Capítulo 27

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Oito meses,oito meses sem Kurt Cobain.

Minhas esperanças eram tão fracas..ficavam mais fracas quando eu ia visitá-lo naquela cama de hospital,fraco e pálido, apenas sobrevivendo pelos aparelhos. Cada vez que eu olhava para a minha barriga,eu lembrava dele,era impossível eu não lembrar de Kurt Cobain. O homem que eu amo,o homem que eu já tentei odiar,o homem que me fez sentir o verdadeiro prazer, agora,esse homem,estava em coma, enquanto a mim, grávida dele.

Axl,por outro lado, quando descobriu,quis me matar, sumiu por dias,e quando voltou,disse que cuidaria do bebê como se fosse dele,o que eu faria? Eu aceitei. Não queria que o meu filho não tivesse uma figura paterna,Rose sempre quis ter filhos, já foi um bom pai,pelo ao menos nisso,ele era bom. Ele conversava com a minha barriga, beijava, abraçava,se gabava e fazia promessas. Ninguém havia esperança de Kurt acordar, muito menos o William.

Courtney? Essa mulher sumiu de vista. Depois de duas semanas que Kurt estava em coma,sua banda também parou e ela simplesmente desapareceu do mapa,o grunge estava parado,em coma,eram o que dizam nas revistas. Às vezes eu me pego pensando no que ela estava fazendo,como Courtney estava. Eu não gosto dela,mas não a odeio. Eu sabia que apesar de tudo,ela era apaixonada por Kurt,quem não se apaixonaria pelo Kurt? Aqueles olhos azuis encatavam qualquer mulher.

As notícias sempre eram sobre mim e a minha gravidez. Fiz o mundo parar,fiz o mundo acreditar que eu estava grávida de Rose. Não queria que todos soubessem que eu traí William,algo que o mundo inteiro suspeitava. Eu já sabia o que fazer por um certo momento,mas depois decidi que só iria viver, viver por ele, não queria me ralar e desgastar por Kurt,mas era impossível. Ele estava em todos os lugares, até mesmo em meu ventre,um parte sua estava dentro de mim.

[…]

Deitada no sofá, sozinha e pensando no além,com a mão apoiada em minha barriga,sentindo os chutes do bebê. Seus batimentos cardíacos,suas cotoveladas,seus chutes,eu sentia tudo isso ao mesmo tempo,era uma das únicas coisas que me fazia feliz. Ninguém estava em casa, além de mim e Axl,o mesmo estava no outro sofá dormindo. Minha barriga estava tão grande,a regata mal cobria a minha gravidez. Eu queria isso? Queria. Mas com Kurt ao meu lado.

De repente,a campainha tocou. Suspirei cansada e levantei-me com dificuldade e gemi baixinho por causa do peso da barriga. Caminham até a porta, com a mão esquerda apoiada na lombar,abri a porta e não vi ninguém,antes que eu fechasse,olhei para o chão e vi uma cesta e um embrulho de lençóis rosas claros. Franzi a testa e puxei a alça da cesta,havia um peso considerável. Quando puxei levemente o embrulho, quase caí dura no chão. Era um bebê e uma carta.

Sem pensar suas vezes,entrei e fechei a porta, coloquei o recém nascido no sofá,o bebê dormia tranquilamente, inocente sobre o caos que acontecia em minha mente.  Peguei a carta e com as mãos tremendo,abri com cautela. Eram letras tremidas e algumas rabiscadas, suspirei,engoli o medo e comecei a ler.

"Bem..oi Emily. Espero que esteja bem,quero dizer, claro que você está bem! Que pergunta, não? Grávida de Axl Rose! Wow!
Esqueça isso! Vou direto ao assunto!
Você sabe quem eu sou, destruí a sua vida, irônico, não?
Esse bebê..é fruto meu, não tenho condições mentais para cuidar dessa.. criatura!
Quero viver a minha vida! Não quero cuidar de um bebê chorão!
Eu sei que o seu sonho é ser mãe e blá blá!
Você já está grávida,que tal mais um filho,huh?
Não,essa menina não é mais a minha filha ,na verdade,nunca foi, eu não sirvo para ser mãe.
Antes que você se pergunte quem é o pai, apenas olhe nos olhos da bebê, você verá os olhos daquele homem. Chame a bebê de Frances, dê o sobrenome que quiser."

Com amor, Courtney Love.

- Oh meu Deus..- Sussurrei surpresa e incrédula colocando a mão tremendo na boca. Olhei para a bebê que dormia pacificamente. Era tão injusto,uma bebê inocente no meio dese caos.  Frances..por que a vida foi tão injusta para um simples bebê?

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