Capítulo 11

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Seu rosto vermelhinho ainda estava gravado em minha mente, lembrando-me do motivo por traz de sua vergonha

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Seu rosto vermelhinho ainda estava gravado em minha mente, lembrando-me do motivo por traz de sua vergonha.

Quando ela me disse que amava ler, imaginei que fossem histórias com romances que a gente assiste na sessão da tarde. Descobrir que, na verdade, permeia pelo erótico me impressionou um pouco.

E sei que o livro que vi em sua mesinha de cabeceira é do gênero, pois tenho uma prima leitora e já a vi com o mesmo livro em mãos, suspirando descaradamente por um tal de Rush, que era dono de um bar chamado The Heights e por fora demonstrava ser "super grumpy", como Amelie o denominava. (Referência ao livro Herdeiro Rebelde da Vi Keeland e Penélope Ward)

O que tudo isso significa? Bem, o cara era rabugento, tinha dinheiro e ia viver um romance clichê com a sua funcionária. Era disso que a minha prima gostava. E Tati também, descobri.

Era uma pena que ela gostasse de um idiota que em nada se parecia com o tal Rush. Porque, como Amelie sempre me diz, existe uma diferença muito grande entre ser rabugento e mal-educado. E se me permitem uma sincera opinião, Gui, o amiguinho tapado, é um tremendo imbecil.

Uma garota incrível colocava uma roupa, que nunca usaria, só para impressioná-lo e, em vez de dizer um simples "uau", ele questionava a razão por trás da mudança?

Tudo bem, eu entendo que quando uma pessoa segue um mesmo padrão por muito tempo causa estranheza, mas não ao ponto de você só focar nas circunstâncias que a levaram aquilo. Ele poderia ficar surpreso, este não é o problema, mas o babaca nem sequer a elogiou.

E ainda a deixou de escanteio para bancar o galã com outra, na frente dela!

A cada dia ele me prova que não a merece e espero que a pequena borboleta enxergue isso. Não é possível que foi por um idiota desses que ela se apaixonou e sonha com um romance digno dos livros.

No entanto, que poder eu tenho para julgar se, no passado, também cometi o erro gravíssimo de cogitar me casar com uma mulher dissimulada e mentirosa?

Acho que no quesito de o cúpido errar a flecha estamos quites. Ambos escolhemos a pessoa errada.

Sem ânimo para me martirizar pelo meu passado com Geovana, saí da minha cama e fui direto para o banho. Hoje eu tenho um planejamento para o meu dia que envolve, primeiro, agradar dona Clara e, depois a minha namorada falsa.

Já pronto, desci até a sala, encontrando mamãe no sofá, com o seu novo melhor amigo, bordando um enxoval para o meu filho inexistente. E mesmo que ele nem exista, ela já definiu que será um menino sem nenhum motivo aparente, apenas pôs na cabeça que é.

Não vou acabar com a sua felicidade, mamãe parece tão em paz com as linhas de tricô, que seria desumano da minha parte lembrá-la que, a minha relação com a Tati é apenas uma amizade. O que é verdade.

E acredito que nunca passará disso, ainda que no mês que vem o nosso status mude. Mas não é real, então não conta.

— Bom dia, dona Clara. — Aproximei-me, deixando um beijo demorado em sua bochecha.

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