Nota da autora: eu estava obcecada. Passava 80% do tempo pensando sobre o Dylan Gaviria e os 20% restantes torcia para alguma voz na minha mente falar GRR para que eu pudesse falar AU AU. 🤧💖
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Eu achava que a vida seria uma só. Que eu iria casar e morrer velhinha com a pessoa que conheci em um momento difícil, que iria ter uma carreira sólida e de sucesso do primeiro curso que inventei fazer, no puro desespero, após o ensino médio, mas é claro que não seria tão simples...
Depois do término de um relacionamento de anos, resolvi fazer tudo o que me limitei a fazer por causa dele. Tatuagens, piercings, viagens, ir a festas e conhecer pessoas novas. Voltei a uma vida que eu já nem gostava tanto, acostumada ao conforto da minha própria casa, do meu pijama, das minhas lágrimas. Eu me encontrava assim, em plena sexta-feira no RJ, deitada no quarto que aluguei para passar uns dias, em um apartamento que era dividido entre duas pessoas, não muito mais novas ou mais velhas do que eu.
-Ta bom, já chega... - eu murmurei para mim mesma, cansada de me sentir daquele jeito. Me sentei secando os olhos com as mãos e coloquei uma playlist ridícula para tocar. Já viu alguém chorando ouvindo "Sexy and I know it", I Gonna Feeling" ou "Thrift Shop"? Não, porque é tão ridículo chorar ouvindo essas músicas que se torna impossível.
Me levantei e saí do quarto em direção ao banheiro, tomando um banho longo, já me sentindo muito melhor. Resolvi que iria ao mercado comprar alguns ingredientes para cozinhar enquanto bebia um vinho e, com alguma sorte, poderia ver o sol se pôr na praia sem ser assaltada.
Passei um creme no corpo, um pouco de perfume e uma maquiagem leve, com a esperança de que, com a pressão de estar usando rímel, eu não voltasse a chorar. Vesti uma lingerie preta, um shorts jeans e, por cima, uma camiseta preta pelo menos três vezes maior que meu corpo. Calcei meu All Star (também preto), não me dando ao trabalho de arrumar tão bem o cabelo, já que logo estaria de volta.
Saí de casa quase às cinco e em pouco já estava caminhando no calçadão, observando os pedestres, o mar, a faixa extensa de areia, sobre a qual me sentei, afastada o suficiente para não incomodar e nem ser incomodada por ninguém enquanto fumava um baseado, apreciando o sol se pôr. Passei no mercado na volta, comprando duas garrafas de vinho e ingredientes para um macarrão ao molho. Quando cheguei em casa, encontrei a sala cheia com os amigos de Babi, que terminavam de se arrumar para ir a uma festa, a qual ela insistiu muito para que eu fosse. Acabei aceitando por constrangimento, porque ela provavelmente tinha ouvido meu choro que durou a tarde toda e porque era tão patético viajar sozinha que ela só deveria estar tentando me animar.
Me arrependi no momento em que chegamos, não acreditando que tinha trocado o conforto da minha cama por aquilo, ainda mais quando eu não conseguia acompanhar a energia apocalíptica do grupo. Bebi demais. Bebi muito. Estaria passando vergonha com toda a euforia do álcool se não fosse a maconha para equilibrar meus sentidos. Pelo menos assim eu não pensava no meu relacionamento falho, nas contas a pagar, na saudade da minha família, na insegurança para o futuro, nos amigos que perdi, dedicando minha vida a uma só pessoa...
-Deus... como pude ser tão burra? - questionei a mim mesma, apoiada no balcão do bar, sentindo o lábio inferior tremer enquanto meus olhos enchiam de lágrimas, as quais controlei muito para não deixar cair.
-Garota! Mi amor... Você está bem? - um sotaque espanhol me assustou e só então percebi a presença do garoto ao meu lado, com um olhar tão preocupado e carinhoso que só me fez querer chorar ainda mais. Ele era amigo da Babi, um colombiano gatinho com rosto fofo e um corpo gostoso, tatuado, com um sotaque engraçado e sexy ao mesmo tempo. Ele era estranhamente atraente, com o cabelo bagunçado, a gravata preta frouxa ao redor do pescoço e a camisa social branca, com todos os botões agora abertos.
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FANFIC INTERATIVA +18 DYLAN GAVIRIA
FanfictionNem precisa de uma descrição né? Atenção: conteúdo explícito, somente para maiores de dezoito anos, mas todo mundo sabe que você que tem menos não vai respeitar isso e vai ler, então... Boa leitura!