Sendo Larissa ( Capítulo Único)

1.4K 49 6
                                    

 O nome Larissa carregava uma maldição. Maldição essa: Quando você não é gorda, você é esquelética. Esse nome parece assombrar as meninas que os carrega. Se você parar para pensar concordará. Puxe na memória, Pense naquela Larissa que você conhece. Se ela não é gorda ou é magra, mas claro que existam às Larissas que sejam normais. Normal, diz-se em estatura e estrutura corporal, ou melhor, em seu peso ideal. Mas essas são raridades.

Para Larissa Serrano, a maldição pesou mais para o lado do extra peso. Larissa até os seus cinco anos era considerada a garotinha fofinha, bonitinha, lindinha. Tudo no diminutivo. Todos sempre acham crianças gordinhas uma fofura. Mas a partir dos seis anos foi que os "inhas" começaram a sumir, as coisas começaram a deixar de ser fofas, ela começou a sofrer Bullying dos coleguinhas de classe. Bullying dos primos. Bullying na rua. Bullying até mesmo em casa. Indiretamente, mas era Bullying. Bom, Larissa Serrano sofreu Bullying durante uma boa parte da sua vida.

Larissa tinha tudo em excesso mesmo. Coxa em excesso, bunda em excesso, peito em excesso, barriga em excesso. Excesso era a palavra que a definia. Ela já começava a considerar que ser esquelética seria melhor do que ter Excesso como palavra característica.
Por pouco excesso não entrou no lugar de Serrano no lugar seu sobrenome. Se chamaria: Larissa Excesso da Silva, mas graças a Deus excesso não era usado como sobrenomes. Graças ao bom Deus!

Por mais gorda que fosse Larissa tinha um rosto bonito, isso era normal das gordinhas. Você pode reparar se é gordinha tem o rosto bonito. Isso na maioria das gordinhas que você conhece ou virá conhecer.
Larissa era uma menina bacana, engraçada, com muitos amigos e ser chamada de gorda não a afetava tanto era um costume. Mas uma vez ou outra, Larissa chorava escondido em seu quarto na calada da noite, se perguntando porque Deus lhe deu tanto excesso. Ela queria ser normal não esquelética como as outras Larissas que existiam do outro lado da maldição. Ela nunca foi bem vista pelos garotos, mas com muito esforço conseguiu beijar um na quinta série. Sim o mais esquisito de todos, mas pelo menos havia beijado alguém.

Foi na adolescência que ela perdeu sua virgindade, durante seus quinze para dezesseis anos. Sim, justamente com o garoto estranho que a beijou pela primeira vez. Não tinha sido nada grandioso, na verdade ela nem tinha gostado muito, mas só em não ser mais virgem significava alguma coisa para ela.

Mas ela queria mais, queria mostrar para os homens do que era capaz. Realizar os fetiches que sempre imaginou. E em suas imaginações existia um homem em especial. Ele sempre fora o amor platônico de Larissa.

Foi aos dezessete anos que ela resolveu que não queria mais ser gorda, não queria mais ter excesso. Resolveu mudar, mostrar para si que podia ser linda e se sentir bem consigo mesma. Claro que também um pouco para os outros, mas Larissa se empenhou e se determinou para ficar bem para si mesma.

Entrou na academia, fez dietas de todos os tipo, simpatias, crendices... faria até bruxaria se fosse preciso. Ela considerou uma vez a entrar na faca. Fazer a tal cirurgia, mas repensou. Ela tinha que fazer um esforço, mostrar para ela mesma que poderia conseguir e chegar em seu objetivo por seu mérito e esforço.

Em seis meses Larissa já tinha mudado, perdido boa parte do peso. Seu rosto estava mais fino, sua larga cintura tinha dado uma afinada e a sensação para esses primeiros resultados tinham sido ótima. A partir dai ela não parou mais. Sua rotina era Malhar, malhar, malhar, os amigos nem a viam mais com frequência, mas sabiam que ela estava mudando.

Em um ano e meio ela havia se tornado outra mulher, as pessoas começaram a nota-la. Ou melhor, os homens, muitos dos que a rejeitaram no passado, passaram a deseja-la como mulher. Antes ela era só a gorda, agora eles imaginavam coisas obcenas ao vê-la.

Sendo Larissa - CONTOOnde histórias criam vida. Descubra agora