1. Sorriso bonito

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POV. Minji

"Vamos lá Minjona arrume essa cara!" - Bora reclamou assim que chegamos no restaurante bar que ela me obrigou a vir.

Era sábado de noite, em um outono qualquer, onde a brisa fria me fazia querer ficar de baixo dos meus cobertores quentinhos assistindo um drama qualquer. Mas não naquela noite, pois minha melhor amiga me fez sair de casa e "socializar".

Sério quem faz isso hoje em dia? 

"Você me tirou de casa a força, o que queria?" - reclamei - "E que espécie de apelido é esse? Você esqueceu que eu sou mais velha?"

"É, já está até usando fralda." - zombou.

"Você é insuportável!"

"E você infantil!"

"Mal começou a noite e vocês já estão brigando?" - a voz elegante de Handong ecoou por meus ouvidos. Ela se aproximava, vestindo uma calça social e uma camisa branca por baixo de um pulôver preto.Estava linda, como sempre.

"Ela que começou" - dissemos em um uníssono, o que me fez bufar. Essa mulher me tira do sério.

"Vamos nos sentar, Gahyeon já está nos esperando." - disse a chinesa guiando o nosso caminho.

Por onde eu começo?

Eu Kim Minji, sou uma redatora de 27 anos, trabalho em uma empresa de jornalismo em Seoul chamada Noir e de acordo com Bora, eu sou uma antissocial. O que não faz sentindo para mim, já que o seu critério foi: eu prefiro passar mais tempo com minha cachorrinha Cherry, vendo doramas até as 3 da manhã do que ir para a balada com ela encher a cara. Haja fígado que aguente a vida dessa desmiolada.

Conheci Kim Bora no Campos da universidade, quando éramos calouras e estamos juntas desde então. Ela é formada em dança e trabalha em um estúdio profissional, além de ser CEO. Acabamos nos dando bem rápido, claro com algumas desavenças, mas gosto de pensar que é assim por conta do nosso carinho uma pela outra.

Afinal foi com Bora que vivi as noites mais loucas da minha vida e conheci pessoas incríveis como Handong e Gahyeon.

Kim Handong era estrangeira, mas se mudou da China com 20 anos e desde então está morando aqui. Ela trabalhava com marketing de maneira autônoma e vivia viajando mesmo sem ter um tostão no bolço, mas sempre dava um jeito de conseguir o que queria. Ela me dizia que o segredo era ter contatos, tudo ficava mais fácil se você convencesse a pessoa certa da maneira correta, mas aquilo sempre me pareceu fantasioso demais para ser verdade.

Kim Gahyeon era a nossa caçulinha. Ela cursava o último ano de economia e era a nossa borboletinha social e vivia se metendo em encrenca nos campos por ser, bem, desaforada, ela falava o que pensava e não tinha vergonha alguma disso. A jovem vivia com Bora aprontando cada confusão que me fazia acreditar estar vivendo com duas crianças de 26 e 22 anos de idade.

"Como é bom ver você Minji-unnie" - exclamou Gahyeon com emoção enquanto me dava um forte abraço - "Achei que nunca ia sair da sua caverna!"

"Esse era o plano." - brinquei, ainda que houvesse um pouco de verdade em minha fala o que fez Gahyeon rir.

"Certo! Eu tenho novidades!" - exclamou Bora animada - "Mas antes, vou buscar bebidas para todas nós, por minha conta!"

"Maravilhoso!"

"Amo ter uma Sugar mommy!"

"Preciso beber também?" - indaguei e o olhar mortífero delas me fez perceber que não teria escolha - "Foi só para confirmar...credo." 

A noite passou mais tranquila do que eu esperava. Mesmo com as bebidas e anunciações (vide: fofoca) chocantes e animadoras, eu me senti feliz por ter saído de casa.

Sweet Smile - SinJiOnde histórias criam vida. Descubra agora