"(((((....)))))" Significa intervalo de espaço tempo dentre as cenas, ou troca de cena.
Me despeço com um sorriso tanto gentil e compreensivo, sem medo de hesitar em ir embora enquanto enfio minhas mãos geladas dentro dos bolsos folgados desse casaco quentinho e fofinho preto. E saio daquela sala.
Não foi detectado comportamento errado ou maldade nas expressões faciais ou de atos de má fé do meu companheiro, embora parecesse que essa situação toda tivesse sido planejada por um diretor de cinema.
E então eu puxo a porta da próxima sala para que ela abra, onde encontro um detetive e nosso suspeito.
— A última vez em que a protegi foi quando você e seus parceiros foram até o apartamento. — Ele alterna o olhar entre Chester e eu, enquanto treme a perna e dobra os braços — Doyoung ficou furioso, completamente doido. Ele bateu portas e suava tanto que era de molhar a camisa. A Son Chaeyoung ficou assustada, perguntou qual era o problema e ele começou a gritar com ela sem motivo nenhum. Então, eu disse: "Você, deixa ela em paz!" E então ele veio pra cima de mim como um animal ensandecido. E aí, ele saiu em desparada pela porta, esse cara tinha problemas.
— Jaehyun, esta é Park Chaeyoung, minha parceira e ela vai te interrogar agora.
Chester se retira, diz que vai arrumar uma papelada com a mulher e fecha a porta, restando apenas eu e o homem alto e forte respirando nessa pequena sala.
— Jaehyun, e se eu te disser que Kim Doyoung estava em investigação por homicídio?— Digo.
— Está brincando, não é?
— A Idol de k-pop que ele dizia não conhecer? Ele matou ela e o namorado, no mesmo dia, na mesma sala.
— Não acredito... E pensar que Chaeyoung foi casada com ele, essa farsa, por onze anos.
— Eu odiava o cara até mais do que ele me odiava.
— Ele se sentia ameaçado?
— Como assim?
— Pelo seu relacionamento com a Chaeyoung. Você disse que são almas gêmeas.
— Eu sempre estive ao lado dela a minha vida... inteira.
— Tudo bem, mas não deve ter sido muito agradável para Doyoung ter sempre o sobrinho junto a esposa?
— Eu... Eu... Eu não me importava. Dane-se o que ele pensava. Principalmente depois do que você disse que ele fez com essas pessoas. Eu sempre achei que ele tinha casos, embora sabe Deus que mulher conseguiria tolerar aquele homem?
— A Chaeyoung.
— Pois é, porque ela é uma pessoa muito especial.
— E vocês dois têm um relacionamento muito especial.
— Temos.
— Entendi. E como seria esse especial?
— Como assim?
— Vamos lá, Jaehyun, você é adulto. Tem necessidades físicas.
— Eu não acho que isso seja da sua conta — sorri.
— E Chaeyoung não é realmente sua tia. Então, é especial como?
((((.....)))) COM SON CHAEYOUNG.
— Jaehyun tinha vinte e quatro anos quando fizemos amor pela primeira vez. Nós sempre tivemos um relacionamento muito íntimo. — Son Chaeyoung diz.
— E se tornar físico fazia sentido?
— Sim, ele era um jovem sensível, precisava de orientação. E eu o amo. Eu o amo mais do que qualquer um que já conheci.