Flores ao Vento

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A brisa suave de Primrose acariciava os cabelos de Lily enquanto ela relembrava a sua vida sentada num banco na praça, capítulos mágicos onde o tempo se desdobrava, onde o amor era puro e belo. A pequena cidade, aninhada entre colinas verdejantes, tornava-se o palco encantado das travessuras de Lily e da sua turma de amigos inseparáveis na época


Lily, com seus olhos brilhantes e cabelos dourados que dançavam ao vento, passava horas explorando os cantos escondidos de Primrose com os seus amigos. A infância era um caleidoscópio de cores, com brincadeiras que se estendiam até o cair do sol. A rua era o território de aventuras, e cada beco estreito escondia segredos que só crianças curiosas poderiam desvendar.


Em meio a esse cenário pitoresco, Lily encontrou o seu primeiro amor, João. Um garoto de olhos castanhos, um olhar tão belo, sincero, os seus cabelos balançando com a brisa do vento, João, sempre estava pronto para embarcar em novas travessuras com a Lily. Certa tarde, ele teve uma ideia, ele queria surpreender a sua amiga, então apareceu diante de Lily com um punhado de flores silvestres, suas mãos sujas de terra e um sorriso que revelava a pureza da infância.


- Oi, Lily. Eu... queria-te dar essas flores. ~. Disse ele envergonhado


O coração de Lily deu um salto enquanto recebia aquele presente improvisado. Foi ali, no meio das flores e risadas, que a semente do amor começou a brotar, e foi a partir daquele pequeno gesto, que João e Lily aproximaram-se. Entre piqueniques sob as árvores centenárias e corridas desajeitadas pelas ruas empoeiradas, Lily e João construíram uma amizade sólida, resistindo aos desafios que a infância trazia.


Mas não acaba por aí, além de João, Lily contava com a sua melhor amiga, Sofia. Juntas, elas eram inseparáveis, compartilhando segredos e risadas, criando memórias que se entrelaçavam com as flores de Primrose. Sofia era a confidente de Lily, e muitas vezes elas aventuravam-se pelos campos floridos em busca de novas descobertas. Só que, Sofia ela guardava um segredo, ela gostava de João, mas ela nunca falaria isso, pois saberia que poderia acabar com a amizade de todos ali.


Numa tarde inesperada, enquanto as três crianças exploravam uma parte desconhecida da cidade, depararam-se com uma árvore antiga e misteriosa. Sob a sua copa sombreada, descobriram algo surpreendente - um baú enterrado há anos, contendo cartas antigas e pequenos tesouros esquecidos pelo tempo.


A surpresa os envolveu, transformando aquela tarde comum num capítulo inesquecível das suas vidas. As cartas revelavam histórias de amores passados, cujo nome da pessoa que o baú pertencia era Lily e então quando leram isso uma camada de mistério começou a surgir entre os três amigos.


- Olha aí Lily, os seus amores passados ~ Diz João com ar de deboche


- Para com isso, João, não tem graça ~ Diz Lily já irritada com João pela brincadeiras


- Ah, que isso, Lily! Leva as coisas mais na brincadeira, se diverte mais, não é porque tem seu nome que isso era seu. Até porque, isso é muito antigo, é quase impossível isso ter sido feito para você ~ Sofia tenta confortar Lily


Lily decide não levar aquilo a sério, apesar de ser muito coincidência. E então naquele momento, entre risos, surpresas e a descoberta de um "tal" baú, as sementes de laços especiais foram plantadas, destinadas a crescer e florescer ao longo dos anos.


Mas... será que aquilo de fato não pertencia à Lily?


O dia despediu-se com tons dourados no céu, e as três crianças voltaram para casa, carregando consigo o mistério do baú e as risadas compartilhadas. A noite trouxe consigo sonhos repletos de aventuras e segredos ainda não revelados. Enquanto Lily se aninhava sob os lençóis, a mente inquieta, ela não conseguia deixar de pensar nas cartas antigas e na coincidência do baú levar o seu nome.


Na manhã seguinte, a praça estava tranquila, mas a energia da descoberta ainda vibrava no ar. Lily reuniu-se com João e Sofia, e o trio decidiu investigar mais a fundo o mistério do baú. No entanto, a empolgação deles foi interrompida por uma figura enigmática que se aproximava.


Era um senhor idoso, vestindo roupas que pareciam ter atravessado décadas. Os seus olhos carregavam a sabedoria de uma longa vida, e um sorriso amigável iluminou o seu rosto enrugado.


- Boa tarde, crianças. Vejo que encontraram o baú esquecido - disse ele, com uma voz suave e tranquilizadora.


Os olhos de Lily arregalaram-se, enquanto João e Sofia trocavam olhares curiosos.


- Como você sabe sobre o baú? - perguntou Lily, com uma mistura de surpresa e desconfiança.


O senhor sorriu novamente, como se compreendesse a curiosidade das crianças.


- Eu sou Benjamin, o porteiro da história de Primrose. Conheço cada cantinho desta cidade, e aquele baú guarda memórias preciosas de tempos passados. Lily, acho que você vai querer saber mais sobre o seu legado.


Com um gesto acolhedor, Benjamin convidou os três a segui-lo até a biblioteca local, onde livros empoeirados e documentos antigos revelavam os segredos enterrados no tempo. Lily, João e Sofia mal podiam acreditar na jornada que estava prestes a começar.

Enquanto folheavam páginas amareladas, eles descobriram que o baú pertencera a uma ancestral distante de Lily, uma mulher de nome idêntico, cujas histórias de amor e aventura estavam entrelaçadas com os alicerces de Primrose. Os olhos de Lily brilharam ao perceber que a sua ligação com a cidade ia além da amizade de infância.


Benjamin compartilhou histórias da família de Lily que ecoavam através das gerações, conectando passado e presente. Ele revelou que a árvore misteriosa onde encontraram o baú era conhecida como "A Árvore dos Destinos", uma testemunha silenciosa das histórias entrelaçadas de todos em Primrose.


À medida que as revelações se desdobravam, Lily sentiu-se enraizada na riqueza da sua própria história. Os laços de amizade e amor, as travessuras na infância e a descoberta do baú eram apenas o começo de uma jornada que guiaria Lily e os seus amigos por um caminho inexplorado, cheio de mistérios e magia.


Assim, sob a orientação do sábio Benjamin, os três amigos embarcaram numa busca para desvendar os segredos de Primrose e descobrir o papel que cada um desempenharia na trama mágica das suas vidas. A cidade aguardava ansiosamente, suas ruas sussurrando promessas de aventuras que desafiariam o tempo e floresceriam como as pétalas ao vento.

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