Apesar da noite boa e tranquila de ontem, a manhã seguinte já começou com muita correria e pessoas em cima de mim. Hoje mais do que nunca os olhares estariam sobre mim, era o dia da independência, um dos dias mais importantes do ano e eu como único herdeiro estaria bem ao lado do rei, como seu mascote. Sentando na poltrona eu observo os funcionários trazendo minha roupa e logo me levanto para me vestir.
Com cuidado eles me ajudam a vestir o fino terno preto, que era totalmente desenhado. O silêncio se mantinha no cômodo, era deprimente, mas eu já estava acostumado. E eu preferia que se mantivesse assim, até minha mãe entrar.
— Podem sair. - Ela ordena.
Imediatamente os funcionários saem e fecham a porta, me deixando a sós com ela.
— Como está se sentindo hoje, hum? - Pergunta me olhando com um sorriso no rosto.
— Quer uma resposta do príncipe Phillipe ou do Phillipe? - Respondo enquanto abotoo as mangas.
— Do meu filho. - Afirma.
— Não estou sentindo nada. - Respondo sinceramente.
— Você nunca sente nada. - Suspira. - Sempre a mesma resposta.
— Esse é o problema. - Assinto.
— Você sempre foi assim, oscilava seu comportamento desde criança, uma hora tão alegre, outra hora tão distante... - Arruma minha gravata. - Meu pequeno menino intenso em emoção e zero coração. Capaz de iluminar todos a sua volta e depois apenas querer ficar sozinho.
Ela falava com atenção, fazia um tempo desde a última vez que a vi falar com tanta propriedade de mim, como se realmente me conhecesse e prestasse atenção. Eu não sabia explicar mas por alguns segundos era reconfortante, o que chegava a ser irônico já que eu sabia que assim que saímos daqui, ela vai começar a me dar ordens e ficar de olho em mim.
— O que quer dizer? - A olho confuso.
— Você sempre fez isso, atraia as pessoas com sua luz, e depois se sentia sufocado. - Passa a mão em meu rosto. - Faz isso principalmente com as garotas, mas um dia terá que se casar.
— Não quero entrar nesse assunto. - Me afasto. - Não precisa me lembrar a cada segundo que eu não tenho pra onde correr.
— Não me incomodo com suas aventuras, aproveite enquanto pode, mas seja discreto e nada de escândalos. - Parecia soprar sua manipulação em meu ouvido.
— Não se preocupe com isso. - Me mantenho sério, olhando no espelho.
— Essa sua frieza emocional é sua maior força como rei, nunca dê o controle do seu coração a ninguém! - Segura meu rosto e olha no fundo de meus olhos.
Em outras palavras ela estava dizendo, "nunca se apaixone, isso te torna fraco" e eu confesso que por um lado concordava com ela. Enquanto George era vivo, o vi se apaixonar uma ou duas vezes, e eu sempre observava a maneira impulsiva que ele agia, eram amores da adolescência, mas já podíamos sentir um gostinho amargo.
— Um dia tudo isso fará sentido pra você, e vai me agradecer. - Coloca um broche de ouro em meu peito.
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Legados - Meu Eterno Shelby II
Fiksi Penggemar{ 𝟐 𝐓𝐄𝐌𝐏 𝐃𝐄 "𝐌𝐄𝐔 𝐄𝐓𝐄𝐑𝐍𝐎 𝐒𝐇𝐄𝐋𝐁𝐘" } Os anos podem passar, mas o legado de uma família sempre permanece. Hanna e John viveram sua grande história, e agora é a hora de passarem o seu legado e deixarem sua descendência escrever a su...