amanhã é sábado, vou acordar tarde. Às 10 horas já está bom para mim.
digo, fechando a porta atrás de mim. No momento em que me viro, dou de cara com a minha vizinha, Milly. Levo um susto.
- Poxa, Milly - coloco a mão no coração, sentindo-o acelerar.
- Desculpe, Elisa. Não era minha intenção te assustar.
Ela diz. Até parece. Essa é a quinta vez que ela faz isso nos dois meses desde que me mudei para cá.
- Certo, o que você quer?
pergunto, tentando recuperar o fôlego.
- Não vou tomar muito o seu tempo. Vou sair e só volto amanhã à tarde.
Estava curiosa. Nunca a vi com ninguém e as únicas visitas que ela recebe são dos pais.
- Você está indo para a casa de um namorado?
Pergunto, incapaz de conter a curiosidade.
- Sim, estamos namorando há um mês.
Pelo menos uma de nós está desencalhada.
- Nossa, que legal! Parabéns, Milly!
digo, sinceramente feliz por ela.
- Obrigada. Gostaria de te convidar para sair no sábado. Um passeio entre amigas.
- Parece legal. Posso levar meus amigos para apresentá-los a você?
- Ótimo, nos vemos no sábado. Mas antes, me passa seu número.
Pego minha agenda na bolsa, anoto meu número e entrego a ela.
- Obrigada, vou te mandar uma mensagem à noite para combinarmos o local e a hora. Vou direto para lá.
ela diz, se despedindo.
- Tudo bem, boa viagem. Tchau, Milly.
Depois que ela sai, sigo meu caminho até o ponto de ônibus. Depois do acidente, decidi vender o carro que era da minha mãe. Não me sentia bem vendo-o ali, pois sempre me trazia lembranças dolorosas daquele dia."
"Poucos minutos depois, estou em frente ao ponto de ônibus, bem na hora em que o ônibus que eu pretendia pegar passa. Faço sinal para o motorista, que para para mim. Pago minha passagem e me sento em uma cadeira no final do ônibus, encostando minha cabeça na janela e fechando meus olhos por alguns instantes. Uma imagem surge em minha mente. É Yago, jogando futebol com seus colegas de classe. Ele está sem camisa, vindo em minha direção com seu abdômen sarado e gotas de suor deslizando por ele.
- Que diabos estou pensando?
sussurro para mim mesma, abrindo meus olhos. Viro o rosto e vejo uma senhora me olhando.
- Falou alguma coisa, minha filha?
Ela pergunta.
- Não, claro que não.
respondo, voltando minha atenção para a janela, observando a paisagem. Alguns minutos depois, o ônibus se aproxima da minha faculdade. Puxo a cordinha para o ônibus parar. Quando estou descendo, a senhora me chama.
- Sim? - pergunto.
- Da próxima vez, não use palavrões. É muito feio.
Fui repreendida.
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Trocada( Em Breve)
ChickLitVocê é capaz de amar novamente? Depois de duas decepções amorosas, essa é a pergunta que Elizabeth se faz todos os dias. Ela se fechou para o mundo, acreditando que o amor não passava de uma ilusão cruel. Mas, então, em uma tarde chuvosa, seu caminh...