Capítulo 32 ( R )

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Um Presente <3

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A consciência estava fora de seu alcance, provocando-o com cílios trêmulos pesados pelo efeito das drogas ainda presentes em suas veias. Ele era nada além de dor, seu corpo uma dor coletiva. Sentia seu peito subir e descer, aspirava o cheiro de lençóis limpos e fumaça de cigarro velha. Foi um conforto momentâneo diante do pânico que ele podia sentir crescendo.

Seu corpo se recusava a se mover, membros tão pesados que ele considerava a possibilidade de ainda estar amarrado àquela maldita cadeira. Seu corpo pulsava ao ritmo frenético de seu coração, o pânico o envolvendo firmemente.

"Neil."

Ele não reconhecia a voz distorcida chamando por ele, seu nome soando como se estivesse debaixo d'água, ondas batendo contra a costa, engolindo as palavras. Ele se esforçava para ouvir o movimento ao seu redor, mas era inútil, seu corpo se recusava a se submeter à sua vontade. Ele ansiava por soltar o soluço preso em seu peito.

"Você está bem, Neil." A voz chegou até ele, mais próxima desta vez. Ele reconheceria aquele tom em qualquer lugar, se afogaria no som dele se pudesse.

Seu corpo soltou um gemido que ressoou até seus dedos dos pés, despertando feridas das quais ele não estava ciente.

Ele tentou articular palavras, mas sua língua era um peso inútil em sua boca, formigando e dormente onde ele podia sentir seus dentes. Finalmente, seu dedo indicador se esforçou contra a pressão que impedia o movimento, se estendendo tão ligeiramente.

"Neil, você está acordado aí dentro?"

A voz de Andrew era a mão auxiliadora de que ele precisava, guiando-o para longe desta escuridão que ameaçava consumi-lo mais uma vez. Seus olhos piscaram abertos, a luz cegante queimando seus olhos desprevenidos. Ele virou o rosto no travesseiro sob ele e chiou com a sensibilidade. Seu corpo inteiro se contraiu de dor ao vislumbrar a dor em sua visão, sua bochecha latejando onde o algodão macio mal tinha tocado. Ele se recusava a mover qualquer outra parte do corpo até que pudesse catalogar todas as suas feridas.

"'Drew?" Seu nome saiu quebrado, a voz de Neil dolorida e machucada pelo desuso.

"Ei," Andrew disse com um tom tão desconhecido para ele que ele lutou contra o desejo de chorar. Ele apareceu acima do olhar ainda piscante de Neil e franzindo a testa. Isso forçou um suspiro de riso a escapar.

"Oi," ele sussurrou de volta.

Andrew se inclinou para frente e passou uma mão cuidadosa pelo franja de Neil, removendo os fios incômodos que obscureciam sua visão. Seus olhos se ergueram para os de Neil, observando os danos em seu rosto. Não houve reação para Neil decifrar, mas quando se tratava de Andrew, isso era reação suficiente.

"Quão grave?" Ele grunhiu, forçando a atenção de Andrew para sua boca, onde ele estava apenas recuperando a sensação.

O silêncio que se seguiu o atingiu direto em seu peito, o medo fervendo apenas fora de seu alcance. Finalmente, Andrew pressionou a palma da mão contra o travesseiro ao lado da cabeça de Neil e uniu suas testas.

"Eu pensei que você estivesse morto," Andrew sussurrou, a voz quebrando sob o peso de sua devastação. O coração de Neil quase cedeu por completo, querendo se estender, segurar a mandíbula cerrada de Andrew entre suas palmas, acalmar seu coração trovejante. "Eles te colocaram como um cadáver. Você não estava se mexendo."

Raised on Little Light  - Maqicien [PT-BR]Onde histórias criam vida. Descubra agora