𝐷𝐼𝐴 2

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"Você me imobilizou e eu luto para voar agora".


Quando Bryce Quinlan e seu parceiro pararam em sua frente, ela curvou o pescoço em uma reverência respeitosa.

— Princesa.

A risada de Bryce era chocante.

— Acho que você está um pouco atrasada — Morana ergueu os olhos, confusa. Ficara ali até agora esperando-a. Será que ainda sim houve um engano na localidade de seus encontros? Será que Quinlan estava esperando-a em outro lugar e, como Morana não apareceu, teve de procurá-la? Bryce explicou: — Eu não sou mais princesa. Passei a ser Rainha.

— Sinto muito, Vossa Majestade — Morana curvou ainda mais o pescoço. Burra, se sentia tão burra por sua tolice em não pesquisar o título de Quinlan. Ela estava com um celular com acesso a interweb nos últimos dias, poderia ter feito ao menos uma pesquisa simples. — Peço que me desculpe, eu não pretendia insultá-la.

— Você... — Bryce hesitou, erguendo uma sobrancelha para a fêmea franzina a sua frente. — Onde você vive não tem televisão?

Morana não soube identificar o tom na voz da princesa e, com medo de respondê-la de forma errada e insultá-la, Morana simplesmente ficou olhando para ela, piscando lentamente.

— Eu não sou mais princesa. Nem rainha. Há mais de quatro meses eu abdiquei dos meus títulos reais feéricos.

Ela não sabia disso. Sua rainha não havia lhe informado sobre tais novidades. Sua rainha e seus tutores não se davam ao trabalho de mantê-la informada sobre a superfície. Morana não fazia parte desse lugar; ao menos, não para eles. Sendo assim, era irrelevante que fosse notificada por cada mudança ou informação da vida na superfície.

— Eu sinto muito pela minha confusão, e sinto muito se pareci desrespeitosa. Eu não fui informada sobre isso.

— Você não assistiu nada na televisão?

— Não.

Bryce parecia chocada com o fato, e seu parceiro completou o silêncio estupefato de sua esposa quando cruzou os braços e perguntou:

— Qual o seu nome?

— Morana Carnifex, senhor.

— Você é uma enviada da Rainha do Oceano?

— Sim, senhor.

Um músculo se puxou no rosto do anjo, como se estivesse irritado por tal formalidade. A semifeérica ao seu lado riu.

— Aproveitando um tempo como turista? — Morana não compreendeu, até que Bryce apontou para o quartzo de seu colar. A semifeérica deu uma risadinha debochada. — Você é supersticiosa?

— Não.

— Sabe que essas coisas não funcionam de verdade, não sabe?

Morana achava que... por que alguém mentiria sobre isso? Por que mentiriam sobre vender tranquilidade e proteção? Era cruel, até para alguém como ela. Sentiu seu coração murchar por ter sido enganada e puxou o colar de seu pescoço, estourando o cordão. Bryce pareceu prestes a pedir desculpas quando mudou de ideia, vendo-a guardar a pedra no bolso, magoada.

— Você é do Cargueiro das Profundezas? — os olhos escuros de Athalar avaliaram as asas brancas às suas costas. — Eu nunca te vi por lá. E aposto que eu teria reparado se encontrasse outro malakim nos corredores daquele lugar.

— Não faço parte do Cargueiro das Profundezas.

— De onde você é, então? — a semifeérica perguntou com interesse, estudando o rosto extremamente pálido da metamorfa, os olhos azuis brilhantes e o cabelo dourado.

✓ 𝑵𝒐𝒃𝒐𝒅𝒚'𝒔 𝑫𝒂𝒖𝒈𝒉𝒕𝒆𝒓 | (𝐶𝐶𝐼𝑇𝑌 𝑎𝑓𝑡𝑒𝑟 𝐻𝑂𝐹𝐴𝑆)Onde histórias criam vida. Descubra agora