Nathy narrando
É incrivel como não conseguimos ficar em paz por muito tempo.
Já são quase quatro da manhã e chegamos na delegacia. Eu não via os meninos com tanto sangue nos olhos a muito tempo.
Renato, Lucas e Douglas optaram por ir pro hospital ver como esta a saude do Gabriel, eu ainda estou tentando criar coragem de ligar pra Beatriz, mesmo achando que quem deveria fazer isso é o Paulo.
Tentamos de toda forma conversar, mas insistem que o Gabriel foi pego em flagrante. Disseram que ele fazer tatuagem, trabalhar, ou qualquer coisa do tipo pode ser só uma distração.
- Fácil acusar ele ne? Negro! - Paulo disse com o mínimo de paciência.
- Não temos culpa se o amiguinho de vocês não presta, inclusive a irmã dele só não foi presa um tempo atrás por ser de menor. Mas as amizades dela são terriveis. - Disse o delegado.Uma discussão que parece que não acabaria nunca. Então, eu sai da sala onde estavamos pra beber água, Hugo veio atrás mesmo sem dizer uma palavra.
- Olha, esse cara que vocês falaram que forjou pro amigo de vocês e que cometeu o assédio aquele dia, é filho de um delegado importante na cidade vizinha. Vocês não vão conseguir nada ficando aqui, desculpa. - Um policial disse e saiu andando.
- Vamos pro hospital? To preocupada com Gabriel. - Falei e cai no choro, Hugo me abraçou - Por que eu deixei ele sair? Estava todo mundo em casa e bem, ele não precisava ter ido pra boate. Ele tenta me entender e eu faço isso. - Desabafei chorando
- Não é culpa sua nega... Eu to aqui, pode parecer que não, mas eu sempre serei seu grande amigo. - Hugo disse e limpou minhas lagrimas.Fomos ate os meninos. Paulo ligou pro pai, e fomos todos ao hospital.
Chegando ao hospital, descobrimos que o Gabriel estava pior do que pensávamos. Estava medicado e ia ser cuidado até sair de lá direto pra cadeia, provavelmente.
Nossos corações não tinham espaço sabe? Tudo estava doendo demais. Foi quando eu resolvi que realmente precisava ligar pra Beatriz.
Bia: Alô
Nathy: Nega, preciso conversar com você, onde você ta?
Bia: Eu não tenho nada pra conversar com vocês do manicômio, só meu irmão me interessa ai.
Nathy: É sobre seu irmão, ele ta no pronto socorro, vem pra ca.Bia não respondeu nada, desligou a ligação.
Enquanto eu tomava água, ela chegou. Deu pra perceber de longe o clima horroroso dela e do Paulo.
Conversamos com ela sobre o que aconteceu e ela caiu no choro, aceitou voltar com a gente pro manicômio pra tentar colocar a cabeça no lugar.
Então resolvemos todos irem pra casa juntos.
Me sinto inútil e fraca.
Cheguei em casa e subi pro quarto.
Tudo, absolutamente tudo, lembra o Gabriel aqui no quarto.
Tomei um banho rm lágrimas, meu unico momento pra desabar.
Após o banho, peguei a blusa dele, abracei pra sentir seu cheiro, e deitei pra tentar cochilar por um tempo.
Gabriel narrando
Acordei deitado em uma maca de hospital, com uma mão com acesso de soro e outra mão com algema presa na cama. Um policial ao meu lado.
- O que aconteceu? - perguntei
- Não lembra vagabundo? - O policial disse
- Ultima coisa que lembro, são dos caras me bater. - Falei e ele gargalhou
- Ainda bem que te bateram e recuperaram os celulares do pessoal da boate. Mas você ta preso ladrão. Fica em silêncio que é melhor. - o policial disse.

VOCÊ ESTÁ LENDO
Reencontro - Primeira Escrita.
Teen FictionDoze amigos onde a maioria é de classe média alta, estudaram juntos no ensino fundamental, mas, alguns se afastaram durante o ensino médio. Eles decidem ir morar juntos para bancar os custos da faculdade em uma cidade onde todos conseguiram os estud...