O Último Mês na Casa dos Dursley

25 9 3
                                    

O sol de fim de tarde quase chegara ao horizonte quando eles refizeram o caminho para sair do Beco Diagonal, atravessar a parede e passar novamente pelo Caldeirão Furado, agora vazio. Nenhum deles disse uma palavra enquanto caminhavam pela rua; nem ao menos repararam quantas pessoas se boquiabriam para eles no metrô, carregados que estavam com todos aqueles pacotes de formatos esquisitos, as corujas adormecidas nos colos de Harry, Talia, Ethan, Liana, Jhon, Hayley e Jake. Subiram a escada rolante para a estação de Paddington; eles só perceberam onde estavam quando Hagrid bateu em seus ombros.

- Temos tempo para comer alguma coisa antes de o trem sair - falou.

Comprou hambúrgueres para eles e se sentaram em bancos de plásticos para comê-los. Os Potter, Marlene e Jake não paravam de olhar a toda volta. Por alguma razão tudo parecia tão estranho.

- Vocês estão bem? Estão todos muito calados - comentou Hagrid.

- É que... tudo parece tão diferente - explicou Marlene. Hagrid sorriu com simpatia.

- Tivemos o melhor aniversário de nossas vidas, Hagrid - falou Liana, com um sorriso sincero.

- Mas... ? - perguntou Hagrid, erguendo uma das sobrancelhas.

Nenhum deles tinha muita certeza de poder explicar. Talia, Liana, Harry e Ethan tiveram o melhor aniversário da vida, porém... e mastigavam os hambúrgueres, tentando encontrar as palavras.

- Todo o mundo acha que somos especiais - disse Tomás finalmente. - Todas aquelas pessoas no Caldeirão Furado, o Prof. Quirrell, o Sr. Olivaras...

- Mas não sabemos nada de mágicas. Como podem esperar grandes feitos da gente se nem sabemos nada do que realmente aconteceu no passado? - continuou Dylan.

- Somos famosos e nem ao menos nos lembramos o porquê. Não sabemos o que aconteceu e nem como aconteceu quando Vol... desculpe... quero dizer, na noite em que nossos pais morreram. - terminou Harry.

- E, além disso, as pessoas nos tratam como heróis, todos estão felizes e parecem achar que nos também estamos, mas não parecem perceber um pequeno detalhe... - começou Talia.

- O detalhe de que aquela noite foi a noite em que ficamos órfãos - concluiu Liana em voz baixa. - Que perdemos os nossos pais... que crescemos sem eles... que não nos lembramos deles... que nunca chegamos a conhecê-los... e que nunca vamos poder conhecer.

Houve um silêncio profundo após essas palavras. Marlene e Jake trocaram um olhar, ambos estavam desolados.

Hagrid se debruçou sobre a mesa. Por trás da barba e das sobrancelhas desgrenhadas tinha um sorriso bondoso.

- Não se preocupem. Vocês vão aprender bem depressa. Todos começam pelo começo em Hogwarts, vocês vão se dar bem. Todos vocês. - acrescentou para Marlene e Jake que sorriram em resposta. - Sejam vocês mesmos. Sei que é difícil. Vocês vão ser discriminados e isso é muito duro. Mas vão se divertir a valer em Hogwarts. Eu me divertir; e ainda me divirto, para dizer a verdade. Quanto aos seus pais, bem, eles podem ter morrido naquela noite, mas eles nunca vão morrer nos corações de vocês, assim como a Charlotte permanece viva nos corações de vocês dois, porque é aí que eles vivem, por mais que vocês não se lembrem deles, as memórias verdadeiras estão sempre guardadas no coração. Afinal, o que o cérebro não lembra o coração não esquece!

Todos sorriram para Hagrid.

- Vamos, vou ajudá-los a subir no trem que vai levá-los de volta aos Dursley e depois vou acompanhar vocês dois de volta ao orfanato.

- Mas nós não queremos voltar para o orfanato - disse Jake meio suplicante. - Por favor, Hagrid, lá eles nos odeiam, agora vão nos odiar ainda mais. Não queremos voltar para lá.

 E Se Os Potter Tivessem Mais Filhos Que Os Weasley? A Saga D'os Potter [1]Onde histórias criam vida. Descubra agora