Natal. Pais. Beijo...

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  Chegamos em Natal. Enquanto os meninos atendiam os fãs eu fiquei ali fazendo o check-in junto do Heitor. Depois recebi uma ligação da minha mãe.

Ligação ON

_Está aqui? _ Minha mãe praticamente gritou e eu sorri só de ouvir aquela voz animada do outro lado da linha.

_Estou. Estamos pra falar a verdade e iremos chegar ai em breve.

_Eles vem mesmo? Posso aperta-los?

_Mãe!

_Eles são lindos. _ Ela suspirou. _ Qual é o seu namorado?

_Nenhum mãe.

_Nenhum?

_Eu já disse que não namoro e nem namorei nenhum! Eles são meus amigos mãe!

_Aquele de tatuagens tem cara de pegador...

_Quem o Paulo? Só tem a cara mesmo. _ Eu gargalhei tão alto que olhei em volta pra ver se ninguém estava me olhando. Por sorte não. Se não iam achar que eu era louca.

_Você gosta dele, né?

_Mãe eu tenho que desligar.

_Tudo bem. Estou esperando você e seus amigos gostosos.

_Tchau mãe.

Ligação OFF

  Coloquei o meu celular na minha bolsa e fui atrás das minhas malas. Passado algum tempo fomos de táxi para minha casa. Meu coração estava aos pulos. Minha mãe queria aperta-los e creio que meu pai também, mas não no bom sentido. Tudo por causa de uma matéria publicada na internet uma vez dizendo que os meninos e eu eramos como namorados. Os quatro! Onde já se viu falar em namoro quatriplo? Seria um quadrado amoroso. Isso soou engraçado. Essa matéria foi tão ridícula que quando meu pai me ligou para tirar satisfação eu tive uma crise de risos. Depois de me recuperar é claro que eu expliquei para ele que era uma mentira, coisa sem importância, mas meu pai jurou que tudo tinha sido um golpe de market feito pela banda e o empresario e como o Seu Carlos tem uma cabeça dura como pedra...

  O táxi para. Vou até o portão tocar a campainha enquanto os meninos pegam as malas. O Heitor vai ficar na casa de um amigo. Bem, toco a campainha e minha mãe vem atender e quando abre praticamente voa me mim, depois para e olha para os meninos. Ela abraça cada um demoradamente e nos chama para entrar. Entramos e assim que chegamos a sala dou de cara com o meu pai:

_Então essa é a tal banda? _ Ele pergunta com certo desdém.

_É pai. Este é o Caíque. _ Aponto para o Caíque e meu pai vai até ele e os dois apertam as mãos rapidamente. _ O Nathan. _ Meu pai sorri para o Nathan e também aperta sua mão, desta vez mais demorado. _ E o Paulo. _ Ele se dirige até o Paulo, e o garoto ingenuamente estende a mão para o meu pai que quando se depara com as tatuagens faz uma careta e se afasta. O Paulo ficou com a mão no ar por algum tempo então a abaixou e colou-a junto ao seu corpo novamente. _ Eu to morrendo de fome mãe. O almoço tá pronto? _ Pergunto para cortar aquele clima desagradável.

  Já na mesa com tudo pronto para um almoço tranquilo, meu pai abre a boca, ai Seu Carlos:

_Você namora o Nathan filha? _ Acho que minha boca caiu no chão assim como a de todos á mesa.

_Não! Meu Deus eu não posso ter amigos? _ Gritei.

_Calma minha filha, seu pai só fez uma pergunta. _ Minha mãe disse.

_Bem, vamos mudar de assunto. _ Sugeri para me arrepender logo em seguida.

_Detesto tatuagens. Acho que todos os tatuados são marginais. _ Meu pai soltou e mastigou a comida na boca enquanto encarava o Paulo.

_Pai!

_É a verdade. Marginais, indecente e irresponsáveis. _ Meu pai continuou e o Paulo se levantou da cadeira e saiu. Levantei-me e tentei ir atrás dele, mas o Nathan segurou o meu braço.

_Deixa ele. _ Disse o Nathan.

_O Nathan estar certo. _ Meu pai falou e eu me sentei no meu canto novamente, mas não consegui terminar de comer.

  Quando deu cinco da tarde e eu não tive nenhum noticia do Paulo resolvi ir atrás dele. Meu pai protestou, mas eu o ignorei. Assim que sai de casa dei de cara com o mar e o sol se pondo. A casa dos meus pais fica de frente para a praia. Livrei-me das havaianas e corri para a beira do mar imaginando por onde eu começaria a procura-lo, mas quando me virei para  o lado vi alguém familiar se aproximando. Corri ao encontro do Paulo, e quando cheguei perto recuperei o folego e tentei me desculpar pelas palavras duras do meu pai:

_Desculpa pelo o que o meu pai fal... _ Ele me puxou para si, colocou uma mão na minha nuca e encostou os lábios nos meus. Meu coração batia tão forte que parecia que pularia para fora do meu peito. A língua dele batei nos meus dentes e eu abri a boca para que ele de fato me beijasse. Se isso é um sonho, eu não quero acordar. 


My friends (fanfic com a banda fly)Onde histórias criam vida. Descubra agora